Capítulo 59

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"Staring at the sink of blood and crushed veneer
I tell my love to wreck it all
Cut out all the ropes and let me fall"




Dulce maria


— Meu Deus! — Lorena exclamou assustada, levando as mãos até a boca.

Eu quis me virar e sair correndo, mas minhas pernas estavam bambas. Meu coração parou por alguns segundos, meus ouvidos pareciam ter sido tampados com água, e um nó se formou em minha garganta.

Mateus estava caído no chão, o corpo tremendo em espasmos enquanto espuma saía de sua boca. A cena era horrível, a coisa mais terrível que eu poderia ter visto em toda minha vida; aquilo me deixava enjoada e tonta, sem conseguir me mover.

Meu pai apareceu correndo, exasperado, me empurrando para o lado com força. Minhas pernas tremiam, e pensei que fosse cair, mas Lorena me segurou, apoiando meu peso antes que eu atingisse o chão. Meu pai se ajoelhou ao lado de Mateus, segurando-o de lado, a mão apoiando a cabeça dele enquanto o mais novo tinha uma convulsão.

Suzana estava parada na porta segurando um telefone no ouvido. Sua mão tremia tanto que pensei que ela iria derrubar o aparelho e quebrá-lo a qualquer segundo. Seu rosto estava manchado de lágrimas, os olhos inchados e vermelhos, olhando para o filho completamente apavorada.

— Me entregue um travesseiro! — Meu pai pediu.

Fiz minhas pernas funcionarem e agarrei o travesseiro da cama, me ajoelhando ao lado dele. Meu pai pegou o travesseiro das minhas mãos e o colocou sob a cabeça de Mateus. Ele olhou para mim e parecia assustado.

— Tudo bem? — Ele perguntou. — Ele vai ficar bem.

Assenti com a cabeça, sem conseguir dizer nada. Ele segurou meu braço e apoiou minha mão sobre o ombro de Mateus.

— Me ajude a segurá-lo, faça força para ele não se machucar.

Obedeci imediatamente, ajudando a segurar Mateus. Escutei a voz de Suzana ao longe, falando com a ambulância, mas não entendi as palavras. A convulsão durou mais um minuto até Mateus parar de se debater, os olhos piscando lentamente em sonolência. Meu pai chamou seu nome, mas ele não respondeu; seus olhos se fecharam, e eu senti que ia desmaiar.

— Ele vai ficar bem. — Meu pai avisou para todos no cômodo. — É normal ter sono.

Não sei se ele estava falando isso para nos acalmar ou a si mesmo, mas só fiquei mais tranquila ao escutar o barulho da ambulância.

[...]


— Por que estão demorando tanto? — Suzana perguntou, esfregando as mãos trêmulas na calça.

Meu pai andava de um lado para o outro. Seu semblante sério não deixava transparecer a preocupação. Ele respirou fundo e passou as mãos pelo rosto.

— Eu não sei — ele disse. — Mas você precisa ficar calma.

Parecia injusto, considerando que nem ele estava calmo no momento. Suzana olhou para ele, parecendo estressada de repente. Ela bateu as mãos nas coxas, o som ecoando por toda a sala de espera vazia.

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