Lia
Não é difícil perceber que eu e Erin estamos sendo observadas de perto pela polícia. Mesmo após meu acordo com Rafaella Sanchez, Tyler ainda tem alguma restrição em concordar com todo meu plano. Se eu tiver sucesso, Mason será culpado pelas mortes de Gavin e Clark, além de qualquer dúvida. E assim, nem a sagacidade de todos os detetives de Chicago poderá apontar outro culpado.
Eu quero que ele confesse ter matado os amigos, achando que assim poderá salvar o que existe de nós dois. Preciso convencê-lo que acho Erin uma lunática por tê-lo mantido em cativeiro, mudando de ideia sobre o que pedi a ele no nosso reencontro. Ele vai achar que seremos nós denovo, apaixonados e felizes em qualquer lugar longe. O único lugar onde tenho intenção de mandar Mason é o inferno, mas preciso que ele não saiba disso até seu último sopro de vida.
Não ligo mais pra ideia de morrer na prisão. Honestamente eu só quero vê-lo sofrer uma lenta e dolorosa morte, tão logo tenha gravado seu falso depoimento sobre os outros dois imbecis. Ser observada por Tyler não é tão ruim, já que isso me dá algum tempo a mais com ele. Eu me coloco sob o olhar atento dele com prazer, observando seu corpo desenhado espalhado na minha cama depois de um sexo fenomenal.
Se todas as minhas sobremesas de almoço fossem assim, a vida seria bem mais divertida. Apago o cigarro e ando pelo quarto devagar, vendo o dia começar a escurecer lá fora. Eu não pretendo perder mais muito tempo brincando de gato e rato com a polícia e Tyler lê minha expressão como se lesse meus pensamentos. Ele se levanta da cama e me puxa pela mão com força, segurando meu corpo no seu e mordendo minhas costas antes de me sentar em seu colo.
– Você me enlouquece, Italia. – a voz embargada me delicia. – Eu sinto muito pelas vezes que fui rude com você, violento com seu corpo e descuidado com as palavras.
– Não me trate como vítima, Tyler. Eu provoquei seus instintos o quanto pude, desejando cada uma das coisas que você fez comigo, das mais dolorosas às mais sujas. Eu pedi por isso porque me alimento da raiva e isso funciona pra aplacar minha dor. Eu não me arrependo, nem você deveria.
– Você é traumatizada. – ele tem uma pena na voz que me magoa profundamente.
– Caralho, Tyler. – levanto dos braços dele sentindo uma fúria me atordoar. – Não me trate como uma criança. Eu não preciso da sua compaixão.
– Você tem me tratado com condescendência, me deixando de fora dos seus planos como se eu não pudesse te ajudar. Me deixe ajudar você, Lia. – ele se levanta atrás de mim e me segura pelo pulso, eu me viro rapidamente e o empurro.
– Não quero sua ajuda, pirata. – o empurro novamente e Tyler me aperta forte em seus braços.
– Eu mato ele pra você. – ele me gira e me leva em direção da cama. – É isso que você quer? Aquele filho da puta morto? Eu faço isso pra você.
– Cala a boca, Tyler. – minha frase é quase um grunhido. Eu não quero que ninguém mate Mason, nem Erin, nem Tyler. Ele é meu e não há volta para meus sentimentos, nem mesmo saber do que Tyler é capaz por mim me faz reconsiderar isso.
– Ele te fez fria e violenta, Lia. Embora seu corpo goste disso na primeira vez que eu te toquei sem brutalidade você gostou. – não é o que está acontecendo neste momento quando caio de costas sobre a cama e ele deita sobre mim.
– "Você nunca faz sexo normal?", foi o que você me perguntou. Eu te disse que fazia e não era a mesma coisa. Eu fazia com Alex. – provoco e Tyler responde prendendo a mandíbula em irritação. Estou brava com ele por tentar me manipular e me fazer desistir de Mason. – Alex me comia com calma, e cada pedaço de mim o recebia feliz porque esta era a natureza dele, pacífica e gentil. Você é uma tormenta como eu, Tyler. Sua vida com Sasha virou uma bosta por você reprimir isso.
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Safeword
RomanceQuando o detetive Tyler McKenzie é chamado para investigar um homicídio parecia que nada poderia ficar pior em sua vida. Como ele mesmo vai descobrir, as aparências enganam, e as coisa sempre podem piorar. Ele entra no submundo do sexo em Chicago, a...