capítulo 10

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- Ainê! - Dona Dina largou o pano de prato na cozinha e veio até a sala me abraçar - que bom que você veio, minha querida.

- Que cheiro bom é esse? - perguntei depois de abracá-la, já com água na boca.

- Fiz várias coisas gostosas pra você, meu amor. Vem aqui comigo - ela puxou minha mão e me levou até a cozinha.

- Pra mim você não faz nada disso, né, mãe? - seu filho fingiu estar com ciúmes.

- Eu já te mimei muito nessa vida, Philippe - dona Dina deu um tapa fraquinho no braço dele.

- Experimenta aqui, Ainê - ela mergulhou uma colher na panela de arroz e pegou só a água.

- Muito bom - fui sincera.

- Você sabe cozinhar, Nê? - foi a vez de Philippe perguntar.

- Sou péssima na cozinha! - rimos - só sei fazer algumas coisas porque fiz uma viagem pra fora e fiquei muito tempo sozinha. Então minha mãe me ensinou. Até mês retrasado, eu mal sabia fritar um ovo!

- Philippe é a mesma coisa, menina - ela riu - ele não sabe quebrar um ovo.

- Mas eu até que sei fazer brigadeirão, né, mãe? - ele perguntou,rindo.

- Dá pro gasto - ela respondeu com humor.

- E o resto do pessoal? - Philippe perguntou dando uma mordida em uma asinha de frango.

- Seu pai foi ao mercado pra pegar pão de alho. O Cristiano, a Ju e as crianças foram ao zoológico de manhã, mas já devem estar chegando. - ela respondeu.

- Que família unida - comentei com eles.

- A sua família não é assim, querida? - dona Dina perguntou.

- Até que sim. Meu pai e minha mãe se separaram quando eu era criança, mas sempre manteram uma boa relação. Minha mãe se casou com o meu padrasto, Pedro, e teve duas filhas, Carol e a Rebecca. Meu pai teve duas filhas com a Flávia, Aira e Íris. Depois, eles se separaram e meu pai se casou novamente, dessa vez com a Elen. Ele teve dois filhos, a Heleninha e o Antônio.

- Bem que você disse que tinha uma quantidade absurda de irmãos - Philippe falou e nós rimos.

- Pois é - suspirei - mas eu amo muito todos eles. Só não tenho muito contato com a Aira e a Iris.

- Qual sua profissão? - dona Dina perguntou.

- Eu sou fisioterapeuta - expliquei.

- Quando eu era mais nova, sonhava em ser professora. Com o passar do tempo, achei um excelente marido que me deu meus maiores tesouros - ela passou a mão no rosto de philippe, o mesmo apenas beijou as costas da mão de sua mãe - então fiquei na vida de dona de casa mesmo, mas eu adoro! Toda semana vou ver meus netos, saio com minhas amigas e a casa tá sempre arrumadinha.

- Minha mãe também é dona de casa - comentei.

- Queria conhecer sua mãe qualquer dia, querida. Uma pena ela não ter vindo hoje.

- Uma pena mesmo - suspirei - vamos combinar de fazer um almoço lá em casa qualquer dia desses.

- Comida? Já tô lá - Philippe disse e nós rimos.

- Vó? - ouvi uma menina gritar lá da sala.

- Aqui na cozinha, Duda - dona Dina gritou de volta.

A menina chegou saltitando na cozinha. Logo em seguida, veio um menino também.

- Oi, amores - Esmeraldina deu um abraço nos dois - como foi o passeio?

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