Flor da Guerra

O sonho de servir

Dia 03/02

22:00

Hinata, uma humilde jovem de 17 anos que não aguentava mais ver tantas pessoas se sacrificarem na guerra para ter que salvar sua nação enquanto ela ficava parada. Seu pai nunca deu uma mínima chance de deixá-la servir ao exército por ser muito delicada e pelo simples fato de ser uma mulher, mas a perolada não desistiu de tentar.
A morena sempre seguiu em frente, mesmo contra a vontade de seu pai, manteve a cabeça erguida e treinava nas surdinas da noite.
Hinata se esforçava cada dia mais para que estivesse preparada a servir um bom batalhão, e para que ninguém a subestimasse por ser uma mulher.
Uma coisa que seria mais difícil para Hinata é o fato de que as mulheres não podiam servir o exército, mesmo assim ela não ligava, iria provar que era o suficiente e serviria para alguma coisa durante a guerra.
Hiashi, seu pai, sempre foi uma pessoa dura que não demonstrava suas emoções facilmente. O mais velho sempre foi uma inspiração para Hinata pois o mesmo já foi um antigo general do segundo melhor batalhão do país, mas acabou sendo afastado pois acabou se ferindo gravemente em uma guerra. Talvez tenha sido por isso também que ele não deixava Hinata virar soldada, no fundo ele tinha medo de acabar perdendo sua filha.
Em meio ao jantar, Hinata não conseguia falar nada, apenas queria dizer para seu pai e Neji que iria fazer o teste para poder servir ao exército no dia seguinte.
Neji, seu primo se sentia desconfortável ao vê-la tão inquieta, com isso resolveu perguntar sobre o que a incomodava tanto.

Neji: Vai dizer quando?– Hinata o olhou de forma confusa.

Hinata: D-Dizer o-o quê?– a insegurança estava estampada em seu olhar e obviamente não passou batido por Neji.

Hiashi: Você esteve agindo de maneira estranha desde ontem, fale logo o que está acontecendo...– disse de maneira indiferente, aparentemente ele também havia percebido.

Hinata: Bem, u-uma hora eu tinha que contar mesmo...– ela hesitou por alguns segundos– E-Eu tenho um teste para amanhã.

Neji: Teste?– perguntou confuso, mas Hiashi já havia percebido sobre o que era.

Hiashi: Se for o teste que estou pensando, desista, você não vai sair de casa amanhã– Hinata se calou por um momento e Neji ainda a olhava confuso, mas logo se ligou no que Hiashi de referia.

Neji: Hina, é sobre o teste para entrar no exército que você estava falando?– Hinata afirmou com a cabeça e Neji sentiu um pouco de pena da perolada, pois ele conhecia os sonhos de sua prima e sabia que eles não podiam se realizarem– Você sabe que as mulheres não podem servir, uma hora você terá que desistir disso!

Hinata: Neji-nii-san, é injusto tantas pessoas se sacrificaram na guerra sendo que estou parada, eu me sinto como se eles estivessem perdendo suas vidas atoa!– A perolada falava rápido, como se quisesse convencer seu pai e seu primo, mas logo foi interrompida por um tapa na mesa dado por Hiashi. O mais velho estava furioso, não aguentava mais ter que ouvir tantas baboseiras.

Hiashi: Chega dessa besteira! Do que adianta você ir para guerra e morrer em questão de segundos?! Todos treinam para nada!– ele cuspia as palavras de um jeito que fez Hinata se assustar, as lágrimas já escorriam pelo seu rosto delicado– Vá para o seu quarto!

Hinata: E-eu...– Hiashi teve que ser segurado por Neji para que não batesse em sua filha.

Com muita tristeza, Hinata correu para seu quarto e trancou a porta logo em seguida. Suas costas deslizaram pela porta até chegar no chão, a perolada pôs se a chorar copiosamente, seu sonho seria mesmo algo impossível?
Não, ela não iria desistir. Nada iria fazê-la desistir de algo que significava muito para ela e para um país inteiro.