capítulo 52

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- VOCÊ O QUE? - foi a vez de Larissa gritar.

- VOCÊ DISSE "o homem que eu amo"? - Natália e Fernanda gritaram.

- PUTA QUE PARIU - Firmino e Alisson, que até então não desviavam os olhos do celular, me olharam.

- Couto, eu tenho que desligar - Bobby falou no microfone e logo seu celular foi parar do outro lado do sofá.

- É, eu também - Alisson fez o mesmo que o amigo.

- Nossa, agora que eu percebi que nunca falei em voz alta - tive vontade de rir do desespero deles.

- COMO ASSIM VOCÊ FALA ISSO NA MAIOR CALMA? - Natália falava - EU SOU SUA MELHOR AMIGA E VOCÊ NEM ME CONTOU NADA, SUA VADIA - me ama tanto.

- Você ama ele mesmo? - Fernanda perguntou, tentando controlar a empolgação.

- Amo - suspirei.

- Ele vai ficar feliz pra caralho quando souber que não é só com ele - Bobby disse.

Alisson revirou os olhos e todas nós olhamos o marido de Larissa.

- O que você disse? - perguntei.

- N-nada - ele deu de ombros, tenso - eu só... - tentou pensar em alguma coisa.

- Olha o que você fez, boca grande - Alisson o repreendeu.

Engoli em seco.

- Então é verdade?

- Não, não é verdade. Eu tô meio bêbado. Nem sei o que tô falando - Firmino fez uma péssima atuação - aliás, qual é meu nome mesmo, amor? - perguntou para Larissa, que apenas revirou os olhos e mandou ele falar a boca.

- Meu Deus - passei a mão no rosto, encostando as costas no sofá.

Eles ficaram em silêncio, apenas observando qual seria a minha reação.

- O que você vai fazer agora, amiga? - Nat perguntou, aproximadamente dois minutos depois.

- Eu... não sei - murmurei, ainda tentando processar a informação.

- Saiam vocês dois, já perturbaram demais - Natália se referiu aos rapazes.

- Eu vou se não eu apanho - Alisson saiu do lado dela, rindo.

- Medo de apanhar, muralha? - Firmino riu alto - Prefiro ficar aqui, vai ser mais interessante.

- Se você não sair agora, vai ficar um mês sem sexo - disse minha prima, mas nem isso me fez rir.

- Não precisa falar assim, vida, tô saindo - ele deu um beijo na testa da esposa e ergueu as mãos em sinal de rendição, saindo do lado de Larissa.

Nós quatro ficamos a sós na chamada.

- E então, Nê, o que você tá sentindo? - Fernanda perguntou.

- Eu tenho muitas saudades dele - comecei a falar.

- Pelo que você me disse, você só não foi junto pra Alemanha por causa do trabalho, né? - Larissa perguntou e eu assenti com a cabeça.

- E você tá feliz aí? - Nat perguntou.

- Não - suspirei - eu achei que me sentiria feliz com tudo aqui, já que sempre foi meu sonho, mas as coisas não são assim. A maioria do tempo eu penso nele e, quando não penso nele, penso em como estaria a minha vida se eu tivesse aceitado esse convite, se nós estivéssemos juntos agora.

- E você estaria muito mais feliz do que agora - Fernanda afirmou.

- Sem dúvidas - tive vontade de chorar ao falar tudo aquilo que eu havia guardado para mim mesma por um mês - eu sinto tanta saudade que até dói. Antes eu gostava de passar o dia inteiro no escritório atendendo os pacientes, mas agora nada mais tem sentido. Minha vida não tem mais sentido.

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