É QUE EU... TE AMO!

Capítulo 32

ELES QUE LUTEM! kkkkkkkk

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LUCAS

Hoje era o dia que eu iria assinar o documento com o advogado e não posso negar que estou muito nervoso. Não dormi durante à noite, pensando em tudo o que estava acontecendo agora em minha vida e, principalmente, a rapidez que essas coisas estavam acontecendo. Primeiro eu assumi o relacionamento com uma mulher trans e fui muito atacado de todos os lados, depois eu sou sequestrado e mandado pra uma floresta com psicopatas, quando eu volto pra casa eu descubro mais um milhão de coisas e agora tem um bebê a caminho e eu vou ser o pai dele...

Não culpo Leo por nada disso que está acontecendo, porque eu também sei que ela foi jogada para dentro disso tudo um pouco antes de mim, além dela tentar deixar todos os que estão ao seu lado alegres. Também não me culpo de estar com medo, porque o medo, apesar de tudo, é uma sensação boa. Ele te deixa alerta e te deixa vivo.

- Senhor Dellaviv'? – Senti minha mãe me puxando o braço e fui tirado dos meus pensamentos. Olhei para o advogado, que parecia não estar cansado, mas um pouco chateado com algo que eu não sei o que era e nem mesmo se era comigo, com nossa família ou algo externo.

- Sim?

- Eu o perguntei se estava ciente de tudo o que eu expliquei...

- Hum... não. – Respondi sem graça.

- Certo... certo! – Suspirou cansado. Os outros que estavam perto de mim me olharam curiosos e eu apenas dei de ombros. Não iria explicar nada para eles, sobre o que eu estava sentindo, porque nem eu mesmo sei os meus próprios pensamentos. – Como eu encontrei uma brecha em toda a história, nós vamos usá-la ao favor de vocês e você será posto como o pai de sangue da criança. Senhorita Leonarda terá seu nome no documento da criança quando completar seus dezoito anos. Eu já deixei uma história inventada sobre como aconteceu essa gravidez e é ela que vocês contarão a repórteres ou outros veículos, então tratem de decorá-la, porque ela não poderá ser usada contra vocês.

- Certo e onde que eu assino? – Não era para minha fala ter saído rude daquele jeito, mas não pude evitar. Eu já estava ali há muitas horas e eu recebi uma explicação de todos os parágrafos e artigos e tudo o que envolviam aquele contrato, além de estar com uma fome que não era desse mundo, ainda se misturaram com o estresse de uma noite mal dormida.

Assim que o contrato passou pelas minhas mãos eu fiz questão de assinar rapidamente e depois de umas poucas considerações finais, o mesmo saiu da sala, junto com todas as outras pessoas da família, restando apenas eu e Leonarda. Por um momento continuamos parados, cada um concentrado em seus próprios pensamentos e quem quebrou a distancia entre nós foi ela, que sentou no meu colo e abraçou o meu tronco. Passei as mãos pelas suas costas, enquanto sentia ela soluçar em meus braços.

- Você não precisa mais fazer isso se você não quiser. – A apertei mais ainda em meus braços. – Você está arrependido, não está?

- Não, meu amor. Eu não estou! – Minha voz estava branda e calma enquanto falava com ela. Eu sabia tudo o que ela estava passando, mesmo que em silencio e sem ela me falar nada. Eu já sabia que ela chorava algumas noites com medo e apesar de ela sempre dizer o quanto é forte e não liga para o que as pessoas pensam, eu sei que é mentira. Ela tem medo que as pessoas julguem a criança por ela ser a mãe, ou que a criança no futuro não goste dela por ela ser trans ou até mesmo que o mundo vai cair matando, porque "órgão excretor não reproduz".