Capítulo 52

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Lia

Marcus me ajuda a entrar com Mason em Safeword antes da abertura oficial para mais um ano. Eu não o sedei por querer que ele esteja consciente todo o tempo, mas isso exigiu que ele ficasse sob a mira de uma arma. Mason me transformou em uma criminosa de várias formas. Sem ele eu só pegaria numa 9mm para assustar Tyler McKenzie antes que ele pudesse se deitar comigo meio fascinado pela minha loucura.

Depois de imobilizar Mason dentro de uma das gaiolas da nova decoração do meu lugar preferido no mundo, Marcus se despediu de mim com um beijo rápido na bochecha, cumprindo nosso combinado de deixar a arma no carro alugado que estacionei lá fora. Se tudo der errado, eu preciso estar protegida. O carro também fica com a chave e destrancado. Fugir rapidamente precisa ser uma opção.

Meu estômago fica enjoado assim que entro na gaiola com Mason e somos suspensos sobre a pista que começa a se encher. Ele está acorrentado às grades e eu do outro lado dele, deixando-o gastar sua energia puxando as amarras dos pulsos pra tentar me alcançar e gritando inutilmente com o gag na boca. Raramente amordaço alguém porque é importante ouvir a palavra de segurança. Mas não importa quanto Mason grite qualquer coisa com a bola de silicone em sua boca. Ele não quer me tocar com nada menos do que ódio e me lembro de Rafaella. Se ela pudesse nos ver agora com certeza repensaria o comentário que fez comigo na cama.

– Não é terrível, querer escapar de uma situação de perigo e dor, e ser impossibilitado? – chuto a perna de Mason com o salto do sapato, tomada de um rompante de fúria, tanto quanto ele.

Ele arregala os olhos e acerto o meio de suas pernas. A bola que sobrou dele doer pra caralho e ele faz um som animalesco, tentando dobrar o corpo para frente. Acerto seu rosto com o cotovelo. Tenho que me lembrar de agradecer Greg pelos treinamentos em lutas, pra pelo menos conseguir um golpe decente no algoz da minha juventude.

Respiro fundo e um riso me toma o rosto. Caralho, é boa a sensação de machucar este homem. Minha consciência está em crise. Completamente. Eu sei que é errado o que quero fazer, mas não consigo evitar em fazê-lo. É por isso que quero uma plateia que veja a vida indo embora do corpo dele.

Já que Rafaella se recusa em me prender como sugeri, vou ter um flagrante em frente a centenas de pessoas, incontestavelmente culpada por tirar a vida de Mason Chadwick. Ele vai morrer como assassino de Gavin e Clark, e finalmente isso vai ter fim. Rafaella estava errada. Eu não vou ser perseguida pelo fantasma de matar um homem. Eu vou exorcizar todos meus fantasmas, publicamente.

Mason grita algo, como um xingamento.

– O quê? – coloco a mão no ouvido como uma concha. – A música está alta, querido. Ninguém vai ouvir você gritar. Você não mandou Clark ligar o som pra abafar meus gritos e de Erin? Aí está, um pouco do seu próprio veneno.

Seguro o rosto de Mason com força e aperto sua carne olhando em seus olhos.

– Eu odeio você, Mason. Eu estupraria você na frente dessa multidão, mas não tenho estômago pra chegar perto do seu corpo. Eu tenho nojo de você.

Ele puxa os braços pra frente, felizmente retido pelas amarras, senão eu já teria apanhado cruelmente de Mason dentro do espaço restrito da gaiola.

– Falta pouco agora. – olho para baixo e enxergo as pessoas pequenas, mesmo assim identifico Erin, Tyler e Greg, teimosos em me impedir do que quero.

Pouco antes do horário em que as gaiolas descem do teto, Victor se coloca como isca dos três mosqueteiros, aparecendo no mezanino. Funciona perfeitamente e logo eles estão no escritório. Não é difícil convencer Victor e Marcus a me ajudarem. Eles querem Erin fora de problemas e perigo tanto quanto eu e são aliados valiosos.

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