Os sentimentos eram inversamente proporcionais: quanto mais minha paixão pelo Takeshi aumentava, mais meu casamento desmoronava.
Mas a vida continuava e eu tive que preparar a comemoração de dez anos da empresa. Contratei um buffet com muitas coisas gostosas, como assados e tábua de frios, além de vinho Concha y Toro, chileno.
Tive que fazer uma homenagem aos veteranos. Estava super nervosa, com medo que algo saísse errado. Eu fiquei responsável por tudo dessa festa. Foi bem trabalhosa, mas recompensadora. A certa altura, entabulei uma conversa com um colega novo e ele estava meio que dando em cima de mim. E o Takeshi ficou muito bravo. Foi nítido o ciúme dele. Então, quando eu percebi isso, fui lá e peguei na mão dele, na frente de todos. Ô coragem! Senti que ele se acalmou, depois disso.
Eu já estava no segundo ano da faculdade. No primeiro ano eu só tirei notas altas. Gostava muito de fazer o curso. Meu chefe me incentivava muito a terminar.
Tive que passar do turno da noite para o turno matutino, por insistência do Davi. Na realidade, ele me importunava todos os dias pedindo para eu parar de fazer essa faculdade.
____ Você não vai mais fazer essa faculdade! ____ esbravejava.
___ Por que eu não posso continuar? Eu estou indo bem. ____ eu praticamente implorava.
____ Porque eu não confio em deixar você sair sozinha. ____ falava com raiva.
Eu não respondia, porque não tinha voz com ele. Para falar a verdade, ele me assustava com sua arrogância e possessividade. Eu só queria me libertar, assim como me libertei da minha família. Ele me oprimia. E quanto mais ele era possessivo, mais eu queria fugir. Descobri também que quando eu estudava à noite, ele me seguia. Foi uma época bem difícil, porque ele era muito nervoso e mesmo assim, eu arriscava o meu pescoço.
Enquanto isso, minha paixão já ia até o céu, de tão grande. Não sabia o que fazer. Tinha medo de fazer alguma proposta e o Takeshi me recusar. Era um grande dilema. Sempre nos encontrávamos, mas só no trabalho. No entanto, um dia fui à locadora e encontrei-o pegando filmes também. Era feriado. Como sempre, nós nos cumprimentávamos com beijinhos no rosto. Sempre mesmo. Então, conversamos um pouco e ele saiu. Estava chovendo. Eu saí. Estava sozinha, de carro. Só depois que eu saí, que eu vi que ele estivera me esperando. Quando ele me viu indo embora, pegou o carro e partiu rapidamente. Quase me esbofeteei de raiva de mim mesma, por ser tão distraída.
Não tocamos no assunto. Então ele pegou férias e eu passei uma mensagem para ele ir lá, pois eu estava com saudade. Ele foi. Quando eu o encontrei, ele estava conversando com uma linda garota e corroí-me de ciúmes. Fiquei com raiva e não falei com ele. Era um desencontro total.
O Takeshi se formou no curso de Direito. Fui convidada, mas não tinha como ir sem dar bandeira. O Davi iria querer saber o porquê de eu querer ir. Então, fiquei só sabendo pelos outros como ele estava feliz e que havia dançado muito.
Parecia que eu vivia em mundos paralelos. Minha vida real, com o Davi e os meninos. E meu sonho perfeito com o Takeshi.
Qual seria o vencedor?
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Beijão, meninas lindas. Amo vocês.
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Isadora
Non-FictionÉ possível uma pessoa vencer diante de obstáculos, como um transtorno de personalidade, causado por maus-tratos na infância? É possível alguém suportar uma grande dor e decepção? Isadora conta sua trajetória desde sua mais tenra infância. Por favo...