capítulo 27

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Ainê narrando:

Ao escutar passos se aproximando, larguei Philippe rapidamente. Mergulhei com a intenção de arrumar meu cabelo, que estava todo bagunçado.

- As toalhas estão aqui - Fernanda as coloca sobre a cadeira - trouxe uma roupa minha pra você colocar também, amiga. E, Philippe, peguei uma calça qualquer do Gabriel. Não sei se serve.

- Obrigada - agradeci, um pouco ofegante.

- Você tá bem? - se aproximou da borda para me observar.

- Eu e Philippe estávamos vendo quem conseguia ficar mais tempo debaixo da água - inventei uma desculpa qualquer - você não ia tomar banho? - me apressei a questionar antes que ela fizesse qualquer outra pergunta.

- Mudança de planos - deu um sorriso amarelo.

- Boa noite - ri.

- Pra vocês também - se afastou com um sorriso no rosto.

Assim que Fernanda saiu, me virei para Philippe. O mesmo me observava com um sorriso no rosto.

Um sorriso que eu nunca havia visto antes.

- Vamos sair? - pergunto, tentando quebrar o silêncio.

- Como quiser - saímos da piscina - vou chamar um táxi ali na portaria e já volto.

- Tudo bem - começo a me enxugar com uma das toalhas de algodão.

Fui até o banheiro. Vesti a roupa que Fernanda me emprestou e coloquei minha roupa molhada em uma das espreguiçadeiras do lado de fora. Depois de 5 minutos, voltou da portaria.

- Ele chegará em alguns minutos - avisa - sobre o que aconteceu...

- É melhor esquecer - o interrompi.

Aquilo já tinha ido longe demais..

- Como? - parou de se secar e me olhou, sério.

- É melhor esquecer - repeti.

- Tem razão - coçou a nuca.

- Estamos bem? - pergunto, receosa.

- Claro. Eu me precipitei. Desculpa.

- Pra um beijo acontecer, é necessário duas pessoas, Philippe - suspiro.

Ao olhar para ele, percebo que seu sorriso havia desaparecido. Uma expressão triste tomou conta de sua face.

Com as toalhas e as calças em mãos, Philippe disse:

- Vou me trocar no banheiro.

- Calma - me agachei para pegar sua camisa e seu sapato - também tem isso.

Quando fui entregar para ele, nossas mãos se tocaram.

- Obrigado - foi até o banheiro.

Me sentei em uma das cadeiras para esperá-lo.

Eu fiquei com o coração na mão de vê-lo daquele jeito. Mas, por mim, não passaria de amizade.

Não sei o porquê dele ter ficado chateado. Ele nunca demostrara que gosta de mim de outro jeito.

E, na minha cabeça, isso é praticamente impossível.

Philippe saiu do banheiro. Ele estava com os cabelos molhados e vestido com a roupa que Gabriel havia lhe emprestado. Em uma das mãos, segurava a roupa molhada.

- Dá aqui - apontei para a roupa molhada - vou separar junto com a minha.

Ele me entregou a calça.

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