Capítulo Vinte e dois -Primeira Parte

367 73 24
                                    

Estava feliz, porque havia perdido o medo de amamentar. Quando começou a ferir o mamilo, que era muito fininho, passei a pomada e fui para o sol. Foi o melhor remédio. Meus seios ficaram morenos. E, quando não era possível tomar sol, colocava um pedaço de plástico filme em cima da pomada e mantinha o local sem contaminação. Depois, para amamentar, era só lavar para tirar o medicamento. E assim, acabou dando tudo certo. Até que o peito ficou curado e eu pude amamentar normalmente.

Quando o Giuseppe estava com seis dias, eu o amamentei, fiz com que arrotasse e coloquei-o no moisés, no nosso quarto, de ladinho. Era por volta das vinte e três horas quando o Davi foi vê-lo e ele estava espumando, sem conseguir respirar, lutando pela vida. Ele pegou o bebê e saiu correndo. Em vez de me chamar, ele pegou o bebê em uma mão e tirava o carro da garagem com a outra mão. Eu fiquei desesperada. Liguei para minha mãe, para saber o que fazer. Ela tentou me explicar, mas o desespero era tanto, que eu nem consegui entender o que ela dizia. O Davi já estava saindo com o Giuseppe numa mão e dirigindo o carro com a outra. Larguei o telefone e saí correndo. Largamos a casa toda aberta. O Guilherme e eu entramos no carro, segurei o bebê e fui soprando de leve e orando para que Deus o protegesse, que não permitisse que ele morresse. Eu contava os segundos, os minutos pela vida do meu filho. O hospital era relativamente próximo e o Davi furou todos os sinais de trânsito. Foi o mais rápido que pôde. O Giuseppe já estava sem ar. Meu Deus! Que desespero! Não sabia o que fazer. Eu só chorava e orava.

Enfim, chegamos ao hospital.  Entramos correndo, todos nós, na emergência, sem esperar sermos chamados. Fomos atendidos pela médica de plantão que imediatamente aspirou o leite que ficara em suas vias respiratórias. Ele regurgitou e sem querer, aspirou o leite. Que agonia! Pensei que iria perdê-lo. É o pior sentimento que uma mãe pode passar.

Depois de aspirado, ele ficou em observação e dormiu o sono dos inocentes. Nós três ficamos a noite toda velando seu sono. Ninguém tinha coragem de dormir. Ficamos com medo de piscar os olhos e algo acontecer com ele.

No dia seguinte, fomos para casa, mas tínhamos medo de colocá-lo no berço, ou no moisés e que acontecesse uma fatalidade. Por isso, ele dormia em nossa cama, entre mim e o Davi. Foi o jeito que arrumamos de conseguir dormir, pelo trauma que ficou com a situação.

E o safadinho pegou hábitos próprios, rapidinho. Pegou o costume, por exemplo,  de  enrolar os dedinhos fininhos nos meus cachos compridos e torcer de um jeito que só ele conseguia soltar. Sempre que mamava fazia isso. Também, era o sinal de que estava com sono. Acostumei a ter o meu cabelo sempre preso nos dedinhos dele. Era tão bom ter um bebê tranquilo. Ele não dava trabalho em nada.

Quando ele estava com quatro meses, tive que voltar a trabalhar. Ele ficou tão chateado comigo, que não me olhava no rosto. Ele era tão esperto que já sabia demonstrar o que sentia. Eu tinha direito a horário de amamentação até os seis meses. Então,  nessa fase, levavam-me o bebê para que eu pudesse amamentá-lo. Era tão incrível. Ele não me olhava. Eu sabia que era porque ele queria me ter por perto o dia todo.

Quando eu chegava em casa, à noite, ele não me largava. Se eu o deixasse para fazer qualquer coisinha, ele chorava demais. Eu tinha que ficar com ele colado em mim o tempo todo, para que me "perdoasse" pela minha ausência. E eu sentia muito a falta dele.

Depois de um tempo, comecei a me sentir mal e não sabia o que eu tinha. Eu inchava muito. Até as pálpebras. Uma médica fez vários exames e me encaminhou para uma endocrinologista. Eu estava com problema na glândula tireoide. O exame de sangue diagnosticou que eu estava com hipotireoidismo, ou seja, aquele problema que engorda e dá depressão. Então, comecei a tomar o hormônio na medida exata, pois a tireoide só estava funcionando trinta por cento.

**********

E hoje quero homenagear uma amiga especial e indicar o livro dela, que está em andamento aqui no Wattpad.

https://my.w.tt/nkMNAVLWDW

Ensinando o amor. Uma linda história. Espero que amem, como eu estou amando.

Muitos beijos e até breve.

Muitos beijos e até breve

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
IsadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora