capítulo 15

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Ainê narrando:

Eu não desejo essa dor de cabeça que estou sentindo pra ninguém! Isso realmente tá me matando.

Enquanto Philippe ia buscar meu sapato, lavei a louça do café e guardei as coisas que estavam sobre a mesa. Depois, fui até seu quarto e arrumei a cama. Peguei minha bolsa e dei uma arrumada no cabelo em frente ao espelho. Ouvi uma voz conhecida da sala de estar e fui até a escada para ver o que estava acontecendo:

- Merda! - exclamei baixo para que só eu mesma ouvisse.

Sophia estava sentada no sofá e Philippe estava olhando pra um celular em sua mão. De certo, era o dela.

- Eu não sei nem o que dizer - Philippe bufou e sentou no sofá - eu devia ter avisado a mídia antes. Desculpa.

- Agora não adianta pedir desculpas, porra - ela gritou - tá em todo site de fofoca, Philippe. Você acabou com a minha reputação.

- Não foi minha intenção - ele tentou explicar - e ainda mais que eu não tenho culpa se o fotógrafo pediu pra tirar a foto. Se eu não autorizasse, ele tiraria do mesmo jeito e seria ainda pior.

- Olha o meu direct, Philippe - ela pegou o celular bruscamente da mão dele e mostrou as mensagens - todo mundo tentando me confortar porque eles acham que a gente ainda tava namorando.

- Eu vou ligar pro meu empresário e ele resolve isso - ele pegou o seu celular no bolso e foi até a cozinha.

Quando ele saiu, Sophia sentou no sofá, colocou a mão no rosto. Ela estava totalmente acabada.

- Pronto - Philippe voltou da cozinha com um sorriso vitorioso - ele vai mandar mensagens para alguns sites de fofoca e, em breve, já estará tudo resolvido.

- Que bom - Sophia limpou as lágrimas com as mãos e se levantou do sofá - eu já vou indo.

- Desculpa mesmo - ele disse calmamente - vou te acompanhar até o portão.

Eles saíram de casa e eu desci as escadas. Fiquei observando o que eles estavam fazendo pela janela e, quando Philippe voltou para dentro de casa, sentei no sofá.

- O que aconteceu? - perguntei assim que ele entrou em casa.

- Que susto - ele pulou ao me ver ali - vazou uma foto nossa ontem na balada e todo mundo tá achando que eu trai a Sophia.

- Qual era a foto? - perguntei, meio constrangida.

- Essa - ele pegou o celular, entrou nas publicações que marcavam ele no Instagram e me mostrou uma foto de nós dois na balada ontem.

- Eu não lembro de ter tirado essa foto - falei confusa

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- Eu não lembro de ter tirado essa foto - falei confusa.

- Você não lembra nem de como chegou em casa ontem - ele riu - a gente tirou essa foto um pouco antes de você querer sair do camarote.

Peguei meu celular e me deparei com inúmeras críticas, xingamentos e até mesmo ameaças. Me senti mal por aquilo.

- Eu não devia ter tirado a foto - falei.

- Não fica mal com isso - ele percebeu que eu estava chateada - a culpa foi minha por não ter avisado. Mais tarde isso já vai estar resolvido, ok?

Assenti com a cabeça, ainda meio mal.

- Você pode me levar pra pegar meu carro? - perguntei - já é quase hora do almoço. Minha mãe deve estar esperando - inventei uma desculpa qualquer.

- Claro, te espero no carro enquanto você pega sua bolsa - ele disse.

- Ok - subi as escadas e arrumei rapidamente minha bolsa, jogando tudo dentro sem me preocupar com a organização. Desci novamente e encontrei com Philippe no carro.

O caminho até a balada foi silencioso. Philippe até tentou puxar assunto sobre minhas férias, que iriam até janeiro, e algumas outras coisas, mas eu realmente não estava com cabeça pra isso. Ele percebeu que eu estava incomodada, mas preferiu não tocar no assunto.
Ao chegarmos, parou o carro em frente ao meu. Quando ele iria destravar as portas, congelou por um segundo se virou para mim.

- Ainê, eu sinto muito pelo que aconteceu - disse, em um tom doce e preocupado ao mesmo tempo - de verdade. Você tem todo o direito de estar brava comigo, mas te prometo que vou esclarecer tudo isso.

- Não esquenta com isso - fui sincera - e eu não tô brava com você. Só não estou acostumada com tanta exposição, ainda mais com tantas críticas. É estranho, mas talvez eu deva ir me acostumando.

Então ele me puxou para um abraço, que retribui imediatamente.

Sorri comigo mesmo em pensar na conexão incrível que havíamos criado. Mesmo nos conhecendo há pouquíssimo tempo, parecia que eram séculos. Enterrei a cabeça ainda mais em seu pescoço durante o abraço, sentindo o cheiro doce de seu perfume. 

- Obrigada pela carona - sorri, abrindo a porta - e por ter cuidado de mim ontem.

Ele abriu um sorriso também.

- Nada, pelo menos já tô preparado pra próxima vez.

- Não sei nem se eu aguento uma próxima vez - fiz uma careta - mais tarde a gente se fala.

- E eu não sei se eu aguento mais ficar com você - brincou.

- Grosso - entrei na brincadeira.

- E grande - completou, com um sorriso malicioso.

É, não dava pra brincar com ele.

- Você fica tão lindo de boca fechada - ironizei.

- Então você acha que eu sou lindo? - seu sorriso se alargou ainda mais.

Senti meu rosto queimar.

- Quer saber? Tchau, Philippe! - saí do carro rindo, olhando uma última vez pra ele antes de entrar no meu e dar partida.

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