capítulo 42

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Acordei com o despertador do meu celular tocando no banheiro. Lembrei que, na noite anterior, eu havia esquecido o aparelho lá depois de tomar banho.

Me levantei correndo para o barulho não acordar meu amigo, que dormia como um anjo do meu lado.

Abri o whatsapp e a última mensagem era de Natália, que dizia: "Nê, marquei manicure pra nós duas às 10 horas hoje. Quer que eu passe pra te pegar?". A mensagem havia sido enviada há 11 minutos atrás. Já se passavam das 8 da manhã. Mandei outra mensagem para ela, confirmando que eu iria.

início de ligação

Dina: Alô?
Ainê: om dia, dona Dina. É a Ainê.
Dina: bom dia, querida. aconteceu alguma coisa?
Ainê: ontem a noite, o Philippe teve febre alta. Dei um chá pra ele tomar e ele dormiu bem a noite toda. Eu acredito que já esteja tudo bem. Combinei de sair com uma amiga daqui a pouco. Será que a senhora pode vir ficar com ele?
Dina: Claro, minha flor. Eu não demoro pra chegar ai. Só vou pegar o ônibus.
Ainê: Se a senhora quiser, eu passo ai 9:30h, já que meu compromisso é às 10h.
Dina: Tá bom. Até logo, Nê. Beijos.
Ainê: Beijos.

final de ligação

Joguei o celular na cama e tomei um banho rápido. Vesti um moletom preto e uma calça jeans. Calcei um tênis branco que achei no fundo do armário e, depois que penteei meu cabelo, desci as escadas e preparei um pão com manteiga.

10 horas em ponto, fui buscar a mãe de Philippe em sua casa. A deixei no condomínio e fui para o salão, onde Natália me esperava na porta, de braços cruzados.

- Me atrasei um pouco - dei um beijo em sua bochecha.

- Como sempre, né? - me abraçou - com a Fernanda você não deve de atrasar.

Revirei os olhos, rindo.

- Eu vou fingir que não escutei nada.

Nós duas nos sentamos nas poltronas e as manicures já vieram nos atender.

- Poxa, Natália, eu já expliquei três vezes a mesma história - suspirei - até a Bruna já entendeu - me referi a manicure, que riu de minhas palavras.

Como eu não havia comentado com minha amiga sobre a minha relação com o Philippe, resolvi contar tudo ali, no salão, que é um lugar onde nós sempre vamos pra fofocar.

- Mas por que você não vai logo pra Munique com ele? - Nat insistiu - vai aproveitar a vida.

- Ela tem razão, Nê - Bruna opinou.

- Não é fácil arranjar um emprego hoje em dia, quem dirá em outro país - argumentei.

- Para de trabalhar até arranjar um emprego por lá - disse Natália.

Encostei as costas na poltrona.

- Eu não sei o que fazer - suspirei - aconteceu tudo tão de repente. De um dia pro outro ele passou de meu melhor amigo para o homem que eu sou completamente apaixonada.

- Isso ai vai dar casamento - Bruna riu.

- Eu nunca te ouvi falar assim - Nat também riu - o negócio é sério mesmo.

- Óbvio que é sério - sorri de pensar na noite em que ele se declarou para mim - quando eu tô com ele parece que tudo é diferente, que tudo é mais fácil nos seus braços. Eu... - parei de falar quando olhei para as duas e notei que elas me olhavam com um sorriso radiante no rosto - por que vocês estão me olhando assim?

Elas soltaram uma risada.

- Nada não - Natália encerrou o assunto.

- Podem parar vocês duas - ri junto com elas.

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