A notícia do aneurisma da minha mãe caiu como uma bomba nas nossas vidas. Os nossos dias se resumiam em aproveitar ao máximo com ela. Mesmo que ela pudesse fazer as coisas normalmente, procurei poupá-la um pouco. O médico passou os devidos remédios e ela os tomava certinho. Me dói o coração vê-la assim, mas eu não posso fazer nada. Sei que essa dor que eu estou sentindo não é nem um terço da que ela sente, principalmente pelos remédios.
- Oi, mãe - abri as janelas de seu quarto. Pedro já havia saído para trabalhar, mas ele tentaria conseguir umas férias em breve - vamos acordar - sentei na beirada da cama e a abracei.
- Bom dia, filha - me abraçou de volta - pra que esse animação toda? - riu e se sentou ao meu lado.
- Se arruma - me levantei - nós vamos dar uma volta.
- Pra onde? - perguntou.
- Você vai ver - fiz mistério - lá fora tá calor. Vou tomar um banho porque acabei de voltar da academia, mas é bem rápido. O café tá na mesa.
Sai do seu quarto e fui para o meu. Entrei embaixo do chuveiro e deixei a água fria escorrer pelo meu corpo. Lavei o cabelo com um shampoo e um condicionador de abacate que eu amo. Como eu tenho muito cabelo, uso duas toalhas: uma pro cabelo e outra pro corpo. Enrolei a toalha em meu cabelo e sai do banheiro. Coloquei um cropped preto e um shorts jeans branco. Calcei uma sandália. Coloquei alguns acessórios, borrifei o perfume e arrumei meu cabelo. Me olhei na frente do espelho e gostei do resultado. Pendurei as toalhas no box e fui ver se minha mãe já estava pronta.
- Vamos? - perguntei ao vê-la sentada no sofá da sala mexendo no celular.
- Claro - trancou a porta principal e adentramos ao meu carro.
Em poucos minutos, chegamos ao nosso destino.
- Que lugar enorme, filha - descemos do carro - é a casa de quem?
- Promete que não vai ficar brava? - ri.
- Não prometo nada - cruzou os braços.
- É do Philippe, mãe - apertei a campainha - ele nos convidou para vir aqui.
- Que bom - sorriu - acho que fui muito rude da última vez que nos encontramos.
De início, achei estranha a sua reação, mas não comentei pois a mãe do meu amigo já estava vindo abrir o portão.
- Oi, querida - me abraçou - que bom que aceitou o convite.
- Oi, dona Dina - a abracei também - como a senhora está?
- Tô bem, graças a Deus - sorriu e olhou para minha mãe - prazer, Esmeraldina.
- Prazer, Inês - elas se abraçaram também.
- Vamos entrar, minha gente - fez sinal para que nós a acompanhássemos - Philippe, a Ainê chegou - gritou já dentro da sala.
Ele desceu as escadas correndo e me abraçou. O abracei com força também. Em seguida, cumprimentou minha mãe.
- Bom dia, dona Inês - disse ele.
- Bom dia, Philippe - sorriu.
- Aceita um café, Inês? - Esmeraldina ofereceu - assim, nós podemos nos conhecer melhor enquanto eles conversam.
- Claro - foram até a cozinha.
- Pra que correr na escada desse jeito? - ri, apertando seu nariz.
- Eu tava com saudade de você - passou o braço direito pelo meu pescoço e eu passei o braço esquerdo em volta de sua cintura.
- Mas nem faz tanto tempo que nós nos vemos pela última vez - ri.

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two hearts
FanfictionAinê já sofreu muito no passado por amor. Após sair de um relacionamento conturbado, encontra Philippe por acaso. Os dois viram melhores amigos, mas um sentimento forte de ambas as partes fala mais alto. "sou seu confidente não vai ser pecado seu...