Capítulo 07

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- Dulce Maria -

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- Dulce Maria -

Eu não sou boa em ajudar as pessoas.
Isso deveria estar escrito na minha testa, visível para todos. Porque, por mais que eu tente, nunca sou o suficiente.

Mas, se havia algo que eu com certeza não podia fazer agora, era simplesmente virar as costas e ignorar Mateus.

Mateus estava parado no meio da sala, com os punhos fechados e a cabeça abaixada, chorando em silêncio. Seus ombros tremiam enquanto ele tentava controlar o som dos soluços.

- Mister Pipo. - Mateus levantou os olhos em minha direção, confuso, seu rosto franzido pela dúvida.

- O quê?

- Uma vez você me perguntou qual foi o nome mais estúpido que eu já dei para um animal. Mister Pipo foi o mais estúpido, era um papagaio. - Eu me mexi desconfortável, meus pés gelando no piso de madeira.

- Vá embora. - Ele nem tentou forçar a voz. Saiu derrotado, rouco e triste.

- Sabe, eu adoraria ir embora. Mas não estou a fim no momento.

- Você viu?

- Vi? O que eu deveria ter visto? - Ele voltou a me encarar, com menos lágrimas agora, mas os olhos vermelhos e as bochechas marcadas. - Você tá parecendo uma merda agora.

Mateus deu um sorriso triste, suspirou exausto e esfregou as mãos pelo rosto.

- Eu sei.

- Quer companhia? - Minha pergunta surpreendeu até mim.

- O quê?

- Não ficar sozinho às vezes é bom. Ajuda a não pensar em besteira e ficar ainda pior.

Ele ficou parado, e eu também. Mateus me olhava como se eu estivesse oferecendo uma armadilha, claramente pensando se fugiria ou aceitaria a proposta.

- Tá.

E, no final, ele aceitou.

- Chocolate quente sempre ajuda. - Fui para a cozinha e coloquei as coisas na pia. Quando me virei, Mateus estava encostado na parede, com os braços cruzados, fungando. As lágrimas agora eram apenas marcas brilhantes nas bochechas pálidas. - Você sabe fazer?

- Saber não significa que é bom.

- Certo! Você tem um ponto. Eu acho que fazer chocolate quente envolve muito esforço e dedicação, sempre algo para refazer e nunca alcançar a perfeição. Entende?

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