Capítulo 61.

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(Maria)

*** Capítulo com conteúdo adulto

Reatar com Yan foi a melhor decisão que eu podia ter tomado. Afinal, eu o amo, ele me ama, e esse tempo que passamos separados serviu para amadurecermos. Então por que não ficarmos juntos? Levando em conta alguns pontos de diferenças na nossa personalidade, e entrarmos em atrito algumas vezes exatamente por causa delas, não existe perfeição. Apesar de eu achar que meu namorado é o homem perfeito para mim. Sorrio mentalmente. Ele é romântico, atencioso, companheiro, paciente, dança bem, e é um amante super quente mesmo que não estejamos tendo esse tipo de contato atualmente. Toda vez que eu tento transar com ele, as lembranças daquela noite horrorosa me vem a mente e eu não consigo consumar. Eu sei que ele não tem culpa de nada, mas entrar em contato com um pênis de novo me assombra. A terapia com a Doutora Phillips tem me ajudado a superar mais esse problema. E eu estou vencendo meu distúrbio alimentar aos poucos.

Um dia de cada vez.

Estou terminando de escovar os dentes e vejo Yan encostado no batente da porta do banheiro, me analisando com os olhos brilhantes.

- O que foi?

- Você é linda, sabia? - diz se aproximando de mim. Ele me abraça e beija meu pescoço.

- Estou ganhando uns quilinhos, ainda continua me achando atraente? - me viro e o fito nos olhos, segurando seu lindo rostinho.

- Eu te amo. Então vou te amar magra, gorda, careca, sem dentes e...

- Chega, já entendi... - o dou um selinho e ele ri.

- O importante é você se sentir bem com seu corpo, mas de uma maneira saudável, ok? - aconselha sério.

- Sim. Eu já aprendi a lição - concordo animada. - E a Doutora Phillips me indicou uma ótima nutricionista. Ela vai me ajudar a manter a forma me alimentando adequadamente. E me sugeriu praticar algum exercício além da dança. Talvez entrar pra academia ou andar de bike...

- Eu acho uma ótima ideia. Eu adoro andar de bicicleta, podemos fazer isso juntos.

- Tudo com você se torna agradável de fazer. Eu vou simplesmente adorar sua companhia.

- Ah, é? - Yan me pega pela cintura e me faz sentar na bancada da pia. - Tudo?

- Anram... Tudo... - ele lambe minha orelha e me faz gemer com a sensação deliciosa, e o arrepio que me causou.

Selo nossos lábios e iniciamos um beijo de perder o fôlego.

- Eu te amo - sussurra com a boca colada ao meu ouvido.

- Eu também te amo, Yan.

Me agarro ao pescoço dele e prendo minhas pernas em seu quadril. Voltamos a nos beijar e acariciar o corpo do outro com intensidade. Com a mão direita ele desabotoa sua camisa que nesse momento está no meu corpo, e com a esquerda alisa minha coxa. Ele beija meu pescoço até chegar no meu colo e abocanha meu seio direito. Com a outra mão brinca com meu mamilo. Entranho os dedos no seu cabelo e deliro com a investida.

Estou excitada como há muito não ficava. Pego sua mão e a dirijo para minha intimidade. Porém ele não me obedece, segura meu pescoço com as duas mãos e me dá mais um beijo. Depois me lança um olhar que sequer tenho tempo de decifrar, se ajoelha, tira minha calcinha e abre minhas pernas. No segundo seguinte sua língua toca minha fenda e me faz estremecer de prazer. Sua boca me causa sensações além físicas e me leva ao ápice.

Ele lambe todo meu fluido e o compartilha comigo num beijo. É a minha vez de tocá-lo. Agora, Yan está mais aberto aos estímulos na sua genital do jeito que ela é. Fica sem camisa perto de mim, e até tomamos banho juntos. Mas, isso não significa que ele desistiu das cirurgias. Apenas aprendeu a conviver com as formas que o tratamento hormonal tem dado ao seu corpo. No geral, sua disforia diminuiu bastante.

Manipulo seu sexo com mais energia e ele alcança o orgasmo, gemendo deliciosamente no meu ouvido. Sua cabeça pende no meu ombro e eu afago suas costas.

- Desculpe...

- Pelo?

- Eu fui na ginecologista e ela disse que eu estou com vaginismo pós-trauma.

Yan me encara:

- Você não tem que me pedir desculpas por isso. Nós não temos que fazer isso se você não se sente bem. Acabamos de fazer sexo sem penetração e foi delicioso.

- Eu sei, mas eu não acho justo comigo. Eu não quero viver pela metade só porque aquele desgraçado fez aquilo. Eu quero voltar a ser a Maria de antes. Não quero parar minha vida ou viver amargurada com essas malditas memórias.

- Você vai conseguir, só não se pressione. Ok? Dê tempo ao tempo - Yan me dá um beijo na testa.

- Parece que eu vou ter que fazer terapia para o resto da vida - lamento me sentindo desgastada.

- Você vai ficar bem. Nós vamos ficar bem. Enquanto estivermos juntos vamos enfrentar todos os problemas juntos. Entendeu? - meu namorado me abraça forte. - Não importa qual seja o problema, porque te ter ao meu lado deixa tudo mais fácil de lidar.

- Eu sei... Eu me sinto exatamente assim...

- Então não fala mais nada - Yan me pega no colo e me leva para cama. - Só seja minha força e eu serei a sua - diz e me devora num beijo. E eu digo para mim mesma que eu serei o que ele quiser.

Almas Dançando ( TRANS/BI/POLI)Onde histórias criam vida. Descubra agora