Capítulo 35.

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*** Capítulo intermediário com o capítulo anterior

(Frank)

Acordo indisposto mais uma vez. Já fazem cerca de três dias que não tenho dormido bem. Visões confusas tem me afetado durante a madrugada. Estou angustiado e preocupado por não conseguir decifrá-las como a maioria.

Levanto-me e sigo para o banheiro. Ligo a torneira e lavo meu rosto. Termino e assim que me fito no espelho, vejo um vulto preto flutuando pelo quarto. Me viro para trás depressa, mas ele sumira durante este instante.

Sinto todo meu corpo arrepiar. Algo me diz que tem alguma coisa de muito errada acontecendo. Eu já tinha lidado com energias negativas antes, mas confesso que esta tem me intrigado sobremaneira.

Meneio a cabeça negativamente.

Não sei porquê, porém é Yan que vem a minha mente.

Já faz alguns dias que eu não o vejo e Maria está agindo de uma forma bastante estranha. Não me atrevo a perguntar o que há, pois já que ela não se dispõe a falar, não será eu que me intrometerei. Mas é óbvio que eles não estão mais juntos, porque ela não está mais morando aqui. Eu sempre dava carona para ela, e agora ela chega de ônibus.

Tomo meu café e termino de me arrumar. Pego minhas coisas e deixo meu apartamento.

Quando chego em frente a porta do apartamento de Yan, sinto uma energia tão densa que, minhas pernas fraquejam e não consigo me mover.

Luto contra.

Me preparo para bater na porta, mas desisto por causa do meu celular vibrando no meu bolso. O saco e atendo. É um dos fornecedores da cafeteria. Ele diz que está em frente ao meu estabelecimento e que se eu não chegar em dez minutos irá embora com minha mercadoria porque tem outras entregas para fazer. Sinal de que Maria também está atrasada.

Rodo nos calcanhares e lhe garanto que chegarei antes do tempo estipulado.

Desço apressadamente as escadas. Entro no meu carro, estacionado na garagem, e dou partida imediatamente.

Felizmente, o trânsito está tranquilo e consigo chegar a tempo. O entregador está entrando no caminhão para ir embora quando saio do meu carro correndo e o abordo.

Maria chega poucos minutos depois que eu tinha acabado de resolver a situação.

- Desculpe, Frank... Eu perdi a condução.

- Tudo bem. A noite não foi boa para ninguém, não é? - insinuo, notando seu abatimento.

- Eu vou guardar essas mercadorias... - se oferece, para mudar de assunto.

Apenas assinto. Mesmo que eu esteja curioso para saber o que aconteceu, não posso desrespeitá-la.

Tento me concentrar nas tarefas, mas é difícil não pensar em Yan. Preciso saber como ele está, mas meu vizinho não atende ao celular. Sim, nós finalmente trocamos números um dia desses graças a intervenção de Maria, porém não chegamos a nos comunicar por tal. Yan é muito reservado e eu não quero apavorá-lo ainda mais. Não vejo a hora do dia de trabalho terminar para eu passar em seu apartamento.

{...}

No final do expediente, Maria retira um molho de chaves da bolsa e me entrega.

- Se não for um incômodo, quero te pedir um pequeno favor... - consinto gentil. - Poderia devolver estas chaves pro Yan?

- Mas claro que sim - o pego e o guardo no meu bolso. - Não vai me contar o que aconteceu? Preferi não importuná-la durante esses dias, mas tenho te observado tão tristinha... - solto, aproveitando a oportunidade.

Almas Dançando ( TRANS/BI/POLI)Onde histórias criam vida. Descubra agora