Capítulo Quinze

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Espero que gostem da nova capa, feita pela Gabriela Carvalho.

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Aquele idílio amoroso cresceu e se tornou nossa vida, nossa rotina.  Uma vez por mês ficávamos no hotel e dormíamos juntos. Era maravilhosa a descoberta da paixão. Eu estava me acostumando com nossas transas, mas Davi estava mais do que feliz. Estávamos verdadeiramente apaixonados.

Lembro-me que no mês de junho, fui dar aulas com o professora substituta em um colégio pela manhã e, enquanto os alunos faziam as provas e colavam, eu sonhava com nossas noites de amor e muito sexo.  A nossa juventude e a vontade de conhecermo-nos melhor nos faziam agir assim.

Só havia duas coisas que me incomodavam um pouco: ele era extremamente ciumento e ficava emburrado quando não gostava de alguma coisa. Mas eu, inconscientemente, ignorava esse comportamento. Estava apaixonada.

Eu morava na casa da Irene que nos proibia dormir lá, por isso, íamos para um hotel. E ela com o parceiro casual iam para um motel.

Entretanto, o Davi ia de vez em quando jantar lá em casa, mas não saíamos, pois nosso dinheiro era curto. Precisávamos pagar mercado e outras coisas. O Davi sustentava sua família, que consistia em mãe e três irmãos, pois seu pai os havia abandonado. Ficava com pena dele, porque tão jovem já tinha essa responsabilidade, mesmo ganhando pouco. O ano era 1991, mas fazer compras era caríssimo na época. Gastávamos muito dinheiro com supermercado. A inflação  chegou a ser na faixa de 472,70% naquele ano.

Meu ciclo menstrual era muito regular, mas quando estava na véspera de vir a menstruação, eu passava muito mal.

Naquela noite fui dar aulas e comecei a sentir muita dor, minha pressão ficou muito baixa e eu desmaiei. O colégio ficava no segundo e terceiro andares de um edifício comercial. O Davi me pegou no colo e desceu escada abaixo, pois não havia elevador e me levou para casa. Não fomos ao médico, porque eu estava acostumada a sempre passar mal, e não estranhava. Só que depois que eu saí de casa, minha tensão aumentou muitíssimo e meus períodos menstruais eram muito sofridos.

No colégio foi aquele bafafá, todo mundo achando que eu estava grávida. Principalmente a dona do colégio, que não estava gostando dessa relação professora-aluno.

A maioria das meninas do colégio eram loucas pelo Davi e deixavam isso bem claro. Certa vez, recebi uma carta falando mal dele, dizendo que ele era arrogante, tinha peito de pombo, no sentido que andava com o peito estufado por ser metido demais. Escreveram tantas maldades nessa carta que nem lembro.

A carta era anônima, mas eu sabia que era de uma moça bem magrinha, que costumava dançar nos bailes com ele. Ela era apaixonadíssima por ele. Não fiz caso da carta e fiquei na minha. Nem fiquei com ciúmes do despeito dela, pois estava segura do amor dele por mim.

Após esse ocorrido, uma estudante, que era modelo, loiríssima, convidou-o a fazer um book com ela. Fiquei um pouco apreensiva, mas quando ele recusou, eu relaxei.

Certa noite, no colégio, estávamos conversando na sala dos professores e havia alguns alunos junto, então uma outra garota morena, que também era modelo, começou a me desdenhar por eu estar namorando o gato da escola. Aí ela disse:

____ Vamos ver se ele fica com você, quando ele conhecer seu corpo...

(Cheio de curvas, diga-se de passagem)...

____ E quem disse que já não conhece? ____ respondi à altura e ela ficou de bico calado. Mas não perdia a oportunidade de dar umas alfinetadas.

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Meninas amadas e menino,

Vou deixar meio capítulo para dar um gostinho, ok?

Logo volto...

Muitos beijos.

Júlia








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