capítulo 45

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- Gabriel? - observei o meu companheiro da seleção sentado na sarjeta, com duas garotas seminuas em sua volta.

- É Ainê - Ainê, que até então não percebeu a presença do ex da sua amiga ali, brincou.

- Não, olha aquilo - apontei para Gabriel de longe.

- É o Jesus? - ela arregalou os olhos - que babaca! Mal terminou com a Fernanda e já tá pegando duas ai.

- Ele parece estar bem mal - por um momento, consegui sentir pena dele.

- Onde você tá vendo que ele tá mal, Philippe? - ela colocou as duas mãos na cintura, me olhando - daqui eu só consigo ver aquelas duas com a bunda pra cima.

- É, talvez você esteja certa - suspirei.

Olhei para ele novamente, com pena de vê-lo naquela situação. Por mais que eu soubesse de tudo que ele tinha feito, eu sabia que ele era uma boa pessoa.

- Você ainda tá olhando pra elas, Philippe? - ela me encarou, com uma expressão séria.

- Eu tô olhando pra ele, pô - fui sincero.

- Não dá pra olhar pra ele sem olhar pra elas - ela bufou, já impaciente.

- Você tá com ciúmes? - ri da situação.

- Não - ela cruzou os braços e deu as costas pra mim, voltando para a praia.

- Para com isso, Nenexinha - corri um pouco para alcança-la.

Passei os dois braços em volta de sua cintura, girando-a de encontro a mim.

- Me larga - ela relutou.

- Você sabe que eu só tenho olhos pra você, vai - tentei dar um beijo na mesma, mas ela desviou - ah não, Ainê. Não fica bolada por uma bobagem dessas. Eu só tava olhando pra ele.

Ao ver que ela não ia falar nada, continuei:

- Você não achou estranha esse lance dele e da Fernanda? - ela confirmou com a cabeça, sem olhar nos meus olhos - então, até uns dias atrás eles estavam apaixonados um pelo outro. Não tem sentido isso acontecer assim, do nada.

- E o que nós dois temos haver com isso? - perguntou, com um tom de desinteresse.

- Vamos lá conversar com ele - falei.

- Tá louco? Eu não quero atrapalhar os rolês dele, não.

Vendo que eu não ia desistir da ideia, ela bufou e foi andando até Gabriel. Apertei o passo para conseguir alcançá-la.

- Gabriel, nós precisamos falar com você - fui direto e rápido.

Uma das moças loira que estava com ele me olhou.

- Quer se juntar a nós? - ela perguntou, ajeitando seu biquíni.

Ainê respirou bem fundo ao meu lado. Apenas segurei sua mão bem firme, me controlando para não rir da situação.

- Meu assunto é com ele ali - apontei para meu amigo sentado na calçada.

- O que você quer comigo, Philippe? - Gabriel perguntou com a voz afetada por conta da bebida - quer esfregar na minha cara que eu perdi a mulher da minha vida por que eu sou um estúpido?

- Vish - a mulher que se dirigiu a mim alguns segundos atrás suspirou - vamos, amiga, isso aqui vai demorar bastante.

As duas saíram de perto de nós, indo procurar outras pessoas pela rua.

- O que tá acontecendo? - perguntei a ele.

- Minha vida começou a desabar quando eu fiquei confuso e falei pra Fernanda que não queria assumir o filho dela.

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