Ainê narrando:
dia seguinte...
Escolhi um vestido chique e ao mesmo tempo básico para o encontro com o Daniel. Calcei uma sandália branca e optei por levar uma bolsa verde escuro. Inimiga da moda? Talvez...
Dei mais um gole na água que o garçom trouxera, nervosa. Há tanto tempo que eu não ia em um encontro que tinha a sensação de que esqueci de como era. Daniel voltou do banheiro em poucos minutos e nós voltamos a conversar.
Não sei se o problema era ele ou eu, mas com certeza foi um dos encontros mais chatos que eu já tive na vida.
Provavelmente ele também não havia gostado, pois decidimos não pedir sobremesa. Nos despedimos com um abraço sem graça e fiquei de ligar para ele. Mas eu não iria ligar. E ele com certeza sabia disso.
Ainda eram 21 horas. Eu já estava toda arrumada mesmo, então decidi convidar uma pessoa para darmos uma voltinha.
Início de ligação
- Alô? Philippe?
- Oi? Ainê?
- Hm... Lembra daquela sobremesa que você ficou me devendo aquele dia?
...
Em 30 minutos Philippe veio me pegar em frente ao restaurante para sairmos. Eu realmente estava pensando em ir em uma sorveteria, mas ele disse que não havia saído de casa só pra tomar sorvete e que queria fazer algo mais legal.
Não sei como ele conseguiu me convencer a ir em uma festa, porque eu realmente não estava no clima. Talvez tenha me vencido pela persistência, mas quando vi eu já havia entrado em seu carro.
- Quer colocar a nossa playlist? - perguntou.
- Nossa? - não pude deixar de sorrir ao ouvir aquilo.
- Você é a única que gosta dela tanto como eu, então é nossa - sorriu também, sem tirar os olhos do volante.
Um tempo depois me dei conta de que ele estacionou o carro em frente a balada em que nós viemos uns dias atrás
- Chegamos - descemos do carro e fomos até a pequena fila que se formara no local - quero duas entradas para o camarote - pediu a mulher que entregava as pulseiras.
Ela deu uma olhada rápida para mim e demorou o olhar sobre Philippe.
- Sinto muito, o camarote está lotado - a recepcionista pegou um chiclete em sua bolsa e começou a mastigar de boca aberta.
- Então quero duas entradas mesmo - pagou os ingressos e a mulher nos entregou duas pulseiras rosas.
- Se divirtam - disse ela sem ao menos olhar para nós dois - próximo - chamou o homem que estava atrás de nós.
- Coloca pra mim, por favor? - pedi a Philippe mostrando minha pulseira.
- Pronto - disse depois de amarrar a pulseira em meu braço - você vai querer beber o que?
- Tanto faz - dei de ombros - Mas vou pegar leve hoje.
- Vamos até o bar - Philippe pegou em minha mão e fomos pegar as bebidas. Como a pista de dança estava lotada, tive que pedir licença a todos que estavam ali, esbarrando em muitos - me vê duas cervejas, por favor - pediu ao balconista quando chegamos ao bar.
- É pra já - o homem foi até o frizzer e pegou duas latinhas. Philippe me entregou uma e abriu a sua, dando um gole em seguida.
- Valeu - agradeceu o rapaz e se virou para mim - vamos ficar ali perto da saída?
Observei o que estava acontecendo ao meu redor. Várias pessoas estavam na pista dançando. Algumas estavam espalhados pelos cantos se agarrando.
- É melhor nós irmos para lá mesmo - pedi licença novamente as pessoas para passar. Quando chegamos perto da saída, começou a tocar "Vamos pra gaiola". Ainda com o barulho alto da música, pude ouvir sirenes de polícia lá fora - você está ouvindo isso? - pergunto para Philippe.
- Estou - disse em um tom de preocupação. De repente, cinco caras entraram pela porta principal. A música parou de tocar e todos começaram a sussurrar se perguntando o que estava acontecendo. O barulho de tiros começou a ecoar pelo local.
- TODO MUNDO PRO CHÃO - um homem que estava no bar gritou.

VOCÊ ESTÁ LENDO
two hearts
FanfictionAinê já sofreu muito no passado por amor. Após sair de um relacionamento conturbado, encontra Philippe por acaso. Os dois viram melhores amigos, mas um sentimento forte de ambas as partes fala mais alto. "sou seu confidente não vai ser pecado seu...