Capítulo 46.

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(Elena)

Ainda estou sentindo o beijo que Yan me deu. O aniversário é da minha amiga e quem ganhou o presente fui eu. Eu já imaginava que ele beijasse gostoso, mas ele conseguiu superar minhas expectativas. Minha intuição feminina não me enganou. Yan sente mesmo algo por mim, e seja lá o que for, estou satisfeita. O importante é que não é um sentimento impossível. Valeu à pena não ter desistido dele e deixado meu coração falar mais alto...

Estamos sentados na varanda ouvindo uma das histórias hilárias de J.j que, está em pé ao lado de Keyla, e ele passa o braço em volta do meu pescoço, como quem não quer nada, e meu âmago vibra imediatamente. Olho para ele e abro um sorrisinho. Ele morde o lábio inferior e eu entendo que está se segurando para não me beijar novamente para não constranger nossos amigos. Coloco minha mão sobre sua coxa malhada e a unho sentindo meu ventre contorcendo-se e minha boceta corresponder palpitando, ansiando conhecer o toque de seus lábios atrativos nela.

– Acho que já passou da hora de jantarmos! – sugiro, desejando convidá-lo para ir para o meu quarto o quanto antes. E é o que pretendo assim que terminarmos, com alguma desculpa convincente. Não que eu precise de uma. Só não quero afastá-lo outra vez com minha impulsividade. Porém, não acho que Yan irá se esgueirar de mim essa noite. Seus olhos pretos intensos estão febris e sua reciprocidade é palpável.

– É verdade... Vamos deixar os garotos conversando e ir esquentar a massa? – concordo com Keyla e me levanto.

Ela dá alguns selinhos em J.j e me acompanha. Reviro os olhos. Yan tem razão, eles estão um verdadeiro grude.

– O que foi àquilo? – a loira me cutuca assim que chegamos na cozinha. É óbvio que ela está se referindo ao beijo fugaz embora repleto de significado que Yan e eu trocamos.

Me apoio no balcão e pendo a cabeça para trás, como uma adolescente apaixonada andando nas nuvens quando enfim foi retribuída.

– Eu não sei, mas eu amei, Key... E juro que eu não me ofereci em nenhum momento... – ela semicerra os olhos desconfiada. – Ok, ok... Talvez eu tenha dado apenas um empurrãozinho... – admito fazendo cara de sapeca.

– Eu sei, relaxa. O Yan é adulto. Ele não faria nada que não quisesse – diz e vai até o forno ligá-lo. – Mas, esteja ciente de que ele ainda ama a Maria.

– Como pode ter tanta certeza? – cruzo os braços, bufando. Sinto náuseas só de ouvir o nome dessa garota.

– Ele só está dando vazão aos seus desejos sexuais. Sexo não tem nada a ver com sentimento. Você melhor do que ninguém sabe disso.

– Eu sei e também, agora não temos mais chances de ter nenhum compromisso... – lembro lamentando-me.

– Você já contou pra ele? – Keyla me encara enquanto pego os pratos.

– Não. Não quis estragar o clima.

– Pois devia. Ele gosta de você, porém não é apaixonado, nem ama, nem nada do tipo.

– Eu já me contento com esse gostar. Nós tínhamos tudo para dar certo, só nos conhecemos na hora e no lugar errado.

– Tudo está certo, Elena. – Keyla me contradiz, ajudando-me a juntar tudo de que precisamos pra colocar a mesa. – Só não era pra ser, ok? O tempo de vocês não é o agora. Deixa acontecer naturalmente... Não vê o J.j? É tão mais gostoso quando as pessoas tomam decisões espontâneas...

– É tudo o que eu tenho feito, não acha?

– Sim. E olha só? Ele finalmente te beijou...

– Tem razão... E foi maravilhoso... – sorrio me recordando de sua boca pequena devorando magicamente a minha. – Eu vou contar pra ele assim que ficarmos a sós.

Almas Dançando ( TRANS/BI/POLI)Onde histórias criam vida. Descubra agora