É QUE EU... TE AMO!

Capítulo 43

Gente, acreditam que eu descobri que meus óculos venceram? Puts... foi triste! 

Sabem como eu descobri? Fui escrever e parecia que meus olhos tinham pimenta. Agora imaginem como não está minha vista tendo que escrever e estudar online? KKKKKKK PORRA COVID ME AJUDA A TROCAR DE ÓCULOS CARALHO

Esse foi um apelo de uma pobre usuária de óculos

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LUCAS

É estranho ter que admitir que no fundo eu já sabia que minha mãe estava me controlando outra vez, só que por birra de ter uma mãe que "apoia", deixei isso de lado e minha irmã me abriu os olhos. Eu já notava que ela queria me dizer há muito tempo, só que eu também não estava aberto a comunicações mais diretas sobre o assunto e nem queria que me tirassem da ilusão de voltar a ter uma família mais completa. De novo eu me deixei manipular, de novo eu me deixei cair na lábia e de novo eu estava lá, brigando com todas as pessoas que eu gosto por causa de uma pessoa que não aceita a felicidade alheia.

Tudo tem pesos e medidas diferente, quando a pessoa se liberta de uma relação abusiva e diferente do que muitos pensam, até mesmo relacionamentos familiares podem ser abusivos. Eu sou uma prova disso.

É muito diferente você ver uma situação dessas acontecendo com alguém que está próximo de você ou que está mais inserida no seu círculo social, do que quando acontece diretamente com a própria pessoa. Não é tão fácil sair quanto eu imaginava, além de não ser uma saída com alívio, visto que o psicológico fica muito abalado com as diversas situações as quais eu e milhares de pessoas pelo mundo a fora se dispõem para ter um pouco de carinho, respeito e até mesmo atenção.

- Você só pode estar louco de acreditar na sua irmã e naquela lá que você namora. – Eu estava calmo, por mais que eu estivesse triste. Não iria me exaltar e muito menos falar coisas desnecessárias, porque do jeito que meu pai anda protetor com ela, é capaz de ele ir atrás de mim falar merda e eu não estava com saco de aguentar ele com toda a ladainha de família unida.

- Não fale assim dela, mãe. Você não tem esse direito e quanto à Fernanda, eu sinto muito se ela não se deixa levar pela sua cabeça doentia e eu me deixei. Coisa que eu me arrependo muito, devo acrescentar aqui, em sua presença.

- Como é? Eu não estou entendendo mais nada. Em um dia nós estamos bem, no outro você chega na minha casa e diz que tem que falar comigo, mas antes você precisa falar com a Fernanda. Até aí tudo bem, eu entendo, irmãos precisam falar um com o outro e resolver as situações criadas entre si, mas atacar a própria mãe? Isso não entra na minha cabeça.

- Mãe...

- Ainda mais fazendo isso por conta de mentiras inventadas por não sei quem. Eu sou sua mãe e eu sei o que é melhor pra você, Lucas. – Assenti.

- E eu sou a pessoa que convive comigo mesmo todos os dias, mãe. Eu, mais do que ninguém, sei o que é melhor e o que deixa de ser melhor para mim, não concorda? – Ela se manteve calada, com sua pose altiva sentada em um sofá que ficava de frente para a televisão. Eu conseguia, agora, notar em seu rosto todas as mesmas feições que ela tinha quando fazia essas mesmas coisas comigo, só que no passado.

Eu estou tão arrependido por dar outra chance e confiar na minha própria mãe, que eu nem sei se estou certo nisso. Mas por outro lado, eu também tenho noção de que eu estou certo em pensar assim, porque eu já fui muito traído por ela, só que até aí ela nunca tinha mentido pra mim.

- E o que você acha que é bom pra você, meu filho? Porque eu juro pra você que não estou entendo. De verdade! Um relacionamento que mal começou e já tem uma criança no meio é bom? Você é jovem e precisasse divertir, com um relacionamento desses só o que você vai encontrar é dor de cabeça e eu não quero isso pra você. Além do mais, olha a outra pessoa que está no relacionamento, né? Faça-me o favor...