Era uma tarde quente demais quando o carro saiu. Era uma noite muito fria quando Dulce descobriu que sua vida iria mudar de cabeça para baixo.
Com o luto não vem apenas a tristeza, vem a raiva, vem a negação, vem a dor profunda. O silêncio, o silên...
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°•Dulce Maria•°
O despertador tocou, sinalizando que já era hora de se levantar e enfrentar o dia. Me sentei na cama, pensando que já tinha enfrentado mais do que deveria essa noite.
Meu copo estava dolorido demais. Minha cabeça doía. Liguei o celular, procurando alguma mensagem, a única que tinha, era da mãe de Nicolas, falando que tinha chegado em casa, e que ele estava bem e dormindo.
Me tranquilizei. Levantei da cama, meus pés tocaram uma poça d'água, olhei para aquilo, confusa. Depois segui o rastro de água e olhei para a janela entreaberta.
Bufei, e me tranquei no banheiro.
–𝓟𝓪𝓼𝓼𝓪𝓰𝓮𝓶 𝓭𝓮 𝓽𝓮𝓶𝓹𝓸 –
Quando desci para a sala, Lorena já estava lá. Os cabelos vermelhos presos em um coque, usava uma calça jeans preta desbotada de cintura baixa, e uma jaqueta de couro por cima da regata branca. Um coturno preto com um salto de 5 centímetros, a deixava um pouco mais alta do que já era.
Olhei para as minhas roupas, uma bagunça de cores; regata rosa, calça jeans azul, segurando uma blusa de lã branca. Me senti envergonhada, pois nem consegui arrumar o cabelo direito.
Pensei em tudo que tinha acontecido ontem a noite, e só em pensar sobre contar isso, meu cérebro parecia a ponto de pifar.
— Não.
Me servi um copo de chá, e uma maçã. Lorena me encarou como se tivesse tomado um banho de água fria. As mãos caíram ao lado do corpo.
— Não vai me contar como foi seu encontro?
Ah, isso.
Pensei, olhei pela janela embassada, meu estômago se revirou só com as lembranças.
— Não foi um encontro. — Lorena parou de se mexer.
Seus olhos escuros encontraram os meus, então ela se aproximou. Segurou meu rosto entre as mãos geladas, virando de um lado para o outro como se me examinasse sobre algo que nem eu via.