capítulo 24

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Philippe narrando:

- Puta merda - Ainê suspirou - é impossível pedir um táxi aqui.

Após sairmos do aeroporto, só queríamos ir para o hotel descansar um pouco. Já estávamos há 20 minutos, na calçada, esperando o guia aparecer, mas o homem não deu as caras.

- E aquele ali? - apontei, esperançoso, para um táxi que acabou de parar em frente a calçada.

- TÁXI - novamente, Ainê começou a abanar as mãos, tentando chamar a atenção do motorista. O homem fez sinal para que fossemos até o veículo - até que enfim - pegamos as malas, seguindo até o carro.

Nós dois sabíamos falar inglês muito bem, o que ajudou no diálogo com o taxista. O mesmo nos levou até o hotel em alguns minutos. Paguei a viagem, saindo do carro com as malas nas mãos. Resolvi as coisas na recepção, enquanto Ainê mandava notícias para sua mãe, avisando que chegou bem.

- Tudo certo - entreguei a chave de seu quarto em suas mãos - pode descansar um pouco agora.

- Amém - subimos as escadas - o seu quarto é ao lado do meu? - perguntou, ao chegarmos ao corredor.

- É sim - respondi.

Caminhamos até os nossos devidos quartos.

- O que pretende fazer hoje? - parou em frente a porta de seu quarto.

- Vou ver com a galera e te falo.

- Beleza - deu um beijo em minha bochecha - vou tentar dormir um pouco, ok? Tô morta de cansaço.

- Vai lá - me tranquei em meu quarto.

Joguei a mala em um canto qualquer, me deitando na cama. Liguei o ar condicionado. Tirei o tênis para me sentir mais confortável. Por conta do suor, decidi tomar um banho rápido. Ao sair do banho, pego uma cueca e uma bermuda na mala para vestir. Deitei na cama novamente, ligando a televisão em um canal qualquer.

- Philippe? - ouço batidas na porta.

- Já vai - levantei da cama, indo abrir a porta para Ainê. A mesma estava com um roupão branco, com o símbolo do hotel - algum problema?

- Sim. Quando eu arrumei a mala rápido, esqueci de colocar as minhas roupas íntimas - foi direta - será que dá pra gente sair pra comprar?

- Hm, claro - concordei - agora?

- Quando você puder.

- Vou só colocar uma roupa descente - notei que a mesma fitou meu abdômen - o que foi? - ri.

- Eu gosto da sua tatuagem de Mickey - sorriu - eu gosto do Mickey - foi mais exata.

- Por que você não faz uma? - perguntei.

- Quem sabe um dia? - deu de ombros, voltando para seu quarto logo em seguida.

Ao terminar de me vestir, bati na porta do quarto ao lado.

- Vamos? - perguntei, ao ver Ainê aparecer na porta com um vestido florido que ia até seu joelho e sua bolsa.

- Sim - trancou a porta.

Ao chegarmos nas lojas, peguei na mão de Ainê para andarmos por ali. No caminho, algumas pessoas me pararam para tirar fotos. Tirei todas com o maior prazer.

- Vamos até aquela loja ali? - apontei para um estabelecimento com alguns sutiãs na vitrine.

- Parece ser boa.

Andamos até a loja. Ao chegar na porta, a atendente começou a falar em espanhol com Ainê. Eu me surpreendi. Ela levava jeito pra coisa.

- Vai comprar as coisas aqui mesmo? - perguntei, assim que a moça saiu de perto.

- Sim - fomos andando entre os corredores - o que você acha desse? - perguntou, mostrando uma lingerie de renda preta.

Olhei para o conjunto e, em seguida, para Ainê.

- É... pode ser essa - peguei uma cesta para ajudá-la com as compras.

- O que você acha dessa? - me mostrou mais uma. Dessa vez, vermelha.

- Bonita - dei de ombros. O que eu estou fazendo aqui?

- Bonita? Ou muito bonita? - insistiu, observando a peça atenciosamente.

- Você tá brincando comigo, né? - perguntei, rindo.

- Relaxa, Philippe - deu um tapa fraco em meu braço - você só vai ver aqui na loja mesmo. Não vai me ver com ela.

- Acho que vou dar uma voltinha por aí - queria sair daquela loja - quando for pra pagar, me chama.

- Ok - continuou a escolher as peças.

Fui para fora da loja. Fiquei observando o movimento das pessoas por um tempo.

- Oi. Tudo bem? - uma mulher se aproximou. A moça era a loira, olhos castanhos e pele bronzeada. Aparentemente, adorava tatuagem.

- Oi - a olhei - brasileira?

- Nasci no Brasil, porém minha família mudou pra Portugal quando eu ainda era pequena - contou - posso tirar uma foto com você?

- Claro - dei um sorriso para a selfie.

Ainê saiu da loja com três sacolas na mão. Ao ver a mulher a minha frente, estendeu a mão:

- Oi - sorriu - prazer, Ainê.

- Olá - a mulher só a olhou com um sorriso debochado - acho melhor eu ir indo - me entregou um cartão preto, sussurrando em meu ouvido logo em seguida - se precisar de qualquer coisa... - saiu andando logo em seguida.

- Quem é essa? - Ainê perguntou.

- Ela só pediu uma foto - dei de ombros.

- Filha da puta - xingou, me fazendo rir - tá rindo por quê? Você viu que ela não retribuiu o aperto de mão, Philippe? Eu só tava tentando ser educada, porra.

- Fica calma, vai - envolvi meu braço direito em seu ombro, enquanto andávamos pelas lojas - por que você não me chamou pra pagar?

- Por que eu tenho o meu dinheiro. Além disso, não é culpa sua eu ter esquecido as minhas roupas íntimas em casa.

- Tá bom, estressadinha - sorri.

- Conversei com a Larissa - mudou de assunto - o pessoal combinou de fazer uma festa pequena hoje no salão do hotel e chamaram a gente. Topa ir? - me olhou.

- Claro - concordei.

- O que a gente faz agora?

- Quer dar uma volta por aqui? Tô morrendo de fome - digo.

- Boa ideia.

Passamos o dia no centro. Ainê comprou algumas roupas e eu, comprei duas bermudas. Na hora de economizar no peso da mala, acabei economizando até demais... Paramos em um restaurante para tomar um café e comer um pão.

Depois de vagar a tarde inteira por lá, combinamos de ir para o hotel, tomar um banho, e, logo depois, encontrar nossos amigos.

Ao chegar no hotel, fomos direto para o quarto.

- Daqui a duas horas nós vamos - avisei.

- Estarei pronta - sorriu, adentrando ao seu quarto logo em seguida.

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