Prólogo

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Vim trazendo o prólogo pra vocês e eu espero de coração que vocês gostem, meus nenéns. 

Beijos!

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LEONARDA

- Leo, levante da cama agora mesmo e vá logo para o banheiro tomar banho, porque o seu pai acabou de falar que vai deixar você e seu irmão no colégio. – Cobri meu rosto mais uma vez e apenas confirmei, com um som baixo, que iria fazer o que minha mãe mandou. Mesmo que isso não fosse lá o que eu tivesse em mente de fazer em uma segunda de manhã, na qual eu preferia ficar dormindo até dez horas da manhã. Seria pior, caso eu decidisse que iria ficar em casa e não ir para a bendita escola, porque eu seria feita de empregada. 

Só de pensar que da última vez ela me fez lavar todos os pratos e as panelas dela, depois de limpar toda a casa, já me deixa arrepiada. 

Senti o chão frio em contato com os meus pés, fazendo um calafrio desconfortável passar por todo o meu corpo, me arrepiando completamente. Segui em direção ao banheiro, que não era muito grande e ali já comecei o meu dia entrando debaixo da água fria, para tentar acordar. Meu banho também não foi rápido, porque apesar de eu ter chego primeiro no banheiro não demoraria até meu irmão chegar batendo nessa porta e gritando para eu sair como em todos os dias.

E como eu andava muito estressada ultimamente, provável que minha mãe me mataria, depois que eu deixasse meu belo irmão Vagner desmaiado no chão. 

Bom, o meu nome é Leonarda Adriana, isso mesmo, não leram errado, esse nome foi em homenagem à minha bisavó. Tenho dezesseis anos e estou no segundo ano do ensino médio, mais precisamente no começo do quarto bimestre e indo para as férias de Julho, que é o que me mantém minha vida escolar viva até hoje.

- E a vontade de ser rica também. - Minha consciência apontou e eu sorri sozinha, pensando em como aquilo era verdade. Queria ter uma papelaria só para mim! 

Me descobri Transexual vai fazer mais ou menos uns dois anos, depois de muita terapia e muitas - muitas mesmo - conversas com um psicólogo. Não é uma jornada fácil, você se entender Transexual, pois para isso, você tem que se entender em primeiro plano e depois entender que você vai passar por muitas coisas ruins, por conta de uma sociedade arcaica. Parada no tempo. E ainda cheia de preconceitos e julgamentos.

No momento em que pisei na cozinha, avistei o meu pai e minha mãe sentados, lado a lado conversando animadamente sobre qualquer assunto aleatório, que eu não estava com o mínimo saco para saber sobre. Enchi uma xícara com café e coloquei leite dentro, peguei uma torrada e coloquei manteiga, muita manteiga, em cima da mesma, atraindo olhares assustados em minha direção.

- Que foi? – Perguntei com a boca cheia e Luísa, que atende como minha mãe, me olhou com cara feia, repreendendo a mim, que nem liguei. – Pai, me explica direito essa história de levar eu e meu irmão pra escola hoje, se aqui em casa só tem uma moto? O senhor quer ser preso? - Perguntei depois de engolir a comida, para o alívio da minha mãe. 

Desde que eu me descobri como Trans e comecei a me hormonizar seguindo os conselhos dos médicos, minha mãe ficou muito super-protetora comigo... o meu pai nem se fala, porque depois que meus peitos começaram a crescer esse homem quer me fazer andar vestida que nem uma freira. Logo eu, a maior puta que existe! 

- Você lembra semestre passado?

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- Então, senhor Silva, você trouxe o seu filho, como eu percebi. – O homem bem mais velho olhou em minha direção e sorriu, terno.

É QUE EU... TE AMO!Onde histórias criam vida. Descubra agora