Lia
Está mais do que claro que Erin desconfia do meu plano, isso se já não tiver absoluta certeza dele. Pedir para estar comigo quando eu matar Mason me denunciou isso e eu jamais deixaria Erin se complicar, já que pretendo ser presa por Rafaella. Meu plano é ruim, é péssimo, e eu sei disso. Quem em sã consciência poderia querer ir presa por um assassinato? A questão é que minhas alternativas chegaram ao fim e me resta muito pouco, quase nada, de sanidade pra continuar lidando com isso.
Tirei Mason do galpão onde Erin o abrigou. Foi a primeira medida quando Tyler deixou de me seguir, sendo substituído por um policial sem a metade de seu olhar atento. Eu criei mais formas de me esconder da polícia do que de arrumar meu cabelo e assim que pude saí da vigilância para colocar Mason em outro esconderijo. Não é tão iluminado, nem tão aconchegante quanto o que Erin montou, mas o canalha não vai passar muito mais tempo lá.
Depois do choque inicial ao me deparar com Mason e do controle do meu asco com a ajuda providencial de Greg e Tyler, eu o prendi à cama dentro do depósito alugado sob um nome falso e pago em dinheiro. Marcus foi incrível nesta ideia. O bom homem também me ajudou na movimentação e nas doses de sedativos para Mason, como estava auxiliando Erin, ele sabe como proceder. Também me ajudou a carregar o sujeito infame, já que eu não conseguiria levantá-lo sozinha.
Assim que Mason recobra um pouco da consciência eu respiro fundo e deixo que ele me olhe, acertando o foco dos olhos que eu costumava amar. Ele parece feliz e desentendido ao me ver. Nosso primeiro reencontro culminou em uma esperança falsa pra ele, agora ele não sabe bem o que esperar. Eu continuo sentada ao lado da cama, meio paralisada embora queira transparecer confiança.
– Lia... – ele murmura e eu me contorço, puxando o ar com força pra dentro do meu corpo.
– Você se lembra do que falamos da última vez que o vi?
– Onde eu estou?
– A salvo. É só o que você precisa saber. – digo controladamente.
– Você me salvou? Ela não vai me achar aqui?
– Não vai.
– Você ainda vai me soltar se eu disser que foi você que fez tudo? – ali está, o covarde barganhando por sua vida medíocre. Meu estômago se revira.
– Tenho uma nova proposta pra você. – me inclino em sua direção na cadeira. – Isso é, se você realmente estiver arrependido de tudo que fez, e quiser um futuro comigo.
Eu escondo todos os meus sentimentos pra ser fria a este ponto, me lembrando do sorriso dele ao me dar um copo com Rohypnol. Eu me igualo a Mason, dissimulando, e é por isso que acredito que Rafaella deve me prender justamente.
– Eu e você, Lia? – quase posso sentir o cheiro da esperança em Mason e dou um sorriso cínico.
– Eu e você. Como antes. Longe daqui e de qualquer coisa que nos lembre do passado. Eu fujo com você pra qualquer lugar. – pro inferno, de preferência.
– O que você quer de mim, Lia? Me solte desta cama, por favor. Me deixa te abraçar.
– Você vai ter uma vida pra me abraçar. – saio da cadeira e ajoelho ao lado da cama, ele me olha suplicante.
– O que eu preciso fazer?
– Diga que matou Gavin e Clark, tomado de vingança pelo passado, por eles terem me estuprado. Eu queria só você, Mason, só eu e você. Você acredita nisso?
– Eu sei, Lia. Fui um idiota ciumento e possessivo, eu queria ver você sofrer por me pedir um tempo no nosso relacionamento, e eu traí sua confiança. Eu achei que pudesse viver sem você, mas eu nunca superei. Ninguém nunca foi pra mim o que você foi.
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Safeword
RomanceQuando o detetive Tyler McKenzie é chamado para investigar um homicídio parecia que nada poderia ficar pior em sua vida. Como ele mesmo vai descobrir, as aparências enganam, e as coisa sempre podem piorar. Ele entra no submundo do sexo em Chicago, a...