capítulo 39

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Dia seguinte...

Ao amanhecer, eu e Philippe acordamos com alguns cachorros latindo na rua. Coloquei uma roupa de academia e dei uma volta pelo condomínio. Quando voltei, ele estava sentado no banco da cozinha, tomando um copo de leite. Dei um selinho no mesmo e fui até a cozinha, despejando o resto de suco de laranja na jarra de vidro em um copo.

- Philippe, você tem notícias da Fernanda? - peguei o copo e me sentei ao seu lado.

- Não - respondeu, sem tirar os olhos do jornal que estava lendo - aliás, também não tenho falado com o Gabriel também.

- Manda alguma mensagem pra ele. Não tenho mais notícias dela desde o dia da festa.

- Ok, vou pegar meu celular lá no quarto - ele se levantou e colocou seu copo na pia, subindo as escada.

Peguei o jornal que ele havia colocado sobre a bancada. Coisas como "Nova suspeita de corona vírus no Brasil" ou "Novas notícias sobre o desastre em Brumadinho" apareciam em negrito na capa.

Li as notícias que mais me interessavam e fui para a parte de cultura, onde estava o horóscopo do dia. Não acredito muito nessas coisas, mas sempre fico curiosa para ler sobre o meu. Procurei "Áries" na página e li em voz alta:

- "Cuide de sua saúde e não despreze o conselho de pessoas mais velhas da família. O céu alerta para que você não se sobrecarregue com obrigações que não são prioridade para o momento. Nos relacionamentos amorosos, pode contar com o apoio do par para cuidar de você e estar ao seu lado."

- Pode mesmo - ouvi a voz de Philippe atrás de mim e me virei para vê-lo. Ele começou a distribuir uma trilha de beijos pelo meu pescoço até minha boca.

- Bobo - sorri e ele me deu um selinho.

- Falei com o Gabriel - me abraçou - parece que ele e a Fernanda brigaram.

- Oi? - me desviei do abraço e o olhei, confusa.

- Ele não me explicou direito, mas parece que a coisa foi feia - comentou.

- Eu tenho que falar com ela - me levantei.

Ele desistiu de me agarrar e deu a volta na bancada, apoiando os cotovelos nela e me encarou.

- Agora?

- Claro - respondi, como se fosse óbvio - vou me arrumar em dois segundos - nem esperei uma resposta dele, apenas corri até o meu banheiro e liguei o chuveiro.

Tive que lavar o cabelo já que fui correr. Sai do banho às pressas e coloquei um vestido amarelo que estava no fundo do armário. Calcei uma sandália dourada, passei perfume e peguei alguns acessórios na minha caixinha de bijuterias. Passei um reboco de leve, minha "terapia" do dia.

Pendurei a toalha no box depois de pentear o cabelo e desci as escadas correndo, dando um beijo em Philippe antes de passar pela porta principal.

Adentrei ao meu carro, colocando minha bolsa no banco do passageiro. Dirigi até o condomínio da Fernanda. Por sorte, consegui lembrar o caminho, já que eu havia ido até lá só uma vez.

O porteiro me anunciou e ela liberou minha entrada. Estacionei o carro em frente a sua casa e descido veículo, indo até a garagem, onde ela me esperava com os braços cruzados.

- Oi, Nê - nos abraçamos - entra aqui - adentramos em sua casa.

Fomos até a sala de estar. Fernanda de jogou no sofá e eu me sentei ao seu lado.

Coloquei minhas mãos por cima da sua.

- O que aconteceu? - a olhei.

- Um dia depois da festa, eu acordei mais cedo e fui pegar o resultado do exame de sangue. Deu positivo novamente. Eu já tinha certeza que ia dar. Acho que é "pressentimento de mãe", né? - sorri ao ouvi-la falar isso - mandei mensagem pro Gabriel vir aqui pra casa. Ele chegou, nós ficamos assistindo um filme até que eu resolvi contar - fez uma longa pausa - ele não quer assumir, Ainê.

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