duas semanas depois...
As coisas estavam de mal a pior lá em casa. Eu não me afastei de Ainê, mas também não falei nada do que eu sinto. A cada dia que passa, mais apaixonado eu fico por aquela mulher. A minha vontade é de a beijar e nunca mais deixá-la ir, mas, graças ao meu medo bobo de me declarar para ela, eu não sei nem se tem possibilidade de isso acontecer. Quase toda noite nós ficamos juntos conversando, seja em casa ou na rua. Nós já sabíamos toda a vida um do outro: o restaurante preferido de cada um, raça de cachorro preferida, histórias de infância, comidas que mais gostamos e tudo que se possa imaginar.
De vez em quando, nós saímos com os nossos amigos, mas era bem raro. Na maioria das vezes, ficávamos em casa só de preguiça, assistindo um filme e comendo, por conta das chuvas decorrentes do mês de janeiro.
- Philippe, temos que ir ao mercado antes que sua mãe chegue - Ainê gritou lá de cima.
Minha mãe e Duda passariam a tarde conosco hoje, para um simples café da tarde. Quando minha sobrinha soube que minha amiga estaria aqui, fez questão de vir. Mesmo eu chamando o resto da minha família, eles não viriam pois tinham que trabalhar.
- Eu vou com essa roupa mesmo - gritei de volta.
Ela desceu as escadas e nós adentramos no carro. Ao chegarmos no mercado, estacionei o carro enquanto ela descia e pegava o carrinho.
- Lembra de alguma coisa em especial? - fomos passando pelos corredores.
Pensei um pouco.
- A pipoca acabou - lembrei.
- Óbvio. Nós comemos todo dia - rimos.
- A Duda gosta bastante de achocolatado - comentei.
- Vamos naquele corredor, então - apontou para um corredor com vários achocolatados. Peguei seis caixinhas e as coloquei no carrinho - ela vai tomar tudo isso?
- Não - falei, como se fosse óbvio - isso é uma delícia. Vou pegar um pouco pra mim também.
Ela riu.
- Faz o seguinte, vou pegar pão francês e mais algumas coisas pro café. Enquanto isso, você pode ir pegando o queijo? - perguntou.
- Claro - concordei - nos encontramos no caixa.
Peguei a senha para pegar o queijo e fiquei esperando na fila. Algumas pessoas vieram tirar foto comigo, dei um sorriso para todas elas e, depois de um tempo, finalmente chegou a minha vez. Pedi a quantidade de queijo o sufiente para hoje e amanhã, já que minha amiga ia fazer lasanha de almoço.
- Deseja mais alguma coisa, senhor? - o atendente me perguntou, após entregar o queijo.
- Não - neguei - obrigado.
Fui até o caixa, onde Ainê já me esperava.
- Esse mercado parece a "Americanas", né? Nos corredores, você não encontra uma alma viva, mas o caixa tá sempre lotado - bufou.
- Tem razão - ri de sua observação.
Quando estávamos passando no caixa, recebi uma ligação de minha mãe, que perguntou se eu podia passar lá para buscá-las. Concordei e, depois que pagamos e guardamos tudo no porta-malas, fomos direto para lá.
Minha mãe e Duda já estavam nos esperando no portão. Quando minha sobrinha viu Ainê, foi correndo abraçá-la. Todos nos cumprimentamos e fomos para minha casa.
- Ainê, me mostra seu quarto? - Duda, que até então não soltou da mão dela, perguntou.
- Claro - sorriu e se virou para mim - precisa de ajuda para pegar as compras no carro?
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two hearts
FanficAinê já sofreu muito no passado por amor. Após sair de um relacionamento conturbado, encontra Philippe por acaso. Os dois viram melhores amigos, mas um sentimento forte de ambas as partes fala mais alto. "sou seu confidente não vai ser pecado seu...