Capítulo 53

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Tyler

Espero a saída de Italia do distrito inquieto dentro do carro. Eu não posso ficar lá dentro com Greg e Erin por obviedades que não precisam de justificativa, mas meu coração parece querer voar pra fora do peito quando a vejo descabelada e numa camisa azul celeste passando pela porta de vidro. Sei que ela está viva e livre de qualquer acusação pelas mensagens de Rafaella, mas é só quando meus olhos a enxergam de fato que sinto um alívio.

Desço do carro num impulso e ando rápido na direção dela. Fodam-se as obviedades. Eu quero segurar Italia em meus braços e é o que eu faço quando a agarro parecendo querer engolir a garota. Ela descansa os braços sobre meus ombros e chego a tirá-la do chão.

– Desculpe ter colocado você em perigo. Caralho, eu nunca senti tanto medo na minha vida. – confesso em seu ouvido e ela me acaricia a cabeça.

– Está tudo bem. – ela diz e não tenho vontade de soltá-la.

Sei que pareci ridiculamente desesperado, mas consigo ligar bem pouco pra isso. A felicidade em vê-la bem é a única coisa em que consigo pensar. Vamos todos para a casa de Italia e como uma boa gangue de conspiradores péssimos em praticar crimes, entramos todos em seu quarto. Não há nada sexual na forma que Greg a encosta em si devagar, retirando a camisa que ela colocou no distrito, com as costas em seu corpo enquanto Erin tira com cuidado suas meias, acariciando as pernas da gata com demora.

Lia fecha os olhos, relaxando nos braços de Greg e eu solto as amarras de seu corselet, soltando as fitas de seda vermelha com cuidado até que o torso se Lia esteja livre. Greg solta a liga e Erin termina de despir Lia com cuidado até que eu arrume a temperatura do chuveiro.

Podia ser a coisa mais erótica do mundo, especialmente quando se trata de Lia. Mas é só cuidado e carinho que estejamos os três preocupados em limpar o sangue de Mason do corpo dela. É até meio simbólico que estejamos os três com o sangue dele nas mãos, porque fomos nós que nos dispusemos a matá-lo por ela, e foi somente Rafaella, que o queria vivo, que finalizou a história de uma vez por todas.

Greg a segura o tempo todo, molhado como em Safeword, com os cabelos soltos de Lia grudando em seu peito. Erin e eu a lavamos, até que não haja nenhum vestígio de Mason Chadwick em sua pele. Só consigo torcer para que Lia supere o horror de seu passado de uma vez por todas, já que o trio repreensível está queimando no inferno.

– Eu amo vocês. – ela dá um pequeno sorriso enquanto as lágrimas escorrem com a água.

– Nós também, meu amor. – Erin se levanta e Lia abre os olhos para encará-la.

– Você está bem, Erin?

– Melhor do que nunca. Estou feliz por você estar aqui, estou aliviada por ele ter morrido e por não ter sido você, Lia. Eu não conseguiria viver sem você.

– Acabou, meu amor. – Italia abraça a amiga com força.

É uma cena forte, como se as duas estivesse finalmente livres da dor que sentiram por tanto tempo.

Acabou. De fato o que as assombrava acabou. Não há mais segredos. Ou pelo menos, quase não há.

Depois que Lia deita para dormir, eu me visto com as mesmas roupas que já molharam e secaram duas vezes e coloco meu casaco antes de sair no frio. Passo rapidamente em casa para um banho e vestes limpas e não demoro muito até chegar na casa de Rafaella com almoço pra dois. Ela e recebe com olheiras imensas e o rosto anguloso inchado.

– Comida chinesa e um ombro pra você. Só não confunda em qual chorar e qual comer. – digo e ela dá um sorriso no meio do caos de seus pensamentos abrindo a porta para eu passar.

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