No momento em que Ainê abriu a boca para falar, a porta dos fundos foi aberta, revelando um homem alto, devia ter sessenta anos e vestia uma camisa xadrez com uma calça jeans.
- Com licença - ele deu duas batidas fracas na porta, colocando apenas a cabeça para dentro - bom dia, dona Ainê - cumprimentou minha amiga.
- Bom dia - ela deu um sorriso simpático.
- Lúcia, daqui a pouco eu já estou indo embora - ele avisou - vai querer carona?
- Vou sim, Flávio - confirmou - vou terminar de arrumar a cozinha e já vou.
- Ok - ele fechou a porta novamente.
Finalmente sai da escada e me juntei a elas, como se eu não tivesse escutado nada da conversa.
- Philippe! - Lúcia exclamou ao me ver - faz tempo que você tá aqui?
Olhei de soslaio para Ainê, notando que seu rosto ficou vermelho.
- Não - menti - acabei de sair do banho e já desci.
- Hum - a mulher resmungou, meio desconfiada.
- Sendo assim, eu vou tomar um banho antes de almoçar - Ainê se levantou e foi até Lúcia.
- Tchau, querida. Venha para a fazenda mais vezes pra me visitar.
- Pode deixar - elas se despediram com um abraço e um beijo na bochecha e Ainê subiu as escadas, indo em direção ao banheiro.
No meu bolso, meu celular começou a vibrar. Pedi licença a Maria Lúcia e fui atender lá fora.
início de ligação
- Alô?
- Filho, que bom que você atendeu!
- Mãe? Aconteceu alguma coisa?
- Não, nada demais. O seu vôo vai sair mais cedo na segunda. Ao invés de sair às 17 horas, vai sair às 14 horas.
- Mudaram agora?
- Sim, recebi uma mensagem da companhia área. Aliás, que horas vocês voltam daí?
- Vamos sair amanhã, umas 18 horas.
- Aproveitem bastante.
- Obrigado, mãe. Um beijo.
- Beijo, filho.final de ligação
Coloquei o celular novamente no bolso e andei um pouco pela grama, vendo algumas galinhas andando pelo local. Fui andando devagar até o carro, até que sinto duas mãos envolvendo minha cintura por trás.
- Qualquer dia você me mata com esses sustos - acabei rindo.
- Eu sei - Ainê riu e me deu um selinho em seguida.
- Por que a Lúcia foi embora? - perguntei.
- Ela não passa sábado nem domingo aqui.
- E quem tá comida para os animais?
- O caseiro da fazenda ao lado - ela disse - ele vem aos domingos de manhã.
Ficamos abraçados, apenas olhando um para o outro.
- A Lucia deixou toda o nosso almoço pronto - ela comentou.
- Que bom - suspirei - eu só quero comer e cair na cama.
- Só não dorme muito - ela disse - ainda tenho muito o que te mostrar por aqui.
Entramos em casa e fomos direto para a cozinha. Ela tirou dois pratos e dois copos do armário, os colocando sobre a mesa. Nós dois pegamos o prato para colocar o arroz, o feijão e o frango. As panelas estavam no fogão.
- Precisa esquentar? - ela perguntou logo que nós terminamos de fazer o prato e nos sentamos a mesa.
- Não - neguei - ainda tá um pouco quente.
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two hearts
FanficAinê já sofreu muito no passado por amor. Após sair de um relacionamento conturbado, encontra Philippe por acaso. Os dois viram melhores amigos, mas um sentimento forte de ambas as partes fala mais alto. "sou seu confidente não vai ser pecado seu...