Ainê narrando
Depois de deixar dona Dina em sua casa, voltei para o condomínio. Abri a porta de entrada e arremessei minha bolsa no sofá. Eu estava completamente exausta. Nem dormi direito a noite, já que eu ficava olhando o Philippe toda hora para medir sua temperatura.
- Philippe? - coloquei as chaves sobre a mesa de centro, depois de trancar a porta.
- Tô aqui na cozinha - ele respondeu.
Fui até a cozinha, onde o encontrei sentado, comendo o macarrão que Esmeraldina havia preparado.
Puxei a cadeira da mesa e me sentei ao seu lado.
- Conseguiu ficar sozinho? - brinquei.
Ele terminou de mastigar e me olhou.
- Consegui - deu um sorrisinho amarelo - quase que eu te liguei, viu?
- Bobo - ri também.
Ele voltou a comer e eu apenas fiquei o observando. Ao notar que eu estava encarando, ele ficou meio sem graça:
- Não sabia que você ia sair - tentou puxar assunto.
- A Natália me chamou hoje de manhã - expliquei.
- Hum - murmurou, voltando a comer.
- Vou tirar essa roupa aqui e colocar um pijama - me levantei, levando comigo minha bolsa.
- Daqui a pouco eu subo lá - disse ele.
Subi as escadas e fui direto para o meu quarto. Tirei a roupa que eu havia vestido para ir ao salão, colocando outras mais velhinhas para ficar em casa.
Arrumei minha cama, esticando o edredom e batendo a mão nos travesseiros para arrumá-los.
Ouço dois toquinhos na porta.
- Entra - falei em um tom de voz um pouco elevado para que ele ouvisse.
Philippe entrou no quarto com passos lentos, vindo até a minha direção, mas parou no meio do caminho e sentou na beirada da cama.
A cama que eu havia acabado de arrumar!
- Ainê, preciso te falar uma coisa - disse em um tom um pouco estranho, de modo que minha única preocupação não era só a cama agora.
- Pode falar - me sentei ao seu lado.
- Acho que você lembra de ontem... - começou.
- É, lembro.
- Então...
- Eu sei que você tava bêbado - o interrompi.
- É exatamente esse o problema - falou, de modo que eu o olhasse com um olhar confuso - quando as pessoas ficam bêbadas, elas falam tudo que não tem coragem de dizer quando estão sóbrias.
Fiquei encarando ele por alguns segundos, sem dizer nada.
- Eu vou pensar - respondi, por fim.
- Jura? - abriu um sorriso de orelha a orelha.
- Juro - também sorri, me aproximando para lhe dar um selinho, que mais tarde se tornou um beijo quente e com desejo
Ele se desfez do beijo e me abraçou.
- Agora tenta descansar um pouco pra você ficar melhor logo - aconselhei.
- Tá bom - concordou, me dando um selinho antes de sair do quarto.
É, eu devo estar mesmo louca.
um dia depois...
- Nê, seu celular tá tocando - Philippe me avisou do andar de baixo.

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two hearts
FanfictionAinê já sofreu muito no passado por amor. Após sair de um relacionamento conturbado, encontra Philippe por acaso. Os dois viram melhores amigos, mas um sentimento forte de ambas as partes fala mais alto. "sou seu confidente não vai ser pecado seu...