Capítulo 36

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Gente, desculpa pela demora e pelo capítulo bosta, mas eu estou estagnado KKKKK não consigo ir pra frente ou pra trás. 

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O lugar era realmente muito calmo, mais calmo até mesmo do que Leonarda pensava, mas isso não era uma coisa que ela considerava ruim, muito pelo contrário. A vida na cidade era boa, considerando a oportunidade de empregos e a quantidade de pessoas que residiam lá, o que implicava em muito barulho e muitas festas, o que era maravilhoso para uma pessoa que gostava de rolês era um prato cheio.

Entretanto, depois de um tempo estando condicionada a escutar muitos carros pela rua ou muito barulho de pessoas ou de som, era bom tirar um tempo para desocupar a cabeça. O ar da cidade também não era muito bom, mas era o que ela tinha para viver e ela se acostumou com aquilo. Também haviam muitos assaltos e mortes todos os dias, o que no interior não tinha, era até mesmo estranho quando acontecia assaltos de pequenos bichos, porque todos ali conheciam uns aos outros e até mesmo os animais eram conhecidos.

- Chegamos! – Lucas disse enquanto se espreguiçava ainda dentro do carro. Ele não estava cansado de verdade, apenas as pernas dele que não estavam tão bem, depois de algumas horas dirigindo sem parar. Leonarda saiu e foi tirar Ian da cadeirinha, enquanto Lucas seguiu para o porta-malas e saiu carregando todas elas juntas.

- Aqui é lindo! – Leonarda se impressionou com o acabamento da casa, que era toda de uma madeira rústica de cor laranja, o que dava um contraste lindo com os móveis planejados que eram brancos e grandes. Tinham várias plantas dentro da casa também, mas estas eram pequenas. A televisão parecia ser uma tela de cinema de tão grande que era. – Me dá a mamadeira pequena do Ian, que eu vou dar um pouquinho de água pra ele.

Quando Leonarda seguiu para a cozinha, Lucas se direcionou para o quarto para guardar as malas. Ele já aproveitou para separar todas as pecinhas que Ian mais precisava dentro de uma parte do guarda-roupas; depois foi a vez das roupas de Leonarda, que também foram arrumadas em uma das partes do guarda-roupas e, por último, foram as suas próprias. Ele não trouxera muitas, não precisava e além disso, só tinha um local para guardar as coisas e ele priorizou sua namorada e o filho.

A casa ficava em uma localização muito boa do terreno, ficando no centro do mesmo, o que a ligava com tudo, mesmo que tenham lugares longes. Ali tinha uma parte que era uma mata não tão fechada, que tinha uma cachoeira linda; ao redor da casa ficava um jardim muito bonito e bem cuidado, além do tradicional fogão de lenha que ficava localizado na cozinha exterior. Nessa casa eles não tinham animais, visto que quase nunca passavam o tempo ali e animais que eram mais valiosos, como bois e cavalos ficavam situados em uma fazenda bem longe dali.

- Vamos pra cozinha? – Leonarda apareceu do nada ali. – Deixa essas coisas bagunçadas, que depois nós arrumamos.

- Ok! – Lucas respondeu e saíram dali. A cozinha era completa com coisas caras, igual na casa da cidade, apesar de bem mais rústica. A pia era grossa, as madeiras dos armários tinham apenas uma camada de verniz, a mesa tinha muitos lugares, o fogão era de seis bocas e o mais importante: a vista que se tinha dali era perfeita.

Leonarda já podia até mesmo se imaginar velhinha, enquanto, sentada na mesa, lembrava de todas as suas aventuras quando era mais nova. Onde receberia os netos e os filhos ali, junto das noras ou dos genros. E o melhor era que ela se imaginava com Lucas. Velhinhos. Naquele lugar, observando o pôr do sol por cima da copa das árvores.

- Você não precisa se preocupar, eu sei que sua mãe já sacou que ela fez merda e eu tenho quase certeza que ela sabe a merda que ela fez e ainda anda fazendo. – Lucas assentiu, sem acreditar muito naquelas palavras. A mãe era a melhor pessoa do mundo e sempre pensava em ajudar os outros, entretanto, ela era uma mulher que gostava muito de se mostrar para os outros e fazê-los ver como a família dela era perfeita, o que causava inveja em muitas outras famílias e se para isso ela precisasse usar os filhos, ela o faria.

O motivo disso ele também sabia e por isso não a julgava. Como poderia julgar uma pessoa que sempre era tida como a 'menos' quando estava entre amigos ou na família? A menos importante, a menos bonita, a menos inteligente, a menos atraente, a menos rica, a menos perfeita. Isso de certa forma ainda era um tabu para ela e uma cicatriz enorme, que ainda estava aberta, mesmo com toda a sua mudança externa. Mas não adianta mudar externamente, quando internamente ainda se é a mesma ou ainda se tem os mesmos medos e inseguranças.

Tudo isso também foi a causa das diversas cirurgias pelas quais a mãe passou. Lipoaspiração, enxerto de gordura na bunda, silicone, botox – o que não era bem uma cirurgia, apenas um procedimento estético-, rinoplastia..., mas isso a isentava do que fazia? Não. Ele sabia disso, Fernanda também, o pai também e ela mesma sabia disso. Sabia que precisava de ajuda para mudar, mas também não conseguia ir ao psicólogo ou quando começava a ir e precisava enfrentar seus traumas, parava o tratamento e arranjava uma forma de não ir mais.

A mudança que isso causou foi em relação aos filhos: um rebelde e outra que não ligava para quase nada mais do que a perfeição. Um bip soou de cima da mesa, do celular de Leonarda.

- Quem é? – Lucas perguntou assim que viu a feição da namorada mudar.

- A Fernanda. Sua mãe 'tá vindo pra cá. E pelo que ela avisou, ela estava tendo uma crise de ansiedade.

Pronto. Aquela mensagem foi a responsável por fazer a tarde dos dois virar um inferno de preocupação com o que poderia acontecer pela estrada enquanto ela tivesse seguindo até ali. Ian era o único que não estava preocupado, até porque ele nem conseguia saber de nada mais do que chupar o bico da mamadeira e sugar o liquido que estava ali dentro, dormir e sujar suas fraldas.

À noite chegou e com ela os sentimentos ficaram cada vez mais aflorados. Nada conseguia distrair nem um dos dois e a preocupação naquela sala era quase palpável. Pelas contas que Leonarda fazia sozinha em sua mente, já era tempo de ela ter chego, visto que pela hora que Fernanda mandou a mensagem e pela hora que eles saíram de casa e chegaram ali, ela deveria estar junto deles há, pelo menos, uma hora e meia.

- Eu vou pegar um copo de suco pra você. – Leonarda avisou e não esperou por nenhum som do namorado. Ele estava sem come desde a hora da mensagem e nem dava sinais de que comeria alguma coisa. Quando voltou para a sala, entregou o copo em sua mão e esperou que ele tomasse todo o liquido do copo.

Uma crise ansiedade era uma coisa séria e todos têm noção disso, o que ocasiona preocupação de todos os familiares ou pelo menos de uma parte deles, entretanto, uma crise de ansiedade associada a uma pessoa que saiu de carro sozinha em direção a um sítio no meio do nada? Ah, aquilo dava mais do que preocupação. Leonarda saiu de seus pensamentos quando um carro parou na frente da porta da casa e Lucas saiu correndo, derrubando o copo em que ele havia bebido o suco no processo, junto da mesinha de canto do sofá, onde estava o telefone, o abajur e mais um pote de vidro.

- Me desculpa, meu filho! Me desculpa, por favor! – Ela parecia transtornada, além do mais ela estava fedendo a bebida alcoólica quando Leonarda chegou perto dela, o que a deixou ainda mais apreensiva. Se beber com crise de ansiedade era ruim, imagina dirigir bêbada e com uma crise de ansiedade? Perigoso ao extremo.

Lucas levou a mãe dele no colo, depois que ela desmaiou. Leonarda seguia na frente, abrindo as portas e deixando o caminho facilitado. Amanda estava com as roupas desgrenhadas, nada parecia com a mulher forte e arrumada que estava acostumada a encontrar.

Amanhã seria um loooongo dia!

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