capítulo 62

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Um mês depois...

- Acho que embalamos tudo - Dona Dina disse, me abraçando de lado.

- É, acho que sim - dei um sorriso amarelo.

Olhamos satisfeitas para a sala da minha casa em Munique, agora cheia de caixas com nossos pertences.

- Merecemos até um suco depois dessa - ela sorriu, indo em direção a cozinha, que agora só tinha a geladeira funcionando, e tirou lá de dentro uma jarra de suco de laranja natural. Em seguida, pegou dois copos no armário e despejou o líquido igualmente nos dois, entregando um para mim.

- Arrumar tudo isso cansa, hein? - sentei no banco e me apoiei no balcão.

- Eu falei que você não precisava ajudar, querida. Na gravidez dos meninos, eu mal saia de casa de tanto cansaço!

- E deixar a senhora arrumar tudo isso sozinha? Imagina!

Ficamos em silêncio até acabarmos o suco.

- Ansiosa pra mudança? - ela perguntou, sentando no banco ao meu lado.

- Bastante. O Philippe então, nem se fala... - sorri de lembrar da felicidade do meu namorado em relação à sua volta a Liverpool.

- Lá ele viveu os melhores momentos da vida dele, ele ama aquele lugar - ela também sorriu.

- É, acho que vai ser importante para ele, e também para mim, mudar de ambiente.

- Chegamos - Philippe entrou em casa, acompanhado de seu pai.

- Como foi o passeio? - perguntei, levantando para colocar o copo na pia. Meu namorado veio atrás de mim e me deu um selinho rápido.

- Foi ótimo - José Carlos respondeu, sorrindo.

- Hoje vai rolar aquele jantar de despedida no restaurante antes de deixar vocês no restaurante? - Philippe perguntou para os pais

- Claro, filho, inclusive, já vou me arrumar - sua mãe disse.

- É, melhor eu ir também - seu pai olhou no relógio e logo acompanhou sua mãe até o segundo andar.

Philippe veio até o banco e tomou o lugar que sua mãe estava sentada, ao meu lado.

- Como você está? - ele perguntou.

Me virei para ele, um pouco confusa.

- Eu? Ótima - ri, sem entender o porque da pergunta. Philippe não estava com uma cara muito boa. Se eu bem o conhecia, estava preocupado com algo - mas e você?

- Bem, na medida do possível - sorriu de leve, mas logo voltou a adotar o semblante de dois segundos atrás.

- Você está preocupado com a sua volta ao clube? - tentei adivinhar. Ele assentiu com a cabeça, olhando para baixo. Não falei nada, apenas coloquei minha mão sobre a sua. Isso fez com que ele concentrasse a atenção em mim - eu não posso reverter o que você está sentindo, mas eu tenho certeza que vai dar tudo certo, meu amor. Se eles te contrataram de volta, significa que eles acreditam em você, no seu potencial.

- As críticas são... - ele não encontrou palavras para terminar sua frase.

- As pessoas são maldosas. O melhor que você pode fazer é mostrar que elas estão erradas - falei. Ele permaneceu em silêncio - olha, Philippe, eu sei que é pressão demais em cima de você, mas eu estou aqui contigo, pra tudo que você precisar. Na verdade, nós estamos - passei a mão pela minha barriga.

Isso foi suficiente para um sorriso surgir em seus lábios. Ele me puxou para um abraço, que eu imediatamente retribui.

- Acho melhor eu me arrumar, já estou atrasada - sorri de leve e me afastei, indo até nosso quarto.

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