Almas Dançando ( TRANS/BI/POLI)

Capítulo 44.

*** Atenção : Esse capítulo possui cenas fortes, então se não tiver estômago para ler, recomendo que não leia. O que acontecer aqui será resumido em capítulos posteriores. Obs: Não estou fazendo qualquer apologia, apenas narrando a situação da personagem.

(Rick)

Estou no meu apartamento estudando enquanto tomo uma cerveja quando recebo uma ligação inesperada de Rosa. Fico surpreso, mas ajo normalmente. Depois do fiasco que foi o churrasco na casa do Martín, simplesmente me afastei de sua irmã maluca. Eu não sou homem de ficar me humilhando por mulher nenhuma. Tem várias gatinhas que gostariam de ter estado no lugar dela. Não ia continuar perdendo meu precioso tempo. Não preciso implorar para ser querido.

Praticamente em prantos, Rosa me pede que eu compareça no Arriba com urgência, pois quer conversar pessoalmente comigo. Ela não quer dizer do que se trata, mas eu não tenho como recusar, visto que ela é esposa do meu tio. Não quero soar deselegante...

Largo tudo o que estava fazendo e agora estou dentro do meu carro dirigindo até a casa noturna.

Quando chego, demoro a encontrar um lugar disponível para estacionar. Sinal de que está cheio hoje, mas não que seja novidade, já que a boate é frequentada assiduamente.

Assim que consigo, adentro-a, sem precisar pagar ingresso. O segurança diz que Rosa avisara sobre mim e que ela me espera no interior do estabelecimento. Assinto e saio procurando-a.

Vejo-a atrás do balcão, servindo um casal e vou até ela. Vendo-me, minha tia de consideração abre um sorrisinho simpático, termina de atender os clientes e vem até mim, me cumprimenta com um beijo na bochecha e eu correspondo educadamente.

— Boa noite, Rick. Obrigado por vir. Espero não estar incomodando — ela tenta falar mais alto que a música para que eu escute-a.

— De forma alguma. O que há? — pergunto no mesmo tom de voz.

Ela hesita, respira fundo e coloca as mãos na cintura.

— É sobre a Maria — desabafa.

— Hum, o que aconteceu? — cruzo os braços me preparando para a bomba que está por vir, pois tudo que se refere a essa garota é fora do comum.

— Eu não sei mais o que fazer, Rick. Estou desesperada — diz passando a mão na testa, visivelmente preocupada. — Ela não come direito, não dorme bem, e vive se embebedando desde que terminou com aquela sem-vergonha da Mei.

— Rosa, me desculpe, mas o que eu tenho a ver com isso? — disparo nervoso só de me lembrar daquela aberração detonando meu lindo rosto. O pior é que ela bate como homem mesmo. — Deus sabe o quanto eu tentei fazê-la se interessar por mim. Eu fui amigo dela, a levei para sair, fui gentil e no final acabei levando um soco no nariz. Tive sorte em não ter quebrado, mas foi humilhante ter que ir pra faculdade naquele estado.

— Eu sei, eu sinto muito. Mas quem sabe se você tentar um pouco mais?! — seus olhos brilham em expectativa.

— Acho impossível. Estou cansado de levar fora dela. Já estou até saindo com uma garota da faculdade...

— Não me diga isso, Rick. Por favor, você precisa me ajudar com minha irmã! — Rosa segura minhas mãos e eu posso senti-la trêmula e gelada. Sinto pena. Imagino que não deve ser nada fácil para ela lidar com uma irmã problemática como Maria.

— Ok, o que você quer que eu faça? — concordo por fim, me sentindo na necessidade de fazer mais alguma coisa por elas.

— Tudo que for preciso — ela implora agora com um brilho assustador no olhar. — Maria precisa de um choque para acordar para a realidade. Ela precisa conhecer um homem de verdade, entende?