Philippe narrando:
Eu e Ainê não nos desgrudavámos mais desde que eu falei o que sentia. Em parte, isso é bem ruim, já que em um mês e alguns dias nós teríamos que nos separar com a minha volta pra Munique.
- Bom dia - desci as escadas correndo e dei um selinho em Ainê, que estava na mesa lendo o jornal enquanto comia uma fatia de bolo.
- Bom dia - Ainê sorriu - comprei pão na padaria aqui perto de casa e fiz café.
- Hum, que delícia - fui até a cozinha e peguei uma xícara de café.
- Sua mãe ligou - avisou - ela queria falar algo sobre a sua passagem pra Alemanha.
Suspirei.
- Depois eu ligo de volta - derramei o café quente na xícara e adicionei um pouco de adoçante.
Ela largou o jornal e o copo de suco sobre a mesa e me olhou.
- Você também disse isso antes de ontem.
- Eu sei, mas... - não completei a frase.
- Por que você não quer ir? - insistiu - Philippe, você foi emprestado a esse time difícil de pronunciar por um ano.
- Bayern - a corrigi, rindo.
- Que seja - continuou - você mal jogou lá. Eles não compraram um jogador pra ele não jogar. Fala pra mim o porquê de você não querer ir. Eu vou fazer tudo que estiver ao meu alcance pra te ajudar.
Me direcionei até a mesa e sentei ao seu lado.
- Vai comigo pra lá - peço - pelo menos por um tempo.
- Tá louco? - ela ri - a gente nem tem nada, Philippe.
- Não seja por isso - recuei um pouco e abaixei em sua frente - Ainê Maria, você aceita namorar comigo? - brinquei, rindo.
- Eu tô falando sério, seu bobo - ela ri - levanta daí vai.
Voltei a sentar na cadeira e, ao ver que eu não iria falar nada, ela continuou:
- Eu tenho um trabalho aqui - argumentou - conseguir me formar na faculdade sempre foi meu sonho e, graças a Deus, eu consegui realizá-lo.
- Eu sei - abaixei a cabeça - mas eu não tô tão acostumado a acordar com você na minha cama todos os dias, de você ficar fazendo cafuné em mim até eu dormir, de nós ficarmos com preguiça de cozinhar e pedirmos qualquer porcaria na rua pra jantar, de quando nós saímos juntos... Eu gosto pra caralho de você, princesa.
- Para que assim eu choro - ela me abraçou e eu a abracei forte também - mas você tem que entender que trabalho é trabalho. Você não gosta de jogar futebol? - me olhou.
- Eu amo - respondi.
- Então. Eu também adoro exercer a minha profissão. Não dá pra simplesmente mudar de país e deixar tudo pra trás.
- Enfim, depois eu ligo pra minha mãe - voltei a tomar o café.
Ela se aproximou de mim e começou a distribuir alguns beijos pelo meu pescoço.
- Eu não quero que você fique boladinho assim, não - me olhou - a gente vai aproveitar muito antes de você ir embora, tá?
- Tá bom - dei um sorriso meio amarelo.
- Vou me arrumar - se levantou e colocou a louça na pia.
- Vai sair? - perguntei.
- Vou visitar meu pai. Quer ir?
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two hearts
FanfictionAinê já sofreu muito no passado por amor. Após sair de um relacionamento conturbado, encontra Philippe por acaso. Os dois viram melhores amigos, mas um sentimento forte de ambas as partes fala mais alto. "sou seu confidente não vai ser pecado seu...