capítulo 36

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- Me passa a margarina, por favor? - pedi para Philippe me passar o pote.

- Claro - ele me passou o mesmo e o interfone começou a tocar - eu atendo - se levantou.

Passei a manteiga no pão e enchi a xícara de café.

Desde que descobri que Philippe gostava de mim há dois dias atrás, nós ficamos um pouco mais afastados. Não sei se por medo da minha parte. Ele até chegou a perguntar se estava acontecendo alguma coisa, mas eu disse que era só impressão dele.

- É a Fernanda - se sentou novamente.

- Fernanda minha amiga? - estranhei a visita.

Afirmou com a cabeça.

Voltamos a comer o café da manhã que eu havia preparado, até a campainha tocar. Fui até lá e abri a porta.

- Oi, amiga - a abracei.

- Oi, Nê - forçou um sorriso - desculpa o horário, mas eu preciso conversar com você.

- Claro. Entra - fiz sinal para que ela entrasse em casa e assim ela o fez.

- Bom dia, Philippe - ela o cumprimentou de longe.

- Bom dia - ele sorriu - vou deixar vocês a sós - foi em direção as escadas.

- Na verdade, você também pode me ajudar.

Ele estranhou um pouco.

- Beleza - voltou a sentar na cadeira.

- Fica a vontade, Fer - apontei para a mesa farta de comida.

- Ah, já tomei café antes de vir - se sentou na cadeira ao meu lado.

- Mas o que você precisa? - perguntei, visivelmente curiosa.

- Há uns dias atrás, eu comecei a sentir umas tonturas e minha menstruação já estava atrasada há quatro dias - começou - eu comprei o teste de gravidez antes de ontem antes de ir pro parque e fiz hoje de manhã - uma lágrima involuntária escorreu pelo seu rosto - tô grávida! Eu não sei o que fazer. Eu e o Gabriel começamos a namorar há pouco tempo. E eu não quero isso pra minha vida agora.

Fiquei um pouco espantada na hora, mas tratei de me recompor para ajudá-la.

- Mesmo que você não queira isso pro momento, essa criança que tá aí não tem nada a ver com isso - apontei para sua barriga.

- É, a Ainê tem razão - Philippe opinou - e tenho certeza que o Gabriel vai assumir.

- O problema não é esse - suspirou - o problema é que não era o que nós queríamos agora. Eu ainda tinha muita coisa pra viver na minha carreira de digital influencer e o Gabriel no futebol. Nós começamos a namorar a pouco tempo. Não pensamos em casamento agora.

- Mesmo assim, Fer - a abracei para tranquilizá-la.

- O Gabriel sempre me disse que um dos sonhos dele é ser pai algum dia - Philippe comentou.

- Talvez não seja tão ruim assim - ela enxugou alguns lágrimas.

- Óbvio que não é - peguei em suas mãos - eu vou estar sempre aqui pra te ajudar, tá? - nos abraçamos.

- Obrigada de verdade, amiga - deu um sorriso torto.

- E parabéns - Philippe sorriu.

- Obrigada - enxugou seus olhos com o tecido da camisa - eu já vou indo, então.

- Vai contar pra ele hoje? - perguntei.

- Quero contar pra minha irmã primeiro. Minha mãe me disse hoje que ela chegaria de viagem amanhã - disse - aliás, vocês vão no aniversário do Gab essa noite, né?

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