- Philippe, acorda!
Abri os olhos e me arrependi no mesmo instante. As portas que davam para a sacada estavam abertas, de modo que a luz do sol adentrava ao quarto.
Resmunguei e me virei para o lado oposto de onde ela estava, na intenção de poder dormir um pouco mais. Mas foi inútil. Ainê me abraçou por trás e deu alguns beijos no meu pescoço.
- Vai, Philippe. Já são 6:30h! - insistiu, balançando meu corpo para eu acordar.
6:30h da manhã e já tava esse puta sol?
- Ainda são 6:30h - a corrigi, sem abrir os olhos.
Me agarrei ao meu travesseiro e pensei que ela me deixaria em paz. Mas, obviamente, eu estava errado. De novo.
- Aqui nós sempre acordamos cedinho.
- Pra que acordar tão cedo assim? - resmunguei.
- Nós vamos ter que tirar leite da vaca pra tomar café - respondeu como se fosse óbvio - você acha que o café da manhã vai se preparar sozinho?
- Vamos logo - ela me sacudiu ainda mais - assim a gente toma o leite fresquinho.
Tomei coragem e abri os olhos. Eu sabia que ela não iria me deixar em paz até que eu levantasse e fosse com ela até o estábulo.
- Você quer leite? Eu te dou leite, porra - falei e ela riu.
- Você não tem jeito mesmo - ela disse e acabei rindo também.
- Eu adoro o seu sorriso, sabia? - a puxei para um abraço e ela retribuiu.
- Eu adoro ainda mais o seu - ela sorriu ainda mais.
Acariciei sua bochecha e ela deu um beijo nas costas de minha mão. Continuamos abraçados até que ela sentou na cama, me puxando também:
- Quanto mais cedo nós formos, mais cedo vamos tomar café - ela avisou.
- E você não esqueceu do leite! - exclamei e ela riu.
Agora que ela estava de pé, pude observar melhor sua roupa. Ela ainda estava de pijamas e pantufas.
- Você tem 10 minutos. Te espero lá embaixo - falou antes de sair pela porta do quarto.
Fiz minhas higienes matinais, tomei um banho rápido e vesti a primeira bermuda e a primeira camisa que vi em minha mala. Penteei meu cabelo e passei perfume antes de calçar meu chinelo. Desci as escadas e a encontrei sentada no sofá me esperando.
- Finalmente! - ela se levantou e veio até mim, pegando na minha mão e me levando para fora.
- Eu não conhecia esse seu lado fazendeira - observei e nós rimos.
Andamos por uns cinco minutos até chegarmos perto da vaca.
- Essa aqui é a Mimosa - ela passou a mão pelo animal, o acariciando.
- Quem escolheu o nome? - perguntei, rindo.
- Eu. Tá julgando meu gosto pra nome de vacas, é? - brincou.
Apenas ri e ela continuou:
- Você nunca fez isso antes, né? - perguntou e eu neguei com a cabeça - bom, é só puxar.
- Puxar? - a olhei com uma expressão confusa e ela riu.
Ela veio até mim e agachou ao meu lado.
- Assim - ela segurou nas tetas da vaca e as puxou pra baixo. O leite escorria pelo balde que eu havia colocado embaixo do animal.
Eu observava tudo com atenção, a fim de aprender.
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two hearts
FanfictionAinê já sofreu muito no passado por amor. Após sair de um relacionamento conturbado, encontra Philippe por acaso. Os dois viram melhores amigos, mas um sentimento forte de ambas as partes fala mais alto. "sou seu confidente não vai ser pecado seu...