Capítulo 59.

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Me ofereci para levar Maria em casa depois da festa, mas ela disse que queria passar a noite comigo. Então dirigi até meu apartamento.

Assim que colocamos os pés dentro, nos atracamos; beijando-nos e abraçando-nos com desespero.

Nossas roupas vão parar no chão com apenas alguns minutos, e atiramo-nos na cama, trocando intensas carícias manuais e orais. Eu estou imensamente excitado, e ela também está explicitamente, porém, quando posiciono meu packer na sua entrada já deveras molhada, ela me empurra, e se esquiva para o canto da cama.

- O que foi? Eu fiz alguma coisa de errado? - questiono atordoado.

Maria se cobre com o lençol, para esconder sua nudez, e evita me encarar.

- Desculpa... Não é nada com você... Não é sua culpa, sou eu...

- Ok... Está tudo bem... Não precisamos fazer isso... - tento tranquilizá-la, abraçando-a por trás e dando uns beijos na sua nuca. - Você ainda não tem certeza, não é? Está com medo...

- Não, não é isso... Já disse que não é nada com você... Só me abraça, está bem? Só continua aqui... - implora me puxando ainda mais para si.

- Eu te amo, Maria. Vai ficar tudo bem... - garanto mesmo não sabendo qual o real motivo dela ter ficado assim, mas compadecido do seu estado.

- Não, não vai... - retruca chorando angustiosamente. - Eu nunca mais vou ser a mesma, aquele maldito me violentou, Yan...

- O quê? - estou incrédulo. Não faço a mínima ideia do que ela está falando.

- O Rick... Ele, ele... Droga... Eu sou culpada... - contrapõe e se levanta com o lençol enrolado no corpo. - Eu estava bêbada, se eu tivesse capacidade de me defender nada disso teria acontecido...

Me levanto também e a abraço tão forte que sou capaz de quebrar seus ossos, desejando arrancar sua dor e consumi-la.

- Seja lá o que for que tenha acontecido, você não é culpada. Nenhuma pessoa é culpada de ser violentada, ok? Nenhuma... Estupro é estupro, não tente justificá-lo. O único responsável é o Rick... Por favor, não se culpe...!

- Eu sei... Mas, é tão difícil me convencer disso... Estou tentando, mas também imagino que poderia ter sido diferente se eu não tivesse me tornado uma bêbada inconsequente... - Maria soluça de tanto chorar.

- Se essa era a intenção dele, ele faria com você bêbada ou não. Entendeu? - detenho seu rosto entre minhas mãos, olho profundamente em seus olhos e a abraço outra vez. - Isso só o torna mais asqueroso!

Ela não diz mais nada e continua chorando indefesamente. Levo-na para cama e beijo sua testa, deixando-a deitada no meu peitoral.

- Desculpe por não estar do seu lado quando você mais precisou de mim... - lamento.

- Você não tem culpa, fui eu que te deixei... - ela se aninha mais em mim.

- Nem você tem... Só aquele desgraçado... - dou um soco no travesseiro para extravasar minha raiva.

- Não fica assim... Ele já está preso e não vai mais fazer mal a ninguém.

- Espero que ele apodreça na cadeia! - vocifero inconformado, compreendendo porque Maria saiu de casa, apesar de ainda não saber os detalhes.

- Eu também... Yan?

- Hum?

- Eu não devia ter te contado, mas eu perdi o controle. Você vai ficar com nojo de mim?

- Como pode dizer uma coisa dessas? - seguro seu pescoço e a fito nos olhos tristonhos. - Eu jamais sentiria nojo de você, ok? E você fez certo em me contar, eu acabaria descobrindo por outros meios e não seria legal você continuar se desvencilhando de mim sem eu saber a razão, pensaria que seria por outro problema.

- Desculpa, eu achei que estava preparada.

- Não se preocupe com isso. O importante é que você fique bem - dou um selinho na sua boca e faço com que ela se aconchegue em mim de novo.

Faço carinho em seu cabelo, até que durma. E eu não consigo dormir, pois estou cegamente revoltado só de imaginar aquele miserável tocando nela contra sua vontade. É bom que eu não o veja nunca mais. Eu não sei do que seria capaz. Já basta eu ter perdido Frank por causa de um doente como o Gabe. Se depender de mim, ninguém, nunca mais, vai nem cogitar em machucar Maria ou qualquer uma das pessoas que eu amo.





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