Philippe narrando:
- Puta merda - Ainê suspirou - é impossível pedir um táxi aqui.
Após sairmos do aeroporto, só queríamos ir para o hotel descansar um pouco. Já estávamos há 20 minutos, na calçada, esperando o guia aparecer, mas o homem não deu as caras.
- E aquele ali? - apontei, esperançoso, para um táxi que acabou de parar em frente a calçada.
- TÁXI - novamente, Ainê começou a abanar as mãos, tentando chamar a atenção do motorista. O homem fez sinal para que fossemos até o veículo - até que enfim - pegamos as malas, seguindo até o carro.
Nós dois sabíamos falar inglês muito bem, o que ajudou no diálogo com o taxista. O mesmo nos levou até o hotel em alguns minutos. Paguei a viagem, saindo do carro com as malas nas mãos. Resolvi as coisas na recepção, enquanto Ainê mandava notícias para sua mãe, avisando que chegou bem.
- Tudo certo - entreguei a chave de seu quarto em suas mãos - pode descansar um pouco agora.
- Amém - subimos as escadas - o seu quarto é ao lado do meu? - perguntou, ao chegarmos ao corredor.
- É sim - respondi.
Caminhamos até os nossos devidos quartos.
- O que pretende fazer hoje? - parou em frente a porta de seu quarto.
- Vou ver com a galera e te falo.
- Beleza - deu um beijo em minha bochecha - vou tentar dormir um pouco, ok? Tô morta de cansaço.
- Vai lá - me tranquei em meu quarto.
Joguei a mala em um canto qualquer, me deitando na cama. Liguei o ar condicionado. Tirei o tênis para me sentir mais confortável. Por conta do suor, decidi tomar um banho rápido. Ao sair do banho, pego uma cueca e uma bermuda na mala para vestir. Deitei na cama novamente, ligando a televisão em um canal qualquer.
- Philippe? - ouço batidas na porta.
- Já vai - levantei da cama, indo abrir a porta para Ainê. A mesma estava com um roupão branco, com o símbolo do hotel - algum problema?
- Sim. Quando eu arrumei a mala rápido, esqueci de colocar as minhas roupas íntimas - foi direta - será que dá pra gente sair pra comprar?
- Hm, claro - concordei - agora?
- Quando você puder.
- Vou só colocar uma roupa descente - notei que a mesma fitou meu abdômen - o que foi? - ri.
- Eu gosto da sua tatuagem de Mickey - sorriu - eu gosto do Mickey - foi mais exata.
- Por que você não faz uma? - perguntei.
- Quem sabe um dia? - deu de ombros, voltando para seu quarto logo em seguida.
Ao terminar de me vestir, bati na porta do quarto ao lado.
- Vamos? - perguntei, ao ver Ainê aparecer na porta com um vestido florido que ia até seu joelho e sua bolsa.
- Sim - trancou a porta.
Ao chegarmos nas lojas, peguei na mão de Ainê para andarmos por ali. No caminho, algumas pessoas me pararam para tirar fotos. Tirei todas com o maior prazer.
- Vamos até aquela loja ali? - apontei para um estabelecimento com alguns sutiãs na vitrine.
- Parece ser boa.
Andamos até a loja. Ao chegar na porta, a atendente começou a falar em espanhol com Ainê. Eu me surpreendi. Ela levava jeito pra coisa.
- Vai comprar as coisas aqui mesmo? - perguntei, assim que a moça saiu de perto.
- Sim - fomos andando entre os corredores - o que você acha desse? - perguntou, mostrando uma lingerie de renda preta.
Olhei para o conjunto e, em seguida, para Ainê.
- É... pode ser essa - peguei uma cesta para ajudá-la com as compras.
- O que você acha dessa? - me mostrou mais uma. Dessa vez, vermelha.
- Bonita - dei de ombros. O que eu estou fazendo aqui?
- Bonita? Ou muito bonita? - insistiu, observando a peça atenciosamente.
- Você tá brincando comigo, né? - perguntei, rindo.
- Relaxa, Philippe - deu um tapa fraco em meu braço - você só vai ver aqui na loja mesmo. Não vai me ver com ela.
- Acho que vou dar uma voltinha por aí - queria sair daquela loja - quando for pra pagar, me chama.
- Ok - continuou a escolher as peças.
Fui para fora da loja. Fiquei observando o movimento das pessoas por um tempo.
- Oi. Tudo bem? - uma mulher se aproximou. A moça era a loira, olhos castanhos e pele bronzeada. Aparentemente, adorava tatuagem.
- Oi - a olhei - brasileira?
- Nasci no Brasil, porém minha família mudou pra Portugal quando eu ainda era pequena - contou - posso tirar uma foto com você?
- Claro - dei um sorriso para a selfie.
Ainê saiu da loja com três sacolas na mão. Ao ver a mulher a minha frente, estendeu a mão:
- Oi - sorriu - prazer, Ainê.
- Olá - a mulher só a olhou com um sorriso debochado - acho melhor eu ir indo - me entregou um cartão preto, sussurrando em meu ouvido logo em seguida - se precisar de qualquer coisa... - saiu andando logo em seguida.
- Quem é essa? - Ainê perguntou.
- Ela só pediu uma foto - dei de ombros.
- Filha da puta - xingou, me fazendo rir - tá rindo por quê? Você viu que ela não retribuiu o aperto de mão, Philippe? Eu só tava tentando ser educada, porra.
- Fica calma, vai - envolvi meu braço direito em seu ombro, enquanto andávamos pelas lojas - por que você não me chamou pra pagar?
- Por que eu tenho o meu dinheiro. Além disso, não é culpa sua eu ter esquecido as minhas roupas íntimas em casa.
- Tá bom, estressadinha - sorri.
- Conversei com a Larissa - mudou de assunto - o pessoal combinou de fazer uma festa pequena hoje no salão do hotel e chamaram a gente. Topa ir? - me olhou.
- Claro - concordei.
- O que a gente faz agora?
- Quer dar uma volta por aqui? Tô morrendo de fome - digo.
- Boa ideia.
Passamos o dia no centro. Ainê comprou algumas roupas e eu, comprei duas bermudas. Na hora de economizar no peso da mala, acabei economizando até demais... Paramos em um restaurante para tomar um café e comer um pão.
Depois de vagar a tarde inteira por lá, combinamos de ir para o hotel, tomar um banho, e, logo depois, encontrar nossos amigos.
Ao chegar no hotel, fomos direto para o quarto.
- Daqui a duas horas nós vamos - avisei.
- Estarei pronta - sorriu, adentrando ao seu quarto logo em seguida.
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two hearts
FanfictionAinê já sofreu muito no passado por amor. Após sair de um relacionamento conturbado, encontra Philippe por acaso. Os dois viram melhores amigos, mas um sentimento forte de ambas as partes fala mais alto. "sou seu confidente não vai ser pecado seu...