capítulo 49

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- Philippe, acorda!

Abri os olhos e me arrependi no mesmo instante. As portas que davam para a sacada estavam abertas, de modo que a luz do sol adentrava ao quarto.

Resmunguei e me virei para o lado oposto de onde ela estava, na intenção de poder dormir um pouco mais. Mas foi inútil. Ainê me abraçou por trás e deu alguns beijos no meu pescoço.

- Vai, Philippe. Já são 6:30h! - insistiu, balançando meu corpo para eu acordar.

6:30h da manhã e já tava esse puta sol?

- Ainda são 6:30h - a corrigi, sem abrir os olhos.

Me agarrei ao meu travesseiro e pensei que ela me deixaria em paz. Mas, obviamente, eu estava errado. De novo.

- Aqui nós sempre acordamos cedinho.

- Pra que acordar tão cedo assim? - resmunguei.

- Nós vamos ter que tirar leite da vaca pra tomar café - respondeu como se fosse óbvio - você acha que o café da manhã vai se preparar sozinho?

- Vamos logo - ela me sacudiu ainda mais - assim a gente toma o leite fresquinho.

Tomei coragem e abri os olhos. Eu sabia que ela não iria me deixar em paz até que eu levantasse e fosse com ela até o estábulo.

- Você quer leite? Eu te dou leite, porra - falei e ela riu.

- Você não tem jeito mesmo - ela disse e acabei rindo também.

- Eu adoro o seu sorriso, sabia? - a puxei para um abraço e ela retribuiu.

- Eu adoro ainda mais o seu - ela sorriu ainda mais.

Acariciei sua bochecha e ela deu um beijo nas costas de minha mão. Continuamos abraçados até que ela sentou na cama, me puxando também:

- Quanto mais cedo nós formos, mais cedo vamos tomar café - ela avisou.

- E você não esqueceu do leite! - exclamei e ela riu.

Agora que ela estava de pé, pude observar melhor sua roupa. Ela ainda estava de pijamas e pantufas.

- Você tem 10 minutos. Te espero lá embaixo - falou antes de sair pela porta do quarto.

Fiz minhas higienes matinais, tomei um banho rápido e vesti a primeira bermuda e a primeira camisa que vi em minha mala. Penteei meu cabelo e passei perfume antes de calçar meu chinelo. Desci as escadas e a encontrei sentada no sofá me esperando.

- Finalmente! - ela se levantou e veio até mim, pegando na minha mão e me levando para fora.

- Eu não conhecia esse seu lado fazendeira - observei e nós rimos.

Andamos por uns cinco minutos até chegarmos perto da vaca.

- Essa aqui é a Mimosa - ela passou a mão pelo animal, o acariciando.

- Quem escolheu o nome? - perguntei, rindo.

- Eu. Tá julgando meu gosto pra nome de vacas, é? - brincou.

Apenas ri e ela continuou:

- Você nunca fez isso antes, né? - perguntou e eu neguei com a cabeça - bom, é só puxar.

- Puxar? - a olhei com uma expressão confusa e ela riu.

Ela veio até mim e agachou ao meu lado.

- Assim - ela segurou nas tetas da vaca e as puxou pra baixo. O leite escorria pelo balde que eu havia colocado embaixo do animal.

Eu observava tudo com atenção, a fim de aprender.

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