two hearts

capítulo 56

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- Oi, amor - entrei em casa segurando a coleira de Luke.

Philippe, que estava falando no telefone, murmurou algo que pensei ser "te ligo depois" e veio até mim.

- Onde você tava? - ele me abraçou.

- Tá louco, Philippe? Eu só fui dar uma voltinha com Luke - apontei para o filhote querendo escapar da coleira e o soltei.

- Eu cheguei há duas horas do treino e você já tinha saído. Fiquei preocupado.

- Ah, me distrai ouvindo música.

- Ou você se perdeu? - ele perguntou.

- Vamos fingir que é a primeira opção - falei e ele gargalhou alto.

- Procurei vocês em vários lugares - ele disse.

- Pensou em procurar nas pracinhas aqui perto?

- Se você tivesse sido sequestrada, não estaria na praça - ironizou.

- Você pensou que eu tivesse sido sequestrada? - foi minha vez de rir - ah, seria igual aquelas histórias que você tem um inimigo no futebol e ele me sequestra - falei animada, pensando nos vários filmes que eu já havia visto que tinham a mesma história - e, pra me conseguir de volta, você precisa perder um jogo importante - continuei imaginando - e daí...

- Que tipo de filmes você anda vendo? - ele me interrompeu, rindo.

- Perderia um jogo por mim, Philippe? - brinquei.

- Vai tomar um banho que você tá precisando.

- Não muda de assunto, Coutinho. Cuidado pra não me perder, hein? - passei por ele, rindo.

- Perderia todos por você, meu amor - ele riu e deu um tapa fraco na minha bunda.

- Tá, onde vocês foram? - questionou.

- Olha, a gente passou por muitos lugares - dei ênfase na palavra "muitos" - até no lugar que você treina nós passamos.

- O que? - praticamente gritou - a distância de lá até aqui é uns dez quilômetros.

- Pelo menos, não vou precisar fazer caminhada pelos próximos três meses.

- Isso explica o fato de Luke estar dormindo no tapete - apontou para o cachorro.

- Que folgado - brinquei, rindo - quem carregou ele na maior parte do caminho fui eu.

Subi as escadas e fiz sinal para Philippe me acompanhar.

- Tenho uma coisa pra te contar - ele sentou na cama do nosso quarto. Tirei minha roupa e entrei embaixo do chuveiro, deixando a porta aberta para ouvir o que ele ia me dizer.

- Boa ou ruim? - peguei a embalagem de shampoo e despejei uma quantidade generosa na minha mão, levando-a até o cabelo e começando a massagear.

- Depende.

- Como assim? - tirei o shampoo do cabelo. Ouvi ele falando alguma coisa, mas não consegui escutar, já que o chuveiro estava ligado - o que?

- Fernanda e... - só consegui ouvir isso da frase que ele disse.

- O que tem a Fernanda? - perguntei, desligando o chuveiro e passando o condicionador nos fios - não tô conseguindo escutae porra nenhuma.

- FERNANDA E GABRIEL VOLTARAM - ele gritou.

- O QUE? - gritei, surpresa com o que ele acabara de me dizer.

Ele veio até a porta do banheiro.