capítulo 61

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Junto com o quarto mês de gestação, vieram alguns sintomas comuns, mas, o pior e o principal deles, que me incomoda a maior parte do tempo eram os hormônios a flor da pele. Se Larissa me visse nessa situação, certamente falaria que eu estava necessitando de um pau, o que não era mentira. Minhas relações sexuais com Philippe não eram raras - muito pelo contrário - mas a gravidez me deixava com mais vontade ainda.

- Dona Ainê, já terminei o serviço por aqui - Rosita, a funcionária de casa, apareceu falando em espanhol.

- Ok, até amanhã - sorri para ela, que sorriu de volta e saiu pela porta.

Sozinha em casa, me joguei no sofá, pensando na próxima coisa que iria fazer. Quando minhas costas encostaram no acolchoado, Luke veio de imediato e deitou ao meu lado. Desde que voltamos do Brasil, há uma semana, ele não desgrudava de mim ou de Philippe um minuto sequer.

- Não adianta olhar com essa cara - falei para o cachorro, que me olhava com os olhos arregalados - eu estou muito cansada pra passear hoje.

Luke gemeu baixinho e tornou a encostar a pequena cabeça no meu braço.
N/a: se vc pensou besteira dessa ultima parte, seja minha amg KKKKKKKKKKK 

- Eu sei que você quer dar uma volta, mas sua irmã exige muito de mim, sabia? - continuei a falar com ele, que não me deu muita atenção.

Passei, aproximadamente, uma hora deitada assistindo série com Luke ao meu lado. Quando ouvi um carro estacionando na garagem, desliguei a televisão, mas não tive forças para levantar do sofá.

Segundos depois, ouvi a porta ser aberta e logo Luke pulou do sofá e foi até a porta.

- Vida, tenho uma surpresa pra você - entrou e logo se sentou ao meu lado, selando nossos lábios rapidamente.

- Desde que eu não tenha que levantar desse sofá, tenho certeza que vou amar - deitei em seu ombro.

- Sinto lhe desapontar, mas você vai ter que levantar - ele passou os braços pelas minhas costas e, antes que eu percebesse, já estava de pé.

- Ok, qual é a surpresa? - passei meus braços em volta de seu ombro, depositando vários selinhos em seus lábios.

- Esses dias você me disse que estava com desejo de comer churrasco - começou a dizer - então eu estava pesquisando umas churrascarias aqui por perto e achei uma que abre pro almoço.

- Jura? Mas você não prefere ir lá outro dia e ficar aqui comigo? - voltei a beijar seus lábios.

- Amanhã eu vou ter que ficar até mais tarde no treino - ele disse - vamos hoje, vai. Vou tomar um banho e já desço pra nós irmos - foi em direção às escadas.

- Mas...

- É rápido, dois minutos - ele gritou lá de cima e eu deitei no sofá, derrotada por não ter conseguido o que eu realmente queria.

[...]

- O que achou da carne? - ele me perguntou assim que saímos da churrascaria.

- Boa, muito boa - fui sincera.

Ele abriu a porta do carro para mim e deu a volta pra entrar. Fomos o caminho inteiro até em casa em silêncio, sem dizer uma única palavra. Assim que ele estacionou e foi destrancar a porta pelo botão do motorista, desistiu e se virou para mim.

- Qual é, Ainê. Você tá de cara fechada desde que eu cheguei em casa. Aconteceu alguma coisa? - perguntou.

- Não, meu amor, não é nada com você - dei um sorriso amarelo - essa gravidez me deixa... - não terminei a frase por opção.

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