00. Prólogo

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JULIE COOPER

Hoje é meu aniversário de dezoito anos. Como todos os anos, eu e minha família vamos até uma pizzaria para comemorar.

Digamos que o clima está bem "animado", mesmo que seja meu último aniversário com eles. Daqui três meses eu vou para a guerra e, provavelmente, ficarei fora por três anos.

Estava em meu quarto terminando de me arrumar, quando escuto a porta da sala se abrir e sei muito bem que se trata de minha irmã Lilie chegando em casa.

JULIEEEE!! - ela gritou subindo as escadas. Avisei que estava no quarto e a mesma logo entrou pulando em mim e me abraçando 一 PARABÉNS!!! - Ela disse me apertando forte, me fazendo rir.

一 Ei... precisava disso tudo?!

Apesar dos nossos oito anos de diferença, nos damos muito bem.

一 Desculpa... - ela riu me soltando 一 Bom, hoje é seu aniversário e eu comprei um presente para você. Convenhamos, é o melhor. - ela disse a última parte cochichando e sorrindo.

Assim que abri o pequeno embrulho, vi que havia um colar de coração, daqueles que se coloca foto - já com uma nossa -. Não pude deixar de me emocionar

一 Hoje é seu último aniversário comigo, então queria fazer você se lembrar de mim enquanto estiver lá. - Lilie se explica.

一 Ei, não é meu último aniversário com você... Eu só... é uma pausa, digamos assim. E eu nunca vou esquecer você pirralha! - falei abraçando ela 一 Agora... coloca ele para mim e vamos descer, o papai e a mamãe já devem estar nos esperando para sair.

Naquela noite eu estava muito feliz perto de quem eu amava, comemorando meu aniversário. Porém estava triste, saber que vou ficar três anos sem esse pequeno momento, me faz ficar com uma pontinha de dor no peito.

Mas, sei que assim que as coisas ficarem em paz, eu terei esses momentos de volta.

(...)

DARYL DIXON

Acabei de chegar em casa e, como sempre, as coisas estavam uma merda. Meu velho bêbado no sofá xingando todo mundo, Merle mais uma vez tinha ido embora. E o desgraçado ainda deixou um bilhete dizendo que volta.

É claro que volta, ele não consegue resolver os problemas sozinho.

一 Abre a porta muleque! - meu pai batia na porta do quarto 一 DARYL, ABRE ESSA PORRA! - Abri ela e meu pai quase caiu em cima de mim, totalmente bêbado.

一 O que você quer? - falei já cerrando os punhos.

一 Fala direito comigo... Depois... eu preciso de... dinheiro. - lógico que era dinheiro, o que ele mais ele iria querer conversar comigo? 一 Sei que teu irmão deixou uma grana aí contigo.

一 Eu não tenho mais. A grana que o Merle deixou mal pagaram as contas. - eu falei tentando conter a raiva e querendo que ele saísse, antes que aquela terminasse como as nossas outras "conversas".

一 Pagou as contas é? - riu debochado 一 Então tá, eu vou dormir. - ele ia saindo quando parou e me olhou 一 Se caso Merle voltar, fale para ele deixar mais alguma 'merreca por aí... - saiu e eu tranquei a porta.

Hoje eu nem sei se posso chamar "Will Dixon" de pai.

Antes da minha mãe morrer, ele até fazia papel de pai: Jogava bola comigo, levava eu e Merle para caçar e outras coisas, mas depois do que aconteceu... meu pai passou a beber, se drogar e até bater em mim e no meu irmão.

E olha só, ontem completei vinte anos... e o que ganhei? Mais uma surra e meu irmão caindo fora outra vez.

Será que, talvez se o mundo acabasse, eu iria "comemorar" meu aniversário?

O que eu tô falando? Meu pai iria me seguir até o inferno para me ver sofrer.

Fiquem à salvo. 🧟‍♀️🧟‍♂️

✔ Revisado

𝗮𝗺𝗼𝗿 𝗲𝗺 𝗺𝗲𝗶𝗼 𝗮 𝗴𝘂𝗲𝗿𝗿𝗮 ↯ d. dixonOnde histórias criam vida. Descubra agora