Os bandidos se misturaram entre as pessoas, fazendo com que todos começassem a gritar e se abaixar para tentarem se proteger dos tiros. Eu e Philippe fizemos o mesmo. Alguns policiais entraram logo em seguida e começaram a vasculhar o local.
- Ainê? - Philippe passou a mão pelo meu braço. Assustei com o seu toque em minha pele e me virei para vê-lo - respira fundo. Nós vamos conseguir sair daqui - disse ao perceber que eu estava chorando.
- Por que isso tá acontecendo? - encosto na parede, abraçando os joelhos.
- Vem cá - me envolveu em um abraço. Cheguei mais perto e encostei minha cabeça em seu ombro. Mais policiais chegaram ao local. Alguns ficaram na porta vigiando enquanto outros entraram e foram até os quartos.
- Ei, vocês dois - um policial sussurrou para mim e para Philippe - podem ir saindo. Saiam agachados.
- Obrigado - Philippe começou a engatinhar até a saída. Eu não conseguia sair do lugar. Estava em estado de pânico. O policial fez sinal para que eu saísse logo, mas não consegui me mover. Meu corpo todo estava tremendo. Philippe voltou e começou a me puxar - se você não sair agora, pode piorar - ao ouvir o mesmo falar isso, sai de lá engatinhando atrás dele. Ao chegar a calçada, nos levantamos e fomos correndo até o carro. Meu amigo abriu a porta do carro para mim e entrou logo em seguida - calma. Já tá tudo bem - me abraçou. O abracei também e comecei a chorar mais ainda - eu tô aqui.
Ficamos assim pelo que pareceu uma eternidade. Philippe em instante algum me soltou ou parou de passar a mão pelas minhas costas.
- Vamos embora? - pedi entre soluços.
- Claro - colocou a chave na ignição e saímos de lá. Ao olhar de relance para a boate, vi que algumas pessoas estavam saindo aos poucos, assim como nós fizemos. Passei a mão no rosto e coloquei o cinto. Philippe logo parou o carro e olhei ao redor para ver onde estávamos. Era um posto de gasolina bem iluminado - o frentista vai abastecer o carro enquanto eu vou ali na loja de conveniência pagar.
- Eu vou com você - digo - não quero ficar sozinha.
- Então, vem - descemos do carro e fomos até a loja - vou pegar uma água pra você.
- Tá - fiquei ali na frente do balcão esperando.
- Tá tudo bem? - a atendente me pergunta - ele tá fazendo alguma coisa contigo?
- Não, moça - forcei um sorriso - nós dois acabamos de sair do meio de um tiroteio - suspirei.
- Eu sinto muito - passou a mão pelo meu braço.
- Pronto - Philippe entregou a garrafinha de água na minha mão e dá um beijo em minha testa. Logo em seguida, Philippe pagou pela gasolina e pela água para sairmos logo dali. Me despedi da mulher simpática com um aceno de mão e segui de mãos dadas com Philippe até o carro - pra onde você quer ir? - perguntou após adentrarmos o carro.
- Pra minha casa - bebi um gole da garrafinha de água que o mesmo havia me dado. Philippe ligou o rádio na nossa playlist. Eu não estava com ânimo pra cantar, então simplesmente fiquei encolhida no banco olhando os carros passarem.
- Chegamos - avisou depois de uns 20 minutos - você vai ficar bem?
- Não - fui sincera.
- Poxa, Nê. Pra mim também foi horrível. Eu também estava lá, mas já passou. Agora nós estamos seguros - tentou me acalmar.
- Fica aqui comigo? - pedi - eu não quero ficar sozinha. Todo mundo já deve estar dormindo.
- Sua mãe não vê problema nisso?
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two hearts
FanficAinê já sofreu muito no passado por amor. Após sair de um relacionamento conturbado, encontra Philippe por acaso. Os dois viram melhores amigos, mas um sentimento forte de ambas as partes fala mais alto. "sou seu confidente não vai ser pecado seu...