Capítulo 41

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Amados, queria ter voltado antes, mas estava de luto porque alguém achou que meu celular era um peixe e jogou dentro d'água e agora ele não tem mais salvação KKKKKK 

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LUCAS

Ainda não me tinha caído a ficha de que minha mãe poderia mesmo estar mudando, visto que eu pensava que era uma coisa completamente impossível. Porém, eu não posso julgar a mudança de alguém, sendo que antes eu já fui muito ruim com as pessoas e me arrependi totalmente dos meus atos. Se arrepender não é algo exclusivamente meu e eu entendo isso.

Ian já estava bem crescido e acho eu que ele já tinha consciência de muitas coisas que nós falávamos, mesmo ele tendo apenas três meses e meio de idade. Inclusive hoje ele estava enjoado por uma vacina que ele tomou e eu não poderia desejar estar em outro lugar agora. Se eu falo um A ele chora. Se ele se meche, ele chora. Se ele tá com fome, chora. Se fez cocô, chora. Se quer a mãe, chora. Se não quer, chora. E eu estou tendo que aguentar ele sozinho, porque Leonarda saiu junto com a mãe e o pai para comprar alguma coisa que estava faltando e eu não sei o que é, o irmão dela estava na rua e eu não cogitava nem ao menos chamar o tio dela.

Ele ainda hoje me assusta.

- Ian, me fala o que você quer para parar de chorar. – Gemi descontente quando ele só berrou mais alto depois da minha fala.

Nenhum brinquedo o distraia. Nada mesmo. Tentei um chocalho pequeno, ele nem ligou. Carrinho? Nem mesmo olhou. Os ursinhos de pelúcia dele já estavam do outro lado da cama, porque ele jogou lá. E eu? Estava com medo de pegar ele no colo e ele chorar mais ainda – mesmo que eu ache impossível alguém conseguir chorar mais ou mais alto do que ele naquele instante, mas é sempre bom não duvidar do poder de choro de um bebê.

Quando se passou mais de meia hora e o choro dele finalmente diminuiu, eu resolvi ir dar um banho nele. Calor, pensei eu. Coloquei milhares de travesseiros de todos os lados dele, para que não houvesse qualquer risco de cair enquanto estivesse preparando o banho e o deixei ali. Para banha-lo, eu usava uma daquelas banheiras de bebês e contava com mais duas mãos de Leonarda para me auxiliarem a um banho completo e sem riscos para ele, mas agora estou sozinho.

Sozinho.

Sozinho.

Sozinho.

Deixei todos os aparatos já preparados e abertos, do lado da banheira já cheia com água, toalhas, sabonete, uma fralda de pano e uma cuequinha. Se eu dissesse para vocês que todas as vezes que eu olho para essas roupinhas eu sinto o meu coração aquecendo tanto e ao mesmo tempo um frio na barriga ao mesmo tempo... os sons que saiam da sua boquinha pequena e já banguela me faziam querer apertar tanto ele e morder as bochechas, mas Leonarda já me proibiu uma vez de amassar ele com meu amor, então eu não posso fazer isso.

- Sua mãe é bem doida, não é, meu filho? – Sorri alto quando ele tentou alcançar minha bochecha com sua mão gordinha.

- E seu pai é um homem morto, Ian. – Gritei com o susto que levei, mas Ian não pareceu se intimidar e só sorriu mais grande ainda, estendendo o braço pra ela, que não pegou ele. – Dá um banho nele que eu vou tomar banho também. Eu não vou pegar ele depois de chegar da rua, imagina só o quanto de bactérias que não tem no meu corpo agora?

- Tá bem, vai lá. – Ela assentiu e saiu.

O banho de Ian sempre é uma festa pra ele, que não deixa a água parada dentro da banheira e a todo instante está jogando-a de um lado para o outro, principalmente quando o seu brinquedo favorito da hora do banho está junto: um patinho azul. Quando achei que ele já estava limpinho o suficiente, o tirei da água – o que diga-se de passagem é um erro, quando seu filho é um mini peixe – e depois de pôr a fralda e a cueca, passar uma loção de bebê e o fazer ficar um pouco mais calmo, subi de novo em direção ao meu quarto.

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