capítulo 57

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Dois meses depois...

- Já vai começar, amor - meu namorado gritou da sala.

- Tô indo - tirei a pipoca do microondas e despejei o conteúdo em uma bacia, correndo para a sala com o recipiente em mãos logo em seguida. Sentei ao seu lado e segurei uma de suas mãos, concentrado o olhar para a televisão.

Há um mês atrás, Philippe havia jogado no time de Munique como titular pela primeira vez depois da lesão. Foram vários gols e assistências, ele realmente havia melhorado muito. Isso já era o suficiente para a maioria dos brasileiros cobrarem a sua convocação na Copa América, que começaria no final de maio.

A cada jogador que o técnico da seleção brasileira falava, meu coração quase saia pela boca de tanta ansiedade. Philippe não estava diferente.

- Meio-campistas - Tite começou a dizer - Fabinho, Liverpool. Arthur, Barcelona. Casemiro, Real Madrid. Philippe Coutinho, Bayern de Munique...

- AAAAAAA - pulei desesperadamente no colo de Philippe, fazendo com que toda a pipoca que estava no meu colo se esparramasse pelo chão. Luke veio desesperadamente e começou a comê-las - LUKE, NÃO! - gritei e Philippe riu.

- Vem cá, garotão - Philippe bateu de leve na minha coxa e Luke subiu no meu colo, ficando em cima de nós dois.

- Parabéns, minha vida, você merece - dei um beijo demorado em sua bochecha.

- Eu te amo - ele sorriu e me puxou para deitar em seu peito. O cachorro no meu colo latiu alto - o papai te ama também, Luke - Philippe disse, me fazendo rir.

Um mês depois...

Philippe narrando:

- Banheiro. Eu preciso ir ao banheiro - Ainê falou assim que saímos do avião.

- Vem, eu te levo - a abracei pela cintura e começamos a andar pelo aeroporto do Rio de Janeiro até chegar ao banheiro que, por sorte, não tinha fila. Ainê entrou sozinha enquanto eu esperava lá fora segurando as malas de mão - tudo certo? - perguntei assim que ela voltou minutos depois.

Ela assentiu com a cabeça.

- Traz minha mala, por favor. Meu cabelo tá todo bagunçado - ela pediu e eu entrei no banheiro com ela, revirando a mala até achar um pente.

- Aqui - entreguei o objeto para ela, que soltou o cabelo e começou a penteá-lo em frente ao espelho. Fechei a porta do local.

- Por que você fechou a porta?

- Pras pessoas que estarem fora não ficarem olhando - falei como se fosse óbvio.

- Agora que você fechou, vão pensar que nós estamos transando.

- Por que nós estaríamos transando?

- Não sei - ela deu de ombros - você faz o tipo safado.

- É nojento transar no banheiro do aeroporto - fiz uma careta.

- Mas no banheiro do avião não é, né? - ela riu, se referindo a uma viagem que fizemos a Itália um mês atrás.

- Vamos, essa viagem deve ter afetado seu cérebro - ri.

- E o meu ouvido. Já te falei que meu ouvido tá doendo?

- Já, umas mil vezes - exagerei e ela mostrou a língua.

Depois de pegarmos as malas maiores e passarmos pelos seguranças, pegamos um táxi e voltamos pra nossa casa.

- Tô morto de cansaço. Só quero deitar e dor... - parei de falar assim que entrei em casa e dei de cara com minha mãe sentada no sofá.

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