Capítulo 15

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Como está sendo o carnaval de vocês, bebês? 

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- Fica parado aí, que eu vou sair e buscar algo para você beber, tudo bem? – Lucas assentiu, enquanto Leonarda não mais esperou e saiu floresta a fora. Ela estava muito preocupada, por assim dizer, já que um tétano não é algo que seja muito controlável fora de um hospital, ainda mais na mata do jeito que eles estavam.

Não demorou muito tempo para que a mesma chegasse até o rio e ali enchesse uma vasilha com água e levar de volta onde Lucas estava. As árvores não ajudavam muito nos pensamentos bons, já que sempre remetiam a um cenário de filme de terror, parecido com pânico na floresta e como ela era viciada nessa sequencia de filmes, só restava esperar vários deles saindo à caça dos dois, com machados e outras armas brancas.

- Você acha que nossos pais estão procurando a gente? – Ele perguntou baixo, mas ela conseguiu escutar, pois o mesmo estava com a cabeça em seu peito. – Já faz muito tempo, eles podem achar que nós morremos.

- Pode até ser que eles achem que nós morremos, mas eu sei que ainda estão a nossa procura, porque o meu tio Valdomiro nunca deixa nenhum dos seus morrer sem um enterro digno. O que significa que eles nos procurarão até encontrar e o meu tio ele é muito bom em procurar pessoas, posso dizer isso com toda certeza. – Sorriu no final, enquanto lembrava do dia em que havia mentido para sua mãe que ia fazer um trabalho com uma colega e no final tinha ido para uma festa que uma menina da escola tinha dado em sua casa. O resultado foi um sermão enorme da mãe, do pai e do tio, além de um castigo de proporções inimagináveis. Aquele dia foi triste pra ela.

- E você acha que a gente vai morrer? – Ela apenas deu de ombros, passando a mão levemente pela pele da bochecha do outro, que estava queimada do sol. – Eu não queria morr...

- FILHA? – A voz de Lucas parou na garganta quando ouviu o grito.

A cabeça dos dois foi na direção de onde o som veio e para a surpresa dos dois, tinham muitas pessoas ali. A mão, o pai e o tio de Leonarda, além dos homens que trabalham para o tio da mesma; a mãe, o pai e a irmã de Lucas. Foi uma confusão total de pessoas correndo e se jogando em cima dos outros, enquanto choravam e abraçavam os dois ali no chão e no final sobrou apenas uma bola de pessoas vivas em cima de duas outras pessoas que já não estavam gozando de sua plena saúde.

- Minha filha, você está muito magra. Olha isso, dá pra contar as costelas. – A mãe de Leonarda nem mesmo ligou para os homens que estavam ali, apontando para o corpo magro da filha. – E você, meu filho, como está? Eu fiquei tão preocupada com os dois, vocês não sabem o quanto.

- A gente tem que levar ele pro hospital, ele pisou em uma madeira que tinha um prego e eu acho que esse prego já estava aí há uns bons anos, se é que me entendem... – Eles a olharam com uma cara espantada. – Galera, tétano...

- Vocês, levem ele com cuidado. – Valdomiro nem ao menos falou mais calmo com Lucas, na verdade ele nem falou com o mesmo. – E você, minha princesa? – Agachou com certa dificuldade e se pôs a falar com Leonarda, enquanto rodeava seus braços ao redor da sua amada sobrinha. – O tio fez tudo o mais rápido possível pra conseguir te salvar, meu amor.

- Tá bom, tio. Não precisa chorar, eu sei que você fez tudo o que podia e você conseguiu nos encontrar, não tem pelo que ficar triste. – Seus dedos pequenos passaram pela bochecha enrugada do senhor que se encontrava, pasmem, chorando, em sua frente. – Calma, tio, não precisa chorar. Eu já estou bem. Você já me encontrou.

- Senhor, nós precisamos ir. O senhor Lucas já foi na frente junto com todos os outros, porque ele está em um estado mais grave, apesar de não fazer muito tempo que o mesmo havia pisado no prego. – Ajudou o mais velho a levantar e começaram a andar em direção aos outros, que não estavam tão longe. De vez em quando, Lucas olhava para trás e sorria para Leonarda, ignorando o fato de todos ao seu lado virarem juntos, para encará-la. – Como não podemos chamar a ambulância agora, porque seria muito suspeito e muito perigoso para nossa segurança, preferimos leva-lo de carro mesmo para o hospital.

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