Capítulo 33

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Eu sinto muito por não ter voltado antes, mas os acontecimento me deixaram incapaz de escrever. A morte do George Floyd (me perdoem se eu tiver errado o nome dele) nos EUA, a morte daquele menino João Pedro (não lembro se o nome dele realmente é esse) e da criança Miguel me deixaram com crises INTENSAS de ansiedade.

Já viram o meme: a festa virou um enterro? 

Então...

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                Uma pessoa poderia dizer muitas coisas, algumas com sentido, outras sem, mas Lucas nem conseguiria pensar que o amor que ele sentiria por aquelas duas pessoas que estavam deitadas na cama seria tão grande, caso alguém dissesse a ele algum dia. Mas o amor se misturava com a culpa de já ter tratado Leonarda mal e não ter tido coragem para se declarar a ela antes, podendo já terem vivido muito mais tempo juntos.

Mas e se ele tivesse se declarado antes e agora já não estivessem mais juntos? Era a pergunta que não queria calar. Antigamente – basicamente há não muito tempo atrás – ele era um cafajeste de mão cheia, que não ligava para os sentimentos de ninguém e gostava de saber que as pessoas o amavam. Isso fazia com que o seu ego ficasse nas alturas. Quem não gostaria de saber que tinha alguém que realmente gostava de si? Entretanto, ele não poderia garantir que respeitaria Leonarda naquela época.

Na grande maioria das vezes, adolescentes gostam de fazer merda para sentirem-se no próprio controle da própria vida, mesmo que eles não estejam, na verdade. Ele era assim, os amigos eram assim, os colegas de classe eram assim, sua irmã foi assim e acreditava piamente que seus pais eram assim na adolescência, levando em consideração as histórias que eles contavam. Leonarda estava dormindo e apesar de o bebê parecer bem sonolento, ele ainda não tinha dormido e com os barulhos lá embaixo ele ficou ainda mais desperto.

Todas as histórias que me foram contadas sobre bebês passarem o dia dormindo, com aquele dali em especifico, pareciam ser mentiras inventadas para dar um pouco mais de conforto aos pais durante o dia. Colocou um travesseiro do lado da parede, para não ter nenhum perigo de acidentes e deixou Leonarda ali do jeito que a mesma estava, em seguida, saindo do quarto e indo para a sala. Luísa, Pablo, Vagner, Valdomiro, meus pais e minha irmã estavam sentados no sofá branco, que havia sido trocado há poucos dias por minha mãe.

- Que surpresa era essa que queria nos mostrar? – Fernanda perguntou quando seus olhos pousaram no irmão e os outros concordaram, demonstrando terem a mesma dúvida. Ele apenas sorriu e se dirigiu ao sofá, que ainda tinha um espaço pequeno para que ele se acomodasse ali.

- Se lembram do meu bebê e da Leo? – Os outros concordaram confusos e Fernanda foi a primeira que pareceu entender do que ele realmente falava. Empalideceu como se aquilo fosse a notícia de alguma morte na família, mas se recuperou rápido e saiu correndo em direção ao quarto. Os outros a seguiram rápidos, apesar de estarem mais caminhando do que correndo, como ela, que entrou no quarto e mesmo sem querer, fez um barulho alto quando a porta bateu na cadeira que eu tinha empurrado quando chegamos do hospital.

Com o susto, o pequeno Ian, que estava quase dormindo começou a chorar, o que fez com que Leonarda acordasse assustada e tentando se situar, enquanto Lucas já tinha ido até onde o bebê estava e o pegado no colo – o que não adiantou de muita coisa, pois o mesmo não parou de chorar em nenhum momento, até mesmo chorou mais quando Fernanda e os outros se aproximaram, olhando-o com curiosidade exacerbada.

- Ele é tão bonitinho...

- E gordinho!

- As bochechas dele são perfeitas.

É QUE EU... TE AMO!Onde histórias criam vida. Descubra agora