capítulo 43

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Ainê narrando

Depois de deixar dona Dina em sua casa, voltei para o condomínio. Abri a porta de entrada e arremessei minha bolsa no sofá. Eu estava completamente exausta. Nem dormi direito a noite, já que eu ficava olhando o Philippe toda hora para medir sua temperatura.

- Philippe? - coloquei as chaves sobre a mesa de centro, depois de trancar a porta.

- Tô aqui na cozinha - ele respondeu.

Fui até a cozinha, onde o encontrei sentado, comendo o macarrão que Esmeraldina havia preparado.

Puxei a cadeira da mesa e me sentei ao seu lado.

- Conseguiu ficar sozinho? - brinquei.

Ele terminou de mastigar e me olhou.

- Consegui - deu um sorrisinho amarelo - quase que eu te liguei, viu?

- Bobo - ri também.

Ele voltou a comer e eu apenas fiquei o observando. Ao notar que eu estava encarando, ele ficou meio sem graça:

- Não sabia que você ia sair - tentou puxar assunto.

- A Natália me chamou hoje de manhã - expliquei.

- Hum - murmurou, voltando a comer.

- Vou tirar essa roupa aqui e colocar um pijama - me levantei, levando comigo minha bolsa.

- Daqui a pouco eu subo lá - disse ele.

Subi as escadas e fui direto para o meu quarto. Tirei a roupa que eu havia vestido para ir ao salão, colocando outras mais velhinhas para ficar em casa.

Arrumei minha cama, esticando o edredom e batendo a mão nos travesseiros para arrumá-los.

Ouço dois toquinhos na porta.

- Entra - falei em um tom de voz um pouco elevado para que ele ouvisse.

Philippe entrou no quarto com passos lentos, vindo até a minha direção, mas parou no meio do caminho e sentou na beirada da cama.

A cama que eu havia acabado de arrumar!

- Ainê, preciso te falar uma coisa - disse em um tom um pouco estranho, de modo que minha única preocupação não era só a cama agora.

- Pode falar - me sentei ao seu lado.

- Acho que você lembra de ontem... - começou.

- É, lembro.

- Então...

- Eu sei que você tava bêbado - o interrompi.

- É exatamente esse o problema - falou, de modo que eu o olhasse com um olhar confuso - quando as pessoas ficam bêbadas, elas falam tudo que não tem coragem de dizer quando estão sóbrias.

Fiquei encarando ele por alguns segundos, sem dizer nada.

- Eu vou pensar - respondi, por fim.

- Jura? - abriu um sorriso de orelha a orelha.

- Juro - também sorri, me aproximando para lhe dar um selinho, que mais tarde se tornou um beijo quente e com desejo

Ele se desfez do beijo e me abraçou.

- Agora tenta descansar um pouco pra você ficar melhor logo - aconselhei.

- Tá bom - concordou, me dando um selinho antes de sair do quarto.

É, eu devo estar mesmo louca.

um dia depois...

- Nê, seu celular tá tocando - Philippe me avisou do andar de baixo.

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