(Maria)
Aceno para Yan. Ele corresponde me mandando um beijo no ar, e piscando o olho de maneira provocativa. Sinto um calor gostoso se apossar do meu ser, e minha vulva latejando de tesão. Se ele soubesse a cachoeira que continua escorrendo da minha fenda, duvido que teria ido trabalhar. — Ai ai, balanço a cabeça energicamente para dispersar meus pensamentos eróticos, rindo de mim mesma. — Atravesso a estradinha de pedras que fica entre o jardim, na entrada da minha casa, subo as escadas da varanda, abro a porta e entro. Tomo um pequeno susto com Rosa sentada no sofá; emburrada; com os braços e as pernas cruzadas; e apenas o abajur aceso.— Rosa?! Você me assustou. O que está fazendo nessa penumbra? Parece um fantasma, sua louca! — levo uma mão ao peito, e com a outra ligo o interruptor.
— Onde esteve o dia todo?
— Por aí — dou com os ombros despreocupadamente. Afinal, não tenho mais dez anos, embora ela continue me tratando como se tivesse.
— Estava com a Mei? — suas sobrancelhas bem feitas estão arqueadas ironicamente.
— Sim, estávamos treinando uma nova coreografia! — confirmo mais animada que o habitual, ignorando seu ar sarcástico. Não sei onde ela pretende chegar e não desejo saber.
— Imagino que coreografia seja essa! — insinua com tom debochado, enquanto se levanta.
— Não estou te entendendo Rosa! O que houve?
— Eu fiquei preocupada com você. A todo instante olhei pela janela na esperança de te ver chegando e surpreendi vocês juntas na varanda. Mas o que significa àquilo Maria? — sonda com escárnio, enfatizando o acontecido como se fosse um atentado contra sua pessoa.
— Estava me bisbilhotando? — estou indignada.
— Não mude de assunto! O que é exatamente àquilo que acabei de presenciar? — sua voz agora demonstra uma irritação assustadora.
— Isso mesmo que você viu, Rosa! — confirmo, já estressada com sua reação desnecessária. — Nós estamos JUNTOS! — ressalto praticamente gritando. Nunca me pareceu tão estranho ouvir alguém chamando o Yan no feminino. — Aconteceu tudo muito rápido! Quando percebi, já estava apaixonada... Aliás, agi feito uma estúpida. — confesso mais tranquila, recordando do dia maravilhoso que passei ao lado dele.
— Se apaixonou por uma chica?
— Você sabe: Mei nunca foi Mei, ela... ele, é um homem transexual...! — me embaraço por causa do nervosismo — em tratamento, logo fará as cirurgias e terá uma nova identidade. — com o que não concordo nenhum pouco, mas preciso tranquilizar Rosa. Se ela acha que o fato de eu me envolver com uma mulher seja problema, não tem mais motivos. E mesmo que estivesse, o que diablo ela tem com isso? Ela não pode se meter na minha vida amorosa e sexual.
— Então é isso? Deixou nosso país de origem para se apaixonar por uma mulher instável? Sem sexualidade definida?
— Como pode falar assim? YAN é seu, nosso amigo!
— Não tenho nada contra ela, é uma boa pessoa, mas permitir um relacionamento entre vocês duas é outra história. Não é uma ofensa ao caráter dela, pois sei que ela possui um bom.
— Você não é ninguém para me dizer com quem eu devo ou não me relacionar, independentemente de ser mulher, homem, et, ou quem for! — friso chocada.
— Eu te aceitei na minha casa, você é minha irmã caçula, portanto, sou responsável por você, e cabe à mim orientá-la.
— Não sou mais criança. Amo o Yan e você não pode se intrometer nisso.
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Almas Dançando ( TRANS/BI/POLI)
Romansa+🔞 Yan é um experiente dançarino de salsa, trabalha em um restaurante no porto, e é apaixonado por sua melhor amiga. Um ser humano como qualquer outro, com dificuldades e problemas, sonhos, qualidades e imperfeições. Enquanto para alguns é consider...