Philippe narrando:
Por sorte, consegui segurar Ainê quando ela pulou em meu colo e envolveu as pernas em volta da minha cintura.
- O que foi? - perguntei, preocupado.
Ela respirou fundo antes de responder.
- Acho que um rato acabou de passar pelo meu pé - falou, por fim.
Ri da confusão, a colocando no chão novamente.
- É o pipoca - expliquei a ela.
- Você deu um nome pra um rato? - perguntou, confusa.
- Não - ri mais ainda - é o cachorro das crianças. Ele fica aqui de vez em quando. Não sei a raça, mas é bem pequena. Quer vê-la?
- Claro.
Chamei o cachorro, que veio correndo ao nosso encontro.
- Ei, cara, vem aqui - abaixei e peguei o pequeno cachorro branco no colo.
- É um Spitz alemão - ela sorriu, pegando Pipoca do meu colo e fazendo carinho no mesmo.
- Mas então, você tem medo de ratos? - perguntei, pressionando os lábios para não rir.
- Vai me dizer que você não tem?
- Nunca vi um pra saber - fui sincero.
- Sorte sua.
- Por que esse medo todo? .
- Um dia eu estava brincando na garagem da minha antiga casa e confundi um rato com minha boneca - contou e eu comecei a rir - para de rir, Philippe!
- Sua boneca não se depilava? - brinquei.
- Escuta, eu só não te bato porque o pipoca tá no meu colo - pude ver que ela estava falando a verdade.
- Tenho mais medo de quando você fala isso do que de ratos.
- Idiota - revirou os olhos - acho que ele está com sono.
Ela colocou o cachorro no chão. Pipoca foi andando até sua pequena cama na cozinha.
- Eu também tô com sono - a lembrei.
- Por isso você está chato - ela disse e eu ri. Subimos as escadas, indo até o quarto.
Abracei Ainê por conta do frio e ela novamente coloquei a coberta sobre nós. Ela aninhou a cabeça em meu peito antes de fechar os olhos.
- Boa noite, Philippinho - sorriu.
- Boa noite.
Fiquei a analisando por um tempo, até ouvir sua respiração ficar leve, sinal de que ela havia dormido. Sorri com a cena e também fechei os olhos, tendo certeza que eu teria uma ótima noite de sono.
manhã seguinte:
Acordei meio desnorteado, olhando para os lados e não avistando Ainê. Fiz minhas higienes matinais e fui até o andar de baixo, me deparando com ela e minha mãe assistindo televisão juntas enquanto conversavam.
- Bom dia - ouço Ainê me cumprimentar, sorrindo como sempre.
- Bom dia - sorri também. Fui até lá e dei um beijo em sua testa - bom dia, mãe.
- Bom dia, filho - deu um beijo em minha bochecha.
- Faz tempo que você tá acordada, Nê? - pergunto.
- Um pouco, mas sua mãe está me fazendo companhia - respondeu.
- Ainê não tomou café da manhã - minha mãe comentou - ela estava te esperando.
- Vamos à cozinha - digo e a mesma me acompanha até lá.
- Antes que eu esqueça de te dizer, a festa do Alisson vai ser na casa dele.
- Tenho que pedir para ele me mandar o endereço - comentei enquanto despejava o café na xícara.
Ela tomou um gole de seu café e fez uma careta.
- Porra, está quente - reclamou.
- Você achava que iria estar frio? - debochei.
Ela mostrou a língua.
- Quer que eu te dê uma carona até a festa? - pergunto.
- Que horas você passa pra me pegar?
- 19 horas - respondo - tá bom pra você?
Ela assentiu com a cabeça.
- Eu queria ir à praia hoje - suspirou e olhou o céu pela porta de vidro. O tempo estava nublado e chovia muito. Provavelmente, vários pontos do Rio já estavam alagados.
- Praia? - perguntei.
- É - volta a comer - queria pegar uma cor para ir viajar.
- Falando nisso, vou te buscar segunda a noite. Você dorme aqui e nós vamos pro aeroporto às 4 horas da manhã com o meu carro, ok?
- Estarei pronta - terminamos de comer e colocamos os pratos na pia - eu lavo a louça.
- Pode ir lá na sala com a minha mãe - digo - eu lavo isso aqui.
- Se você insiste... - saiu da cozinha, rindo. Terminei de lavar a louça e sequei as mãos no pano de prato.
- Cadê a Ainê? - perguntei para minha mãe.
- Ela foi pro quarto - avisou sem tirar os olhos da televisão.
Subi as escadas e a porta do quarto estava entreaberta. Dei duas batidas por precaução.
- Posso entrar? - perguntei ainda do lado de fora.
- Sim - respondeu. Ainê estava deitada na cama mexendo no celular. Me aproximei e deitei ao seu lado.
- O que você está vendo? - dei uma espiada no celular e vi que a mesma estava conversando com um cara - quem é Daniel?
- Um cara aí com quem tenho encontro - deu de ombros.
- Eu conheço? - perguntei por curiosidade.
Ela me olhou confusa por alguns instantes e logo voltou a atenção para o celular, digitando rapidamente um "Te vejo lá!!!".
Sim, com três pontos de exclamação.
Três.
- Vocês se conhecem faz tempo? - continuei a perguntar.
- Não muito - pensou um pouco - peguei o contato dele através de uma amiga.
Apenas assenti com a cabeça, com um sentimento meio estranho de... ciúmes? Não, não podia ser.
- Está pensando em que? - olhou para mim.
- Em onde nós podemos almoçar - inventei uma desculpa qualquer, mas mesmo assim percebi ela me olhava desconfiada.
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two hearts
FanficAinê já sofreu muito no passado por amor. Após sair de um relacionamento conturbado, encontra Philippe por acaso. Os dois viram melhores amigos, mas um sentimento forte de ambas as partes fala mais alto. "sou seu confidente não vai ser pecado seu...