35. Em destino à lugar nenhum

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JULIE COOPER

Pela manhã, nos reunimos para decidir o nosso próximo destino.

一 Podemos mesmo tentar ir para Washington... - Abraham concordou com a idéia de Rick 一 Sabemos que a cura não existe, mas talvez a cidade ainda esteja de pé.

一 Pode ser que isso dê certo. Procuramos por uma casa grande lá e passamos um tempo. - Rick disse determinado.

一 Então quando vamos? Porque a viagem pode ser que leve duas ou três horas. - Glenn disse opinando sobre o assunto.

一 Não iremos hoje. Vamos juntar mais coisas, que possam durar pelo menos algumas semanas. - respondi 一 A maioria de nossas coisas já estão no ônibus, para o caso de uma emergência.

Depois que fizemos a reunião, decidimos ir mais uma vez na pequena cidade da região. Fomos em mercados, lojas de roupas, já que o inverno se aproximava. Quando tínhamos boas coisas, voltamos para a igreja.

Chegamos à noite e guardamos as coisas que conseguimos no ônibus e levamos um pouco de comida para a igreja. Tínhamos acabado de comer quando Beth nos colocou em alerta.

一 Tem um bando saindo da floresta e indo para frente da porta! - ela disse olhando para fora e para nós.

一 Temos que sair daqui. Juntem as coisas que conseguirem e vão para o ônibus pelas portas do fundo! - Rick disse e foi junto de Daryl e Dante segurar a porta.

Peguei Judy, suas coisas e ajudei os outros a irem para o ônibus. Quando chegamos lá, vimos que a porta cedeu e os três saíram correndo.

ABRAHAM, DÊ PARTIDA! - Rick disse alto, já pulando para dentro do veículo.

O ruivo logo nos colocou na estrada. Mais uma vez estamos aqui, em destino a lugar nenhum.

UM ANO E MEIO DEPOIS

Já se passaram quase dois anos que saímos da igreja. Sei disso pois Judith já está andando e sabe dizer enrolado algumas palavras.

Logo quando saímos de lá, fomos rumo à Washington, mas as estradas estavam infestadas de zumbis, não tinhamos como passar, então decidimos voltar. Encontramos uma cabana na floresta, ficamos lá por alguns meses, mas as fortes chuvas não deixaram que ficássemos lá para sempre.

Nosso ônibus estragou logo depois que encontramos a cabana, então de lá para cá, nesses três meses, nós estamos continuando a pé, sempre parando em casas abandonadas ou em postos de gasolina.

Todos estamos cansados, com fome e sede. Nos revezavamos para carregar Judith. Quando temos que correr, pelo seu tamanho, não tem como uma pessoa só levá-la.

Já estamos caminhando a um bom tempo desde a última parada.

一 Eu... não aguento mais... - Lilie disse ofegante, se jogando no chão.

一 Vamos parar, só um pouco galera. - Tara pediu ofegante e acompanhou minha irmã.

一 Tudo bem, vamos descansar um pouco, mas fiquem prontos para qualquer coisa. - Rick disse e os outros também se sentaram.

一 Estou faminta! - Beth disse colocando a mão sobre a barriga.

一 Vou ver se acho algum animal. Você vem loira? - Daryl disse entrando na floresta e eu acompanhei. Em todo esse tempo, ele me ensinou um pouco sobre caça e rastreio.

Infelizmente não tinha nenhum animal ali. O único barulho que tinha era dos trovões, indicando que a qualquer momento poderia chover. Vimos um celeiro mais para frente, escondido no meio de algumas árvores grandes.

一 Vamos voltar, não tem nada por aqui. - falei e já estava pronta para virar, mas Daryl me puxou pela cintura. 一 Não tão rápido. - ele me deu um beijo que só ele tinha. Segurava forte em meu cabelo e apertava minha cintura contra seu corpo. Quando nos separamos ele me olhou e sorriu. 一 Agora sim loira.

Voltamos para o grupo. Sentamos no acostamento, no mesmo instante em que escutamos um barulho vindo da floresta, eram cachorros. Eles começaram a latir e Sasha acabou matando eles sem dó e nós acabamos almoçando eles.

Mais para frente, no meio da estrada, haviam vários galões de água com um papel escrito "De um amigo".

一 É de um amigo... Vamos beber? - Dante perguntou olhando para mim e Rick.

一 Não! Não sabemos de quem é... vai que colocaram alguma coisa ai. - respondi para ele.

一 Estou com sede e só tem uma forma de saber se é boa. - Eugene abaixou e pegou uma das garrafas. Quando ele estava prestes a virar na boca, Rick e Abraham o impediram.

No mesmo segundo, ouvimos um trovão e a chuva começou a cair. Aproveitamos ela enquanto podia, pois começou a ficar forte. Carl pegou Judith no colo e tentou proteger a irmã com seu chapéu e uma blusa.

一 Rick! Tem um celeiro, na floresta! - Daryl avisou sobre o que tínhamos visto mais cedo.

Fomos até lá e entramos, logo a chuva caiu de vez. Só havia uma zumbi podre por ali. Fizemos uma fogueira e sentamos em volta para nos aquecer. Eu e Daryl sentamos em um canto para conversarmos.

一 Cadê a bravinha? - ele me perguntou.

一 Está com o irmão. - sorri.

一 Estava você quis dizer né? - Lilie apareceu com Carl ao seu lado e Judith no colo. 一 Ela está te chamando.

一 Me dê ela... - Lilie me entregou a menina, que logo parou de chorar. Ajeitei ela no meu colo e comecei a cantar baixinho uma canção de ninar. Ela foi fechando os olhos e logo dormiu. 一 Pronto. - disse em um sussurro, o grupo me olhava sorrindo.

一 Milagres de Julie Cooper. - Carl brincou e rimos baixinho.

O Dixon passou seu braço em meu ombro, me aproximando e aconchegando em seu corpo.

一 Ela já sabe onde se sentir segura nesse mundão. - ele comentou, passando a mão nos cabelos de Judith.

一 Eu também sei. - dei um beijo nele. Coloquei minha filha em cima de um cobertor e me sentei de volta, ouvindo Rick contar uma história para nós.

De repente ouvimos o barulho da porta do celeiro batendo e alguns zumbis tentando entrar. Todo o grupo foi fazer força para empurrar e segurar. Logo, os mortos foram se afastando e o vento parando, e nós conseguimos ir dormir.

Revisado. ✔

𝗮𝗺𝗼𝗿 𝗲𝗺 𝗺𝗲𝗶𝗼 𝗮 𝗴𝘂𝗲𝗿𝗿𝗮 ↯ d. dixonOnde histórias criam vida. Descubra agora