O segundo capítulo do dia °0°
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Leonarda mal recebeu a notícia de que agora era sócia de uma grande companhia e já estava sendo sedada e encaminhada para a sala de cirurgia, enquanto seu namorado e os pais saíram do quarto e se dirigira a sala de espera, onde também estavam os pais e o irmão de sua namorada, que os observava com atenção exagerada. Sua mãe e irmã foram para onde a mãe de Leonarda estava e começaram a conversar com ela sobre assuntos diversos, tentando distrair a cabeça dela da filha e da cirurgia que ela fazia no momento; enquanto ele ficou com os outros homens calados e sem trocar olhares... de alguma forma, todos ali gostavam de dominar a situação e se sentirem os "alfas" da situação.
As horas estavam passando a passos de um bebê e isso deixava todos os outros que estavam ali inquietos. Nenhum deles gosta de esperar por nada e ficar sem fazer nada e sem notícias os faziam quase pirar, mesmo que o pai de Lucas não tivesse tanto contato assim com a namorada do filho, ele gostava dela de verdade.
Claro, como não poderia gostar, se ela ajudou o seu filho a se tornar uma pessoa melhor? Não que ele não fosse bom antes, mas a vida de festas quase todos os dias, as inúmeras bebedeiras, saídas corriqueiras a lugares não muito bem frequentados e óbvio, as inúmeras parceiras. Seu filho parecia ter um apetite por "carne nova" e quando passava um tempo com alguma, parecia perder o encanto e começava uma onda de traições à coitada que estava junto dele.
Não se orgulhava disso no filho e já havia conversado muito com ele sobre o assunto, mas sempre percebia que ele não lhe dava muita atenção, visto que alguns dos seus "amigos" também faziam isso e os pais pareciam não ligar. E por causa desses "amigos" ele quase perdeu seus irmãos de outra mãe, como ele chamava os outros garotos que formavam o tal quinteto fantástico: Joseph, Apolo, Armando e João. Essa época foi a pior, porque parecia que ele não queria ir, mas algo o condicionava e isso deixa seu pai intrigado.
Por que ir, se não tem realmente o desejo?
Essa pergunta nunca foi respondida e apenas ele guarda a resposta.
- Eu vou pegar um café, alguém quer? – Vagner perguntou e os dois pais presentes assentiram. O garoto saiu a procura de algum lugar que desse para comprar aquele líquido que tinha o melhor gosto, em sua opinião. – O que tu quer, cara? – Paciência não era algo que ele tinha naquele momento e só não perguntou alto, porque estavam dentro de um hospital e ele ainda tinha educação, senão...
- Nada, eu só vim pegar café também, não posso?
- Pode, mas eu não encontrei a maquina de café ainda. – Tentou sair de perto do cunhado, mas este não o deixava se afastar muito. – Eu vou perguntar calmo só mais uma vez, na próxima eu vou esquecer que estamos em um hospital: o que tu quer comigo, meu parceiro?
- Eu só quero conversar, tá bom? – Não parecia que Vagner tinha acreditado muito naquela conversa, mas mesmo assim não o afastou mais. – Por que você não gosta de mim?
Aquela era a pergunta que sempre rondava a mente do outro e nunca havia encontrado uma explicação plausível para ela. Não havia batido nele, não fazia bullying com ele, não pegou nenhuma namorada dele enquanto elas namoravam o mesmo...
- Você não é apaixonado por mim, é? – Perguntou e o encarou, vendo o mesmo gargalhar, o que chamou a atenção de algumas profissionais que passavam por ali e que reclamaram com os dois, dizendo que aquele ambiente precisava se manter em silencio, fazendo Vagner maneirar mais na gargalhada. Não saia mais o som da risada, mas notava que ele estava sorrindo, porque até mesmo lágrimas de seus olhos desciam.
- Parceiro, deixa eu te dizer uma coisa... eu não sou viado não e nem tenho preconceito, quero deixar bem claro, mas se eu fosse gostar de homem algum dia, esse não seria tu. – Disse ainda sorrindo baixo. – Sério, tu tem toda uma pinta de Playboy e tals, tatuagem e o caralho a quatro, mas tu te mó cara de tonto, na moral.
- O que? Eu não tenho não.
- Tem sim e eu vou ser sincero, não gosto de você, porque você gosta da minha irmã. – Pegou um salgadinho na máquina e seguiu em busca do café, sendo seguido por Lucas, que queria entender o cara de tonto. Ele não tinha cara de tonto. Tinha? – Além do mais, eu não confio minha irmãzinha a uma pessoa que tenha a sua fama, me desculpa mesmo. Você pegou quase todas as meninas da escola quando a gente estudava e, sinceramente, não quero que minha irmã seja usada por uma pessoa que só pensa no próprio pau. Ela é a pessoa mais bondosa que eu já conheci e eu não gostaria que fosse machucada, esse é motivo de eu não gostar de você. Pode até ser que você realmente goste dela, eu não vou negar isso, mas isso não quer dizer que você a respeitará como ela merece e para ser sincero, ainda acho que vai a machucar. – Não queria ser rude com ele... é, e nem mesmo coloca-lo para baixo, pois sabia que ele tentava com a irmã, porque nunca o viu tratar alguém da forma que a trata, porém, não baixaria sua guarda. – Porém, eu faço um esforço para não desgostar tanto, já que ela gosta realmente de ti e você parece trata-la com muito carinho e respeito.
- Eu a trato, com carinho e respeito. – Confirmou, meio sem dizer o que queria, pois estava tão absorto pelo que ele disse de si, que não vinha resposta na mente. Ele realmente fazia muitas coisas das quais ele citou, inclusive machucava algumas garotas, mas o que ninguém sabia, era que ele deixava suas intenções bem claras quando saia com qualquer uma delas. Se ele estava afim de sexo, ele dizia e isso se seguia para as outras, mas elas não entendiam.
- A trate como uma rainha, com respeito e sempre a defenda, porque isso é algo que eu sempre faço. Não a deixe correr perigo nunca, porque já deve ter percebido que as pessoas são más com comentários em relação a ela e pode não ficar apenas nos comentários, me entendeu? – Lucas assentiu com a cabeça, sem dizer nada. – Se você vê os comentários das fotos que publica com ela ou das notícias que saem dela, vê que tem pessoas que sempre tentam colocar minha irmã para baixo e você faz com que ela não fique triste, pelo que ela me disse, então continue assim, que eu posso pensar em desgostar de você. – Lucas assentiu de novo.
A essa altura do campeonato, já haviam comprado o café e já estavam voltando.
- Ah, mais uma coisa. – Vagner parou e Lucas seguiu seu exemplo. – Eu vou começar a te suportar, porque você foi homem de chegar em e perguntar o motivo, eu pensei que não tivesse essa coragem, mas caso essa história chegue aos ouvidos dela... – Passou o polegar da direita para a esquerda, fazendo sinal de cortar o pescoço.
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Foram curtos, porque eu queria introduzir uma relação de "supORTAÇÃO" entre os dois mini alfas e não sabia como, aí fiz assim. Espero que tenha ficado legal, principalmente a conversa dos dois.
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É QUE EU... TE AMO!
RomanceQuando Leonarda, uma menina Trans, vê a oportunidade de mudar sua vida, a vida de seus pais e seu irmão, a aceita. Seu lema de vida sempre foi: farei tudo o que desejar, contanto que o meu desejo não atrapalhe a vida de ninguém. Lucas, por outro la...