Dois meses depois...
- Já vai começar, amor - meu namorado gritou da sala.
- Tô indo - tirei a pipoca do microondas e despejei o conteúdo em uma bacia, correndo para a sala com o recipiente em mãos logo em seguida. Sentei ao seu lado e segurei uma de suas mãos, concentrado o olhar para a televisão.
Há um mês atrás, Philippe havia jogado no time de Munique como titular pela primeira vez depois da lesão. Foram vários gols e assistências, ele realmente havia melhorado muito. Isso já era o suficiente para a maioria dos brasileiros cobrarem a sua convocação na Copa América, que começaria no final de maio.
A cada jogador que o técnico da seleção brasileira falava, meu coração quase saia pela boca de tanta ansiedade. Philippe não estava diferente.
- Meio-campistas - Tite começou a dizer - Fabinho, Liverpool. Arthur, Barcelona. Casemiro, Real Madrid. Philippe Coutinho, Bayern de Munique...
- AAAAAAA - pulei desesperadamente no colo de Philippe, fazendo com que toda a pipoca que estava no meu colo se esparramasse pelo chão. Luke veio desesperadamente e começou a comê-las - LUKE, NÃO! - gritei e Philippe riu.
- Vem cá, garotão - Philippe bateu de leve na minha coxa e Luke subiu no meu colo, ficando em cima de nós dois.
- Parabéns, minha vida, você merece - dei um beijo demorado em sua bochecha.
- Eu te amo - ele sorriu e me puxou para deitar em seu peito. O cachorro no meu colo latiu alto - o papai te ama também, Luke - Philippe disse, me fazendo rir.
Um mês depois...
Philippe narrando:
- Banheiro. Eu preciso ir ao banheiro - Ainê falou assim que saímos do avião.
- Vem, eu te levo - a abracei pela cintura e começamos a andar pelo aeroporto do Rio de Janeiro até chegar ao banheiro que, por sorte, não tinha fila. Ainê entrou sozinha enquanto eu esperava lá fora segurando as malas de mão - tudo certo? - perguntei assim que ela voltou minutos depois.
Ela assentiu com a cabeça.
- Traz minha mala, por favor. Meu cabelo tá todo bagunçado - ela pediu e eu entrei no banheiro com ela, revirando a mala até achar um pente.
- Aqui - entreguei o objeto para ela, que soltou o cabelo e começou a penteá-lo em frente ao espelho. Fechei a porta do local.
- Por que você fechou a porta?
- Pras pessoas que estarem fora não ficarem olhando - falei como se fosse óbvio.
- Agora que você fechou, vão pensar que nós estamos transando.
- Por que nós estaríamos transando?
- Não sei - ela deu de ombros - você faz o tipo safado.
- É nojento transar no banheiro do aeroporto - fiz uma careta.
- Mas no banheiro do avião não é, né? - ela riu, se referindo a uma viagem que fizemos a Itália um mês atrás.
- Vamos, essa viagem deve ter afetado seu cérebro - ri.
- E o meu ouvido. Já te falei que meu ouvido tá doendo?
- Já, umas mil vezes - exagerei e ela mostrou a língua.
Depois de pegarmos as malas maiores e passarmos pelos seguranças, pegamos um táxi e voltamos pra nossa casa.
- Tô morto de cansaço. Só quero deitar e dor... - parei de falar assim que entrei em casa e dei de cara com minha mãe sentada no sofá.

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two hearts
Fiksi PenggemarAinê já sofreu muito no passado por amor. Após sair de um relacionamento conturbado, encontra Philippe por acaso. Os dois viram melhores amigos, mas um sentimento forte de ambas as partes fala mais alto. "sou seu confidente não vai ser pecado seu...