two hearts

capítulo 40

Tomei um banho rápido e me enrolei na toalha. Conectei o fio da chapinha na tomada e comecei a passar no cabelo. Dez minutos depois, meu cabelo estava lisinho.

Quando sai do banheiro, Philippe não estava mais na cama. Vesti uma lingerie branca  -não sei o que pode acontecer até o final da noite - e passei meu hidratante no corpo. Depois de tanto revirar o armário, decidi vestir uma regata verde musgo e uma calça jeans preta. Calcei uma bota também preta e, depois de passar perfume e colocar meus acessórios, retornei ao banheiro. Estendi a toalha e peguei minha nécessaire na primeira gaveta. Tirei lá de dentro as minhas maquiagens e fiz um reboco de leve. Me olhei no espelho e gostei do resultado, principalmente a regata, que realça bem meus peitos. Peguei uma jaqueta de couro preta pra combinar com a calça e sai do quarto, deixando meu celular sobre a cama.

Philippe já me esperava no primeiro andar, sentado no sofá. Quando me viu, ele levantou e veio ao meu encontro.

- Tudo isso é pra mim? - brincou.

- Não, tudo isso é pra jantar - entrei na brincadeira - nós já podemos ir?

- Claro, é bom chegar mais cedo mesmo pra nós pegarmos um bom lugar no restaurante - concordou.

Entramos no carro e, com o trânsito tranquilo, conseguimos chegar ao restaurante em trinta minutos.

Depois de falar com a recepcionista, ela nos acompanhou até uma mesa no fundo do local, já que não estava ventando muito lá.

- Obrigado - Philippe agradeceu a mulher por nos acompanhar até a mesa.

- Disponha - ela deu um sorriso de leve e voltou para a porta, acompanhando as pessoas que chegavam até a mesa.

Sentamos na cadeira de madeira e ficamos observando a vista através do vidro da janela.

- A vista daqui é muito linda, né? - comentei, sem tirar os olhos da janela.

- Tem razão - ele disse.

Peguei o cardápio que estava sobre a mesa e comecei a olhar as opções. Após nós dois decidirmos o que comer e pedir ao garçom, troquei de lugar e, ao invés de ficar na frente de Philippe, me sentei na cadeira ao seu lado. Ele passou o braço por trás de mim, o apoiando na cadeira.

- Depois de sair daqui, nós podíamos passar em algum lugar. O que acha? - sugeriu.

- Tipo?

- Ah, um barzinho qualquer por ai - deu de ombros.

- Hum, pode ser - dei um sorriso e o olhei nos olhos - você tem que resolver logo o negócio da passagem.

- Eu vou resolver, tá? - segurou em uma das minhas mãos e forçou um sorriso.

- Eu sei o que você tá pensando, Philippe - suspirei - mas não tem outro jeito.

- Você vai me visitar, né?

- Claro que eu vou, seu bobo - acariciei seu rosto com a minha mão livre - quando eu tiver férias no trabalho, eu vou.

Ele se curvou um pouco para apoiar a cabeça em meu ombro. Fiquei passando as mãos no seu cabelo macio, até que o garçom trouxe a nossa comida e as bebidas.

Peguei o garfo e a faca e cortei o meu bife.

- Hoje foi bem rápido - Philippe observou.

- Lembra aquele dia que nós viemos aqui e ficamos esperando duas horas? - me aborreci só de lembrar.

- Não tem como esquecer. Você quase armou o maior barraco aqui - ele riu.

- Eu estava com fome - justifiquei, rindo - e você também estava.