- Ainê! - Dona Dina largou o pano de prato na cozinha e veio até a sala me abraçar - que bom que você veio, minha querida.
- Que cheiro bom é esse? - perguntei depois de abracá-la, já com água na boca.
- Fiz várias coisas gostosas pra você, meu amor. Vem aqui comigo - ela puxou minha mão e me levou até a cozinha.
- Pra mim você não faz nada disso, né, mãe? - seu filho fingiu estar com ciúmes.
- Eu já te mimei muito nessa vida, Philippe - dona Dina deu um tapa fraquinho no braço dele.
- Experimenta aqui, Ainê - ela mergulhou uma colher na panela de arroz e pegou só a água.
- Muito bom - fui sincera.
- Você sabe cozinhar, Nê? - foi a vez de Philippe perguntar.
- Sou péssima na cozinha! - rimos - só sei fazer algumas coisas porque fiz uma viagem pra fora e fiquei muito tempo sozinha. Então minha mãe me ensinou. Até mês retrasado, eu mal sabia fritar um ovo!
- Philippe é a mesma coisa, menina - ela riu - ele não sabe quebrar um ovo.
- Mas eu até que sei fazer brigadeirão, né, mãe? - ele perguntou,rindo.
- Dá pro gasto - ela respondeu com humor.
- E o resto do pessoal? - Philippe perguntou dando uma mordida em uma asinha de frango.
- Seu pai foi ao mercado pra pegar pão de alho. O Cristiano, a Ju e as crianças foram ao zoológico de manhã, mas já devem estar chegando. - ela respondeu.
- Que família unida - comentei com eles.
- A sua família não é assim, querida? - dona Dina perguntou.
- Até que sim. Meu pai e minha mãe se separaram quando eu era criança, mas sempre manteram uma boa relação. Minha mãe se casou com o meu padrasto, Pedro, e teve duas filhas, Carol e a Rebecca. Meu pai teve duas filhas com a Flávia, Aira e Íris. Depois, eles se separaram e meu pai se casou novamente, dessa vez com a Elen. Ele teve dois filhos, a Heleninha e o Antônio.
- Bem que você disse que tinha uma quantidade absurda de irmãos - Philippe falou e nós rimos.
- Pois é - suspirei - mas eu amo muito todos eles. Só não tenho muito contato com a Aira e a Iris.
- Qual sua profissão? - dona Dina perguntou.
- Eu sou fisioterapeuta - expliquei.
- Quando eu era mais nova, sonhava em ser professora. Com o passar do tempo, achei um excelente marido que me deu meus maiores tesouros - ela passou a mão no rosto de philippe, o mesmo apenas beijou as costas da mão de sua mãe - então fiquei na vida de dona de casa mesmo, mas eu adoro! Toda semana vou ver meus netos, saio com minhas amigas e a casa tá sempre arrumadinha.
- Minha mãe também é dona de casa - comentei.
- Queria conhecer sua mãe qualquer dia, querida. Uma pena ela não ter vindo hoje.
- Uma pena mesmo - suspirei - vamos combinar de fazer um almoço lá em casa qualquer dia desses.
- Comida? Já tô lá - Philippe disse e nós rimos.
- Vó? - ouvi uma menina gritar lá da sala.
- Aqui na cozinha, Duda - dona Dina gritou de volta.
A menina chegou saltitando na cozinha. Logo em seguida, veio um menino também.
- Oi, amores - Esmeraldina deu um abraço nos dois - como foi o passeio?

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two hearts
FanfictionAinê já sofreu muito no passado por amor. Após sair de um relacionamento conturbado, encontra Philippe por acaso. Os dois viram melhores amigos, mas um sentimento forte de ambas as partes fala mais alto. "sou seu confidente não vai ser pecado seu...